• Morre Paulo Giovanni, radialista e líder publicitário

    Faleceu na manhã de domingo, 01/10, aos 72 anos, em São Paulo, Giovanni Wilbert Servolo, conhecido no meio de comunicação como Paulo Giovanni.

    Nascido em Petrópolis, em 9/11/1950, Giovanni iniciou sua carreira no meio radiofônico ainda adolescente, na Rádio Imperial, em sua cidade natal. Em 1968, já morando no Rio, estreou na Rádio Tupi AM e, três anos depois, apresentava um programa na Rádio Globo AM, onde adotou o nome de Paulo Giovanni Show.

    Enquanto estava na rádio, em 09/07/1973, associado a Maurício Nogueira, contando somente com uma secretaria e um boy numa salinha na Rua Senador Dantas, abriu a agência Paulo Giovanni Publicidade, como decorrência natural dos negócios que o programa foi capaz de atrair.

    A agência cresceu de tal modo que, em 1982, mudou seu nome para Giovanni & Associados, buscando se desvincular da imagem do radialista. Na época, já contava com 42 funcionários e um faturamento de R$ 367,8 bilhões de cruzeiros.

    A Giovanni, após negociação com a Foote, Cone & Belding (FCB), do Grupo Interpublic, passou a se assinar Giovanni, FCB, que, em 2006, se tornou Giovanni + Draft FCB com a FCB negociando internacionalmente a Draft. Bem mais tarde, esta agência concentrou-se apenas no nome de FCB Brasil, encerrando a presença da marca “Giovanni” na publicidade brasileira.

    Em 2007, deixou temporariamente a área publicitária para se dedicar ao marketing promocional, criando as agências Mix Brand Experience e Pop Trade Marketing.

    Já em 2011, de volta à propaganda, fundava a Tailor Made, vendida para a multinacional Leo Burnett e hoje batizada de Leo Burnett Tailor Made. E de 2014 a 2016, passou a chairman da Publicis Worldwide.

    Enquanto existiu, a Giovanni foi uma das agências mais premiadas da história da propaganda carioca. Na foto abaixo, este colunista entrega os diplomas da agência a Maurício Nogueira, Paulo Giovanni e Adilson Xavier, seu diretor de criação, em 1996.

    Prêmio Colunistas Rio 1996 - Marcio Ehrlich, Maurício Nogueira, Paulo Giovanni e Adilson Xavier
    Maurício Nogueira (o segundo, na foto), com Paulo Giovanni e Adilson Xavier, recebem de Marcio Ehrlich seus diplomas no Prêmio Colunistas Rio 1996.

    Em 1995, 2002 e em 2005, inclusive, como homenagem ao trabalho da agência, a mais premiada do Rio no Colunistas Brasil daqueles anos, Paulo Giovanni recebeu o título nacional de Publicitário do Ano. Em 2013, ele repetiu o título de Publicitário do Ano do Colunistas São Paulo, estando à frente da Leo Burnett Tailor Made.

    Em mensagem para a Janela, o criativo Adilson Xavier escreveu:

    “Paulo Giovanni foi mais que um sócio, foi um irmão, acolhedor, conselheiro, gentil, um exemplo de empreendedorismo, lealdade, e humanidade empresarial que trago comigo para sempre. Ninguém ficava imune ao seu magnetismo. Todos que o conheceram foram de alguma forma tocados por sua capacidade de comunicação, sua generosidade, seu esforço permanente para fazer as pessoas ao seu redor se sentirem bem. Sou um cara privilegiado por ter convivido com essa pessoa luminosa. Que Deus o receba de braços abertos e console sua família.”

    Outras manifestações

    Gustavo Oliveira, que dirigiu o escritório da Giovanni FCB no Rio, também enviou mensagem à Janela:

    “Giovanni , além de um excepcional profissional com tive a honra de trabalhar muitos anos , era uma pessoa que sabia fazer amigos. Marcou presença não só na propaganda brasileira como também na vida das pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Fará falta. Que Deus ilumine sua passagem.”

    O grupo Publicis emitiu nota oficial sobre o falecimento de Paulo Giovanni.

