• Calia/Y2, Fields e Nova/SB lideraram o faturamento das contas federais em 2022

    Secom - Juntos Somos A Pátria Amada Brasil

    Em 2022, o Governo Federal, apesar de ter empenhado R$ 370,9 milhões para aplicar em publicidade de utilidade pública, teria pago apenas R$ 196,14 milhões, um valor que equivaleria a 0,01% dos gastos públicos naquele ano.

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    Estes números foram disponibilizados em relatório do Portal da Transparência, que aponta que a maior conta federal do último ano foi a do Ministério da Saúde, com investimentos em publicidade de R$ 141,3 milhões.

    Em seguida, viria o Ministério das Comunicações — leia-se Secom — com R$ 31,9 milhões, Ministério da Cidadania, com R$ 20,6 milhões e, em quarto lugar, o Ministério da Educação, com R$ 5,2 milhões.

    A página ainda relaciona sete agências de publicidade e três redes de televisão que foram as maiores “favorecidas” (termo utilizado pelo documento) com as ações de publicidade de utilidade pública do governo Bolsonaro.

    Em conversa com lideranças do mercado, recebemos a crítica de que a listagem do Portal da Transparência não reflete a realidade dos investimentos federais nem o ranking real das agências, já que não contabilizou o que significaram contas como Banco do Brasil, Petrobras, BNDES, Caixa etc.

    Esta é a relação divulgada pela equipe do Governo Bolsonaro:

    Favorecido Valor Executado Percentual
    Calia/ Y2 R$ 78.845.693,34 24.91%
    Fields R$ 76.580.622,05 24.19%
    Nova/SB R$ 62.578.874,53 19.77%
    CC&P R$ 41.530.932,15 13.12%
    Escala R$ 20.849.893,43 6.59%
    Nacional R$ 18.501.060,18 5.84%
    Calix R$ 8.645.254,98 2.73%
    Globo R$ 3.832.210,37 1.21%
    Record R$ 3.041.544,98 0.96%
    SBT R$ 2.172.578,82 0.69%
    Total R$ 316.578.664,83 100,00%

    Não por acaso, Calia, CC&P, Fields e Nova/SB são as quatro agências que cuidam da conta do Ministério da Saúde.

    Ainda segundo documentos divulgados nas páginas de transparência, são mais de 20 as principais agências que, até o fechamento de 2022, vinham atendendo a publicidade das contas ligadas ao poder público federal, não apenas para publicidade de utilidade pública como institucionais e de mercado.

    AGÊNCIA ÓRGÃO / ENTIDADE VALOR DO CONTRATO (R$)
    Agência 3 Eletrobras 62.192.900,00 *
    Area Coren – SP 4.000.000,00
    Artplan Furnas Centrais Elétricas 28.000.000,00
    Binder Caixa Econômica Federal 374.550.000,00 *
    Bolero Banco do Nordeste do Brasil 35.000.000,00 *
    CA Banco da Amazônia 9.375.000,00
    Calia/Y2 Caixa Econômica Federal 374.550.000,00 *
    Infraero 7.000.000,00 *
    Ministério da Saúde 256.250.000,00 *
    Ministério das Comunicações (Secom) 450.000.000,00 *
    Cálix Ministério do Desenvolvimento Regional 55.000.000,00 *
    CC&P Ministério da Saúde 256.250.000,00 *
    EBM Quintto Banco do Nordeste do Brasil 35.000.000,00 *
    Escala Infraero 7.000.000,00 *
    Ministério da Educação 27.472.536,00
    Fields Ministério da Cidadania 120.000.000,00 *
    Ministério da Saúde 256.250.000,00 *
    Lew’Lara/TBWA Banco do Brasil 500.000.000,00 *
    Lume Eletrobrás Termonuclear 2.000.000,00
    McCann Banco do Brasil 500.000.000,00 *
    Mene e Portella Ministério da Cidadania 120.000.000,00 *
    Nacional Ministério da Cidadania 120.000.000,00 *
    Ministério das Comunicações (Secom) 450.000.000,00 *
    Ministério do Desenvolvimento Regional 55.000.000,00 *
    Ministério do Turismo 50.000.000,00 *
    Nova/SB Eletrobras 62.192.900,00 *
    Ministério da Saúde 256.250.000,00 *
    Ministério das Comunicações (Secom) 450.000.000,00 *
    Ogilvy & Mather Petrobras 375.000.000,00 *
    Popcorn Ag.Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 6.400.000,00
    Propeg BNDES 75.000.000,00 *
    Caixa Econômica Federal 374.550.000,00 *
    Companhia Hidro Elétrica do São Francisco 13.000.000,00
    Ministério das Comunicações (Secom) 450.000.000,00 *
    Ministério do Turismo 50.000.000,00 *
    Petrobras 375.000.000,00 *
    WMcCann BNDES 75.000.000,00 *

    Vale citar que, no caso de dividirem com outras agências, o valor da terceira coluna corresponde ao total do contrato com todas elas, daí destacarmos estes casos com um asterisco.

    Aliás, fica clara, pela tabela, a crítica antiga da Janela de que os polpudos valores que os anunciantes federais acenam em seus editais — e acabam entrando nos contratos — não têm a menor ligação com a realidade do que as agências acabam gerenciando no seu dia a dia.

    O próprio Ministério da Saúde, que previu anunciar R$ 256 milhões, apareceu com aqueles R$ 141 milhões na relação de investimentos em publicidade no último ano.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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