Três anos depois de ter sido comprada pelo BTG Pactual, a Exame está comemorando um momento curioso para uma marca que nasceu como veículo de comunicação: seu faturamento na área de educação, atualmente, se equipara aos números alcançados com a venda de publicidade.
A informação foi do co-CEO da Exame, Renato Mimica (à esquerda, na foto), em conversa com a Janela, mostrando que a estratégia de repensar os rumos do negócio, a partir de 2019, vem dando certo.
Na verdade, o que mudou na história da Exame foi passar a ser dirigida por executivos vindos do segmento financeiro, não do editorial, como acontecia nos tempos em que a Editora Abril era a responsável pela revista. O próprio Mimica é sócio do BTG Pactual. E trouxe para dividir o comando com ele o executivo Pedro Valente (à direita, na foto), também oriundo do BTG Pactual e ex-Engelhart Commodities Trading Partners.
A primeira mexida da nova administração foi não ficar presa ao formato de publicação impressa, como a Exame nasceu em 1967. Pesquisas realizadas logo após a aquisição da marca mostraram a força que ela ainda tinha no meio empresarial, a despeito do baque que sofreu a sua editora. Portanto, não fazia sentido abrir mão desta imagem e da possibilidade de novos negócios com o público seleto da Exame.
De cara, os novos administradores decidiram focar no formato digital e apresentar a Exame como uma mediatech, presente em diferentes plataformas, inclusive através da produção de podcasts e videocasts, como o Clube, focado em investimentos.
A versão impressa também recebeu mexidas, passando de quinzenal a mensal, com a programação visual mais moderna e solta, permitindo à marca “Exame” aparecer inclusive inclinada, longe da rigidez do padrão antigo, presa ao alto da capa.
MBA também virou produto da Exame
Em seguida, a direção colocou suas apostas na Exame Academy, a plataforma de educação digital, com cursos de finanças pessoais, investimentos, tecnologia, carreira, marketing digital, inovação e empreendedorismo. E hoje a oferta é não apenas de cursos livres, mas também de MBA. Entre eles, o mestrado na coqueluche do momento para as empresas, o ESG – Environmental, Social & Governance.
Pedro Valente chega a apostar que, com a retomada da economia, após a pandemia da Covid-19, a Exame Academy tem inclusive potencial para ser o maior faturamento da nova Exame.
Nem por conta deste potencial de negócios, explicam os CEOs, a direção da mediatech está abrindo mão do investimento na área publicitária. Até por conta disso, trouxeram de volta à equipe no início de fevereiro, como a Janela já noticiou, Rafael Davini como Chief Sales Officer (CSO). Sua função será desenvolver projetos para os anunciantes tanto na área de mídia tradicional, como através do desenvolvimento de eventos customizados.
