• Morrem Julio Xavier e Domingos Utimura, duas lendas do cinema publicitário no Brasil

    Antes da computação gráfica e da inteligência artifical, quem precisava de efeitos especiais no Brasil tinha que pensar em Domingos Utimura.

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    Eram tantos os comerciais premiados que traziam no crédito “Efeitos: Domingos Utimura”, que em 1982, o Prêmio Colunistas concedeu ao profissional um Destaque do Ano pelo seu trabalho na “melhoria técnica de nossa cine-publicidade”.

    Domingos Utimura morreu aos 85 anos no domingo, 23 de abril, no hospital em que estava internado, depois de dois anos de luta contra um linfoma.

    E, tristemente, faleceu cinco dias antes do diretor de comerciais Júlio Cezar Xavier da Silveira, com quem havia feito, anos antes o antológico comercial “A Morte do Orelhão”, criado pela dupla Neil Ferreira e José Zaragoza, da DPZ, para a Telesp.

    Utimura tinha 85 anos — faria 86 em 7 de agosto — enquanto Julinho Xavier, que faleceu dia 28 de abril, tinha 82.

    O trabalho de Utimura era tão procurado, conta seu filho Rogerio, hoje diretor de comerciais, que certa vez a Gessy Lever chegou a adiar o lançamento de um produto porque o comercial aprovado (o nome da agência se perdeu) só poderia ser feito por ele. Só que sua agenda estava tomada naquele mês.

    Julio Xavier também foi um profissional que a publicidade brasileira, nos anos 1980 e 1990 considerava indispensável. O inesquecível “Primeiro Sutiã”, criado por Camila Franco e Rose Ferraz, da W/GGK, para Valisère — e vencedor do Leão de Ouro, em Cannes, teve a sua mão, assim como os divertidos filmes dos amortecedores Cofap com o cãozinho basset.

    Tanto Utimura quanto Julinho Xavier também atuaram em outros projetos não publicitários. É de Xavier o documentário, de 2008, dirigindo junto com Di Moretti, sobre a conquista do Campeonato Paulista de 1977 pelo Corinthians. E Utimura criou, por exemplo, um robô especialmente para o seriado de televisão “Como Ronnie Salvou o Mini-I”, estrelado por Ronnie Von nos anos 70.

    Utimura deixou dois filhos que também atuam com cinema publicitário: Rogerio, já citado acima, e Cezar, que seguiu o pai na área de efeitos especiais.

    (Foto de Julio Xavier retirada de vídeo do Clube da Voz)

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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    Discussão

    1. Sônia Regina Piassa

      Bons tempos, gente com talento e dedicação à arte da publicidade, aquela de fazer um filme com começo , meio e fim em 30”.

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