Para denunciar a montanha que já supera de 59 mil toneladas de roupas descartadas no Deserto do Atacama, a agência de publicidade Artplan reuniu uma equipe de produção com mais de 30 pessoas na realização do Atacama Fashion Week, ação que está sendo apresentada esta semana na internet.
O trabalho foi criado a pedido da ONG Desierto Vestido, em parceria com a Fashion Revolution e Instituto Febre, como um alerta social e ambiental contra os perigos do consumo (e da produção) desenfreado de itens por tendências de moda.
Em conversa com a Janela sobre os bastidores do trabalho, o criativo Marcello Noronha — que assinou a criação junto com dois outros CCOs da Artplan, Rodrigo “Monte” Almeida e Rafael Gil –, conta que, quando tiveram a ideia, convocaram a estilista Maya Ramos, que trabalha com moda sustentável, para desenvolver uma série de looks baseados exatamente em roupas descartadas, como as que seriam encontradas no Chile.
Com a coleção aprovada, a Artplan acionou o time chileno que tocaria a produção para pesquisar no local do lixão as peças que mais se assemelhassem às propostas de Maya.
Aprovada a seleção, o material foi devidamente higienizado para que os modelos — todos locais — pudessem então posar para as fotos. Tudo com a presença de Noronha e Gil acompanhando cada passo.
O resultado é agora um editorial assinado pelo fotógrafo de moda Mauricio Nahas, e mais um vídeo do desfile, dirigido por Igor Selingarde, da Sugarcane Filmes, que começou a circular pela internet e no site oficial do Atacama Fashion Week.
A ideia é que a campanha atinja não só a América do Sul como os EUA e a Europa, por sua versão em inglês.
Quem faz essa estupidez? Essas roupas não podiam ser doadas ?