    “O Grupo Publicis Brasil lamenta a perda do amigo e grande referência da publicidade Paulo Giovanni.
    Giovanni teve um papel fundamental na formação dos alicerces da indústria publicitária contemporânea e em especial do grupo Publicis. Em 2011 assumiu como CEO da Leo Burnett Tailor Made, quando a rede global comprou sua agência. De 2014 a 2016 foi chairman do grupo de agências que incluía a Publicis Brasil, a Leo Burnett Tailor Made, a DPZ&T e a Talent Marcel, e seguiu sendo uma referência para todos nós do mercado.
    Toda nossa solidariedade aos familiares e amigos nesse momento difícil.”

    Segundo informações de amigos, a morte de Paulo Giovanni foi causada por infarto.

    Paulo Giovanni tinha dois irmãos, igualmente publicitários e atuantes na área de produção: Antonio Wilbert Servolo e Leonardo Wilbert Servolo. Ele teve cinco filhos em dois casamentos. Com Vera Lucia Kozlowski Tannenbaum, Gustavo e João Pedro (falecidos em 2002, após acidente automobilístico) e Fernanda. Com Roseli Puhl Zigmundo, Theodoro e Pietra.

    Seu velório acontece no Funeral Home (Rua São Carlos do Pinhal, 376, na Bela Vista-SP), em 03/10, a partir das 08:00h, com o féretro saindo às 14:00h para o Cemitério Morumby (Rua Deputado Laércio, 468), sendo o sepultamento às 15:30h.

     

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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    Discussão

    1. […] Confira matéria no Janela Publicitária […]

    2. Vilma Pereira

      Nossa! Paulo Giovani fez parte da minha infância e juventude. Ouvia a rádio Globo aqui em Ipatinga.
      Os apresentadores daquela época são inesquecíveis. Que ela esteja em paz.

      1. Ana lucia Fragoso

        Tive o privilégio de conhece-lo,inclusive ir ao seu primeiro matrimônio, e acompanhar o sofrimento com a perda dos filhos.Tamanha dor o acompanhou.Seu coração desistiu.Deus o acolha,teve uma trajetória brilhante por aqui.Siga na Paz🙌

    3. aurea helena

      Marcio,
      muito triste ler sobre a morte do Paulo Giovanni. Uma pessoa que ajudou muito na criação da Memoria da Propaganda. Ele e o Leonardo merecem nosso carinho.
      aurea helena

    4. Fernando Moura

      Faltou falar tambem da Mix e grupo Gtrademark.. Descanse em Paz meu amigo!

    5. Mário Barreto

      Notícia inesperada, e triste. Um dia todos vamos, mas esta sensação de que se está indo fora da hora, da ordem natural, nos deixa mais impactados… Não parecia estar na hora do Paulo ir, ele estava bem, animado, sorridente, viajante, empreendedor, ativo, até outro dia. Mas assim são as mortes do coração, fulminantes. Falei com seu irmão, meu queridíssimo amigo Leo Wilbert Servolo, que me confirmou o infarto. Ele teve um problema no coração uns dois anos atrás, safenou, mas desta vez não teve jeito. Pessoalmente prefiro que na minha vez também seja assim, acho melhor do que uma longa doença. Sou muito amigo de vários amigos do Paulo Giovanni, de seus irmãos, Antonio e Leo. Do Paulo fui apenas conhecido, mas fui afortunado o suficiente para encontrá-lo diversas vezes ao longo de sua vida, desde a Rua Santa Amélia até São Paulo. Sempre foi meu cliente, fiz inúmeros filmes para a sua agência e ele teve a gentileza de me convidar para as suas duas grandes inaugurações, a da Giovanni FCB Rio e a Giovanni FCB SP. Sempre sorrindo, sempre agradável, sempre competente, um homem de muito sucesso. Adilson falou bem, Giovanni fazia questão de espalhar um campo de distorção e influência, onde dentro dele, você se sentia acolhido e bem. Sabe-se lá de onde tirou forças para superar a tragédia que foi perder seus dois filhos, João Pedro e Gustavo, em 2002. Certamente isso enfraqueceu seu coração, que agora falhou. Buda nos ensinou que a origem dos sofrimentos é o desejo de que as coisas sejam diferentes do que elas são. Desejar contra a vida, contra a morte, é perda de tempo. Não quero sofrer e por isso não desejo que o Paulo não tenha falecido, é inútil. Desejo que meu amigos Antonio e Leo superem mais este momento difícil, que todos os meus amigos que foram mais amigos do Paulo do que eu, também superem. Que sua família toda, também encontrem conforto e passem por este momento da melhor maneira possível.

    6. Francisco Echavarria

      Faltou falar da Tailor, que posteriormente virou Leo Burnett

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