Sem agência há quatro anos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) está acenando sua volta como anunciante.
Segundo fontes da Janela em Brasília, antes mesmo de o Banco do Brasil sair com a sua prometida concorrência (os contratos emergenciais com Lew’Lara e WMcCann ainda durarão até abril de 2024), os Correios publicarão seu edital de licitação ainda no começo de dezembro próximo.
A expectativa é que a verba anual a ser licitada chegará a R$ 360 milhões, divididos por quatro agências de publicidade.
Ou seja, a mesma estrutura publicitária — quatro agências — que a estatal tinha até sua conta implodir em 2018, com um corte brutal de verba. E cuja crise chegou ao ponto, em 2019, como noticiamos aqui na Janela, de Artplan, Master, Link/Bagg e Propeg decidirem parar de ter prejuízo com o cliente e desmontarem a central de mídia que, contratualmente, eram obrigadas a manter.
Quando aquelas quatro foram contratadas, em 2013, a verba era de R$ 250 milhões. Ou seja, passados, agora, 10 anos, seria razoável uma correção de 44% para a verba de 2024 chegar aos R$ 360 milhões.
Foco no corporativo
A questão a se levantar é: os Correios vão anunciar o quê? Estimular o brasileiro a voltar à prática das mal-traçadas linhas?
A resposta talvez esteja no site correios.com.br. À parte da fofice pontual de procurar quem adote uma cartinha enviada ao Papai Noel, vemos que os Correios estão muito focados no mercado corporativo. Principalmente embalados pelo gigantesco crescimento das vendas online a partir da pandemia da Covid-19.
As chamadas no site da instituição estão fortemente dirigidas aos micro e pequenos empreendedores, que precisam despachar suas vendas para clientes distantes, ainda mais neste período da Black Friday.
Para este target, os Correios já têm até um slogan nesta época do ano: “A Black tá ON”. O mesmo “ON” que aparece no conceito “A gente se cONecta”, adotado agora pela comunicação para sugerir a informatização dos serviços da casa.
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