Oito agências gaúchas jogaram dinheiro fora em mais uma concorrência envolvendo o Sistema S.
Desta vez, na disputa pela conta de R$ 10 milhões da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), para a agência que iria cuidar da comunicação do Sesi-RS, Senai-RS e Iel-RS.
Como já aconteceu em outras ocasiões, também aqui houve uma virada de mesa após a divulgação do nome da vencedora. Neste caso, a agência Brivia, que somou 560,04 pontos na fase técnica, superando as agências Centro (520,02), Engenho (499,98), Global (473,04), Competence (420,96), Lencina (420,00), Pública (330,00) e Paim (268,20).
Em comunicado às concorrentes, a Fierg informou simplesmente que o cancelamento se deveu a “revisão de escopo e valores”.
A Janela solicitou à assessoria de comunicação da Fiergs o esclarecimento do que a entidade entende por “escopo” e por “valores”. A concorrência não era para ter sido para serviços de publicidade? A verba prevista estava errada?
Até a publicação da matéria, não havíamos recebido o retorno.
Recorrência
Em 2020, o Senac Nacional protagonizou a mesma situação. Após divulgar o nome da agência Binder como vencedora de seu processo, a Comissão de Licitação distribuiu nota de cancelamento “para reformulação do escopo do objeto”. Olha o “escopo” aí, gente!!!
Os órgãos do Sistema S são conhecidos no mercado — e na redação da Janela — pela falta de respeito ao negócio publicitário. Além de fazerem algumas seleções por pregão, o fato de não serem propriamente órgãos públicos e não terem que seguir à lei 12.232/2010, que rege as concorrências publicitárias, leva a que as instituições do Sistema S jamais concedam o prazo normal de 45 dias para as agências prepararem suas propostas. Muitas vezes, nem mesmo um mês elas recebem para planejar, criar, produzir as peças especulativas, escrever a defesa e obter a documentação legal.
Mesmo depois de os contratos serem assinados, nem sempre a lua de mel é duradoura.
Não são poucas as agências que, em off, relatam à Janela que foram selecionadas apenas para o órgão contratante poder ter uma forma legal de emissão de autorizações de veiculação à mídia. No mais, as campanhas acabam sempre sendo desenvolvidas por equipes internas.
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