Comunicado do presidente da VMLY&R, Fernando Taralli, aos funcionários, relatando a perda da conta do Grupo Via (antigo Via Varejo) vazou para o mercado no final da tarde de quinta, 13/07.
Compreendendo as campanhas de marcas como Casas Bahia, Ponto e BanQi, a Via estava com a VMLY&R desde 2002. E passará para a carteira do Grupo Dreamers, que conta com agências como Artplan, Next e outros braços.
Ainda de acordo com o comunicado, a decisão foi tomada após um processo de concorrência. Taralli garantiu aos seus colaboradores ter certeza que a agência apresentou o melhor trabalho de todas as agências, mas “como todos sabem, o varejo vive dias difíceis e a empresa decidiu seguir por um outro caminho, assumindo um perfil de anunciante muito diferente daquele que durante duas décadas atendemos”.
Taralli não deixou de soltar mais algumas alfinetadas em seu texto. Como afirmar que a conta tinha “diminuído muito em relevância financeira nos últimos cinco anos”.
E mais uma vez — como foi na suposição da decisão da mudança — sugerir que o cliente deixou a VMLY&R por questões financeiras, ao falar que a agência sempre sairá mais forte em situações de “achatamentos comerciais do mercado”.
Vale lembrar que a conta ajudava a que a VMLY&R se mantivesse entre as 10 maiores do Brasil em faturamento.
A previsão, naturalmente, será de cortes na equipe. Tanto é assim que o presidente da agência já avisou que estará “de portas abertas para conversar e tirar dúvidas, especialmente no time que atende ao cliente”.
Artplan ou nova agência?
A conta ficará com a VMLY&R ainda por dois meses, após o que passará a ser cuidada pelo Grupo Dreamers, que ainda não informou se atenderá pela Artplan, pela Pullse (agência especializada em varejo) ou criará uma agência especialmente para os produtos da Via.
Vamos relembrar que, para a Oi, o Grupo Dreamers criou, em julho de 2022, a agência Hubble, totalmente dedicada à conta da operadora que foi atendida por muitos anos pela NBS.
Adendo à notícia: a VML teve um prazo de 7 dias (corridos) para levantar a concorrência, processo em que o CEO pediu “desculpas” pelo prazo.
Foi um processo em que a falta de respeito da nova gestão da Via ficou explícita. Depois de 20 anos de relação não houve sequer um comunicado formal às pessoas da agência, que se doaram e muitas vezes colocaram a família em segundo plano. O discurso é “só converso com Excel na mão”. Discurso de uma pessoa despreparada e ansiosa.