• Phelipe Pogere: “2023 deixa um gostinho de que poderia ter sido melhor”

    Em depoimento para a Janela — que estamos pedindo também para outras lideranças — o presidente do Sindicato das Agências do Rio e CEO da agência Brick, Phelipe Pogere, faz o balanço do que 2023 acabou não trazendo, e o que espera que aconteça no mercado em 2024.


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    O ano de 2023 foi especial. Foi um ano de transição sob vários aspectos. Sob o aspecto da Brick e do Sinapro-RJ não há do que reclamar, foi realmente um ano especial. Na Brick experimentamos crescimento sob vários aspectos, consolidando os 12 anos de fundação e premiando os esforços e sacrifícios feitos durante a pandemia.

    Sob o ponto de vista associativo, foi igualmente especial, comemoramos os 80 anos de existência do SINAPRO-RJ, a mais antiga entidade sindical da categoria no Brasil. Comemoramos com um evento que não se via há algum tempo, conseguimos reunir muitas pessoas do mercado e inúmeras entidades. Foi um momento especial que só foi possível mediante os esforços que fizemos nos anos anteriores para que o sindicato voltasse a ter capacidade operacional administrativa e financeira – uma verdadeira transformação.

    Em que pese tantos motivos de orgulho e comemoração, 2023 deixa um gostinho de que poderia ter sido melhor. Após um período conturbado e pandêmico, decidimos que era hora de criar uma guerra. Não satisfeitos, criamos duas. Ainda não satisfeitos, aprofundamos nas dicotomias e polaridades. O ano de 2023 mostrou que não aprendemos tanto assim com a pandemia. Também mostrou que não aprendemos nada com a crise que se instalou a partir de 2014. Não fossem as guerras e a insistência em erros político-econômicos já conhecidos do passado, o ano poderia ter sido melhor.

    Estamos vivendo uma fase de transição e transformação. Novas tecnologias foram introduzidas e amplamente utilizadas trazendo novos desafios para os negócios e para a sociedade. Assuntos e discussões que afetam tanto a soberania nacional dos países, como a liberdade individual, a honra, a propriedade intelectual. Que afetam o mercado como um todo, refletindo até mesmo no futuro de inúmeras profissões.

    Aliás, o ChatGPT não foi utilizado em nenhuma linha deste texto, talvez por isso tenha incorreções e imprecisão típicas. Ufa!

    Se 2023 termina com um gostinho que podia ser melhor, também termina cobrando de cada um de nós que poderíamos ser melhores. Devemos ser melhores em 2024. Melhores pessoas, melhores profissionais, melhores eleitores, melhores cidadãos, melhores pais e, por que não, melhores em não querer ser o melhor em tudo.

    E para 2024?

    A depender do rumo das guerras e das decisões econômicas, a expectativa é boa. Deve ser um ano de mais tranquilidade para uma retomada econômica. Bom sinal para nosso mercado. O governo federal deve destravar concorrências públicas esperadas para 2023 e que não ocorreram, derramando investimento no setor, o que, inegavelmente, fará total diferença, puxando outros setores da economia. Deve ser um ano de muita oportunidade, em especial para aqueles que conseguiram ultrapassar a pandemia e seus reflexos.

    Sinto que será um ano muito bom para nosso mercado, com o setor privado retomando a confiança, mais investimentos acontecendo e o poder de consumo aumentando – sempre a depender das escolhas políticas-econômicas no nosso país. Essas, sim, fazem com que a preocupação maior seja com os anos seguintes a 2024, pois não podemos cair no feitiço de repetir o que nos levou à crise instalada a partir de 2014.

    Um fenômeno que começou a ocorrer em 2023 e deve se aprofundar em 2024, mas nem todos estão atentos, é que agências, profissionais e marcas com discursos muito atraentes, storytellings muito bem elaborados, personalidades que acordam, comem, falam e dormem sorrindo para tentar convencer a todos de sua “genialidade”, mas sem consistência, sem verdade, acabam por ruir e tropeçar em suas próprias pernas. Vimos algumas dessas marcas e até agências sucumbirem em 2023. Outras ainda veremos em 2024. Que notícia boa! O mercado deve ficar mais sério e consistente em 2024 – eu acredito.

    Oportunidade para agências e pessoas boas, comprometidas, sérias e organizadas.

    Essa percepção deve ser ampliada no nosso mercado em 2024 e algumas marcas e profissionais que fizeram “apostas” no passado, passarão a fazer uma escolha. Escolha pela consistência, compromisso e seriedade. Que bom para os bons profissionais, boas agências, para as marcas e para o nosso mercado.

    Como em 2023 foi o ano que me descobri como pai e em 2024 será o ano que me tornarei pai de dois, me sinto obrigado a ser mais otimista em relação aos anos seguintes.

    O ano de 2024 será melhor. Tem que ser melhor.

    Phelipe Pogere
    CEO Brick e Presidente do Sinapro-RJ

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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