Você colocaria a marca da sua empresa patrocinando um depósito de lixo? Ainda que ele fosse útil para a população?

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Esta questão está de volta à tona a partir do decreto publicado nesta quarta-feira, 22/11, no Diário Oficial do Município do Rio, pelo prefeito Eduardo Paes, regulamentando o programa “Adote o Rio”, para estimular a iniciativa privada a adotar as papeleiras de lixo da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

O programa “Adote o Rio” foi instituído ainda em 2014, pela Lei Municipal nº 5.788, para que empresas pudessem colaborar no financiamento dos custos de instalação, conservação e manutenção de equipamentos públicos de lazer, cultura, recreação e esportes. E mais, no último ítem, “pontos de coleta de lixo”.

Na Comlurb, os comentários são de que até hoje a implementação destes apoios tem sido difícil, porque marcas anunciantes teriam um certo preconceito com a característica destes espaços.

A bem-vinda insistência da Prefeitura do Rio, porém, não é por acaso. Uma das grandes críticas dos cariocas sobre a Comlurb é a falta de depósitos suficientes para o descarte de lixo. Fora das praias, o Rio de Janeiro não tem lixeiras amplas para receber mais do que pequenos papéis. As atuais papeleiras, que vemos presas a postes, por exemplo, não apenas são consideradas insuficientes em quantidade como sendo por demais frágeis para enfrentar vândalos e moradores de rua que as desmontam em busca de alimentos.

Novos modelos de papeleiras para o Rio

No texto do decreto, por exemplo, o prefeito do Rio define que caberá à Comlurb, agora, definir os modelos das papeleiras que poderão receber apoio privado ao longo da cidade, para que as empresas interessadas se responsabilizem por sua aquisição, instalação e conservação.

O que a Prefeitura parece estar perdendo na iniciativa é a oportunidade de que estes espaços sejam gerenciados pelos especialistas do próprio setor publicitário carioca, como as muitas empresas de Out-Of-Home (OOH) que atuam no mercado.

As marcas ou mensagens dos patrocinadores, pelo que determina o decreto de Eduardo Paes, deverão ser aplicadas através de adesivagem na própria papeleira.

Daí a Janela acreditar que as empresas do setor de OOH poderiam colaborar com propostas mais interessantes, como a adoção de algum tipo de suporte que permitisse a comercialização rotativa dos espaços sem ser necessariamente na lixeira.

Como a questão ainda estará em estudos na Comlurb, vamos torcer para que nem todas as portas já estejam fechadas.

Ideias de como fazem no exterior não faltam, como mostramos aqui:

O que diz a Comlurb

Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a importância do projeto se deve ao vandalismo e o furto de papeleiras gerarem prejuízos em toda a cidade. A Comlurb já gastou R$ 2,4 milhões de janeiro de 2022 a setembro de 2023 com o problema.

Desse total, R$ 837 mil são relativos à 2022, e R$ 1,5 milhão à 2023. De janeiro de 2022 a setembro de 2023, entre reposições, trocas e novas instalações, foram colocadas 16.009 papeleiras, metade do parque de 32 mil papeleiras da cidade.

Para atender ao Decreto, a Comlurb vai criar um grupo de trabalho para desenvolver uma política para as adoções. Ou seja, confirma que pode ser o momento de as lideranças se apresentarem.

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