O mercado surge, mais uma vez, animado com as perspectivas para 2025, que já vai chegando ao fim. Pesquisa VanPro, realizada pelo Ecossistema Sinapro/Fenapro, com 229 agências, de 20 estados e do Distrito Federal. Os dados, relativos ao primeiro semestre deste ano, apontam que 42,8% das agências tiveram um aumento em sua receita nos seis primeiros meses dele.
Por outro lado, mais de um terço, 31,9%, mostraram estabilidade na receita, enquanto 25,3% registraram queda, em comparação com o primeiro semestre de 2024.
Apesar de toda a pressão em torno da receita, o que se prevê é avaliado positivamente por 63,3% das agências. A maior parte delas, 44,1%, classifica a previsão como boa e 19,2% como muito boa. Na outra ponta, 6,1% enxergam um cenário ruim e 27,1% acreditam em um futuro estável. Há também aqueles que não conseguem fazer qualquer previsão ou enxergam a situação como muito ruim, somando apenas 3%.
Segundo Daniel Queiroz, presidente da Fenapro, – foto abaixo – “A pesquisa VanPro oferece um retrato atualizado do ambiente de negócios e tem confirmado que o otimismo em relação ao futuro predomina entre as agências, e também o crescimento das receitas, embora haja muitos desafios hoje na gestão dos negócios”, analisa.
Ao avaliar as perspectivas por região, a pesquisa mostra que o otimismo é maior no Sudeste – com 71% apontando expectativas boas e muito boas, índice bem próximo ao do Centro-Oeste (70%) – e é menos acentuado no Nordeste – onde as expectativas otimistas foram de 60,6% das agências – e na região Sul, onde, mesmo com resultados melhores, as expectativas otimistas são apontadas por 62,9% das agências.
A pesquisa revelou que a carência de profissionais qualificados é queixa recorrente entre as agências entrevistadas, agravada pela dificuldade de remunerar de maneira compatível com suas expectativas. Essa escassez é especialmente citada em regiões fora dos grandes centros, onde a competição por talentos é ainda mais intensa.
“Às dificuldades de contratação somam-se a relatos de equipes instáveis, desmotivadas ou emocionalmente fragilizadas, o que tem tornado a gestão ainda mais desafiadora”, conta Ana Celina, diretora da Fenapro, – foto acima – e ressaltar que “a rotatividade e a dificuldade de retenção de capital intelectual aparecem inclusive como ameaças diretas à continuidade do negócio”. A chegada da IA adicionou a isso uma nova camada: muitas empresas do setor reconhecem que os profissionais atuais ainda não têm preparo para lidar com as novas ferramentas, exigindo um processo de requalificação.
Perfis das agências e áreas de atuação
O perfil dos participantes da pesquisa VanPro é similar ao das sondagens anteriores. A maioria opera como full service (97,4%), com poucas dedicadas exclusivamente ao digital (2,6%). No foco de atendimento, 55% não distinguem entre clientes públicos ou privados, 32,3% se concentram apenas no setor privado e 12,7% somente no setor público.
O perfil das empresas revela maturidade. Mais da metade existe há mais de 21 anos, e apenas 6,1% têm até cinco anos de atividade. Já em relação ao tamanho das equipes, quase 54% estão entre 11 e 40 pessoas, com menor concentração nos extremos de estruturas pequenas (6,1% até 5 pessoas) ou grandes times (10% com mais de 80 pessoas).
O perfil da receita anual é distribuído de forma bastante heterogênea. Cerca de um terço (33,4%) faturam até R$ 1 milhão, outro terço (35,7%) ficam entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, e o terço final (30,8%) acima de R$ 5 milhões.
Com relação aos setores de atuação, a pesquisa revela ampla presença em âmbito nacional da atuação das agências em: serviços (77,0%), governo (74,9%), indústria (53,0%), saúde (55,5%) e varejo (55,0%). na sequência, vêm incorporação imobiliária (49,3%), agronegócio (29,3%), terceiro setor/ONGs (28,8%) e setor financeiro (26,6%). Moda (24,0%), tecnologia (21,8%) e startups (11,4%) aparecem em posições intermediárias, enquanto bets e jogos de azar (4,8%) e educação (2,2%) têm presença limitada.