• Com Edinho ou Janones no Ministério de Lula, mídia digital deve ser privilegiada

    Edinho Silva e André Janones

    Dois nomes cotados para assumir o Ministério das Comunicações na gestão de Lula que se inicia em 2023, Edinho Silva e André Janones já deram vários exemplos de como apostam na importância da mídia digital.

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    Deputado federal pelo Avante (MG), Janones (à direita, na foto) chegou a abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência da República para apoiar Lula, inclusive se envolvendo na campanha. Nela, Janones foi escalado para o enfrentamento das fake news que envolviam o candidato do PT. Por seu conhecimento das técnicas dos influenciadores digitais — ele tem mais seguidores no Facebook que o próprio Lula –, recebeu o crédito dos analistas por virar o jogo nas redes sociais, área que era uma lacuna na campanha do ex-presidente.

    Não por acaso, o nome de Janones surgiu fortemente como possível ministro das Comunicações, pasta que, a partir do Governo Bolsonaro, passou a cuidar diretamente da publicidade presidencial, já que absorveu a Secretaria de Comunicação da Presidência, a conhecida Secom-PR.

    Advogado, mineiro de Ituiutaba, com 38 anos e partindo para seu segundo mandato, André Janones diz, porém, que preferiria continuar na Câmara, dando apoio político a Lula, que assumir uma função no Executivo.

    Edinho, ministro de Dilma

    O outro nome cotado para o Ministério das Comunicações, Edinho Silva, traz a experiência de, de certa forma, já ter passado por lá. No Governo Dilma Rousseff, ele foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, ficando no cargo de março de 2015 a maio de 2016, quando começou o processo de impeachment da presidente.

    Edinho, paulista de Pontes Gestal, tem 57 anos e é prefeito de Araraquara (SP) pela quarta vez. Ele tem sido apontado como o preferido para o cargo por políticos ligados a Lula, até por ter sido o coordenador da campanha vencedora petista.

    Quando ministro da Secom-PR, Silva havia afirmado que um dos objetivos de sua gestão seria a “democratização” das verbas de publicidade, que, na época, eram de R$ 187,5 milhões (hoje são R$ 450 milhões). Mas declarou também que o governo precisaria “valorizar a comunicação direta com a imprensa e reduzir as campanhas de publicidade institucionais”.

    Tanto foi assim que, em 2016, publicações registraram que, no período que Edinho esteve naquele cargo, a publicidade federal chegou a cair 24,1%, com a diminuição das veiculações nas mídias tradicionais — TVs e imprensa — inclusive superando este percentual.

    Por outro lado, o meio digital passou, em 2015, a ser o 2º que mais recebeu verbas da Secom-PR e dos demais anunciantes federais, num total de R$ 234 milhões, uma alta de 11,6% sobre 2014.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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