Morto esta quinta-feira, 29/12, vítima de câncer de cólon, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, além do atleta espetacular, foi um procuradíssimo garoto propaganda, no Brasil e no exterior.
Buscando na internet, é possível achar trabalhos para Bombril, Cobra, Emirates, Governo Brasileiro, Honda, Hublot, Louis Vuitton, Mastercard, Nokia, Pepsi, Pfizer, Ray-O-Vac, Vivo e Volkswagen, entre muitas outras.
A imagem principal que ilustra esta matéria, por exemplo, foi de uma campanha de Pelé, nos anos 1980, para os novos computadores Cobra, criada pelo redator Antonio Batista e pelo diretor de arte Carlos Estevão na agência Caio, aproveitando que o jogador havia sido nomeado o “Embaixador da Informática Brasileira”. Batista conta que Pelé havia acabado de se separar da Xuxa, era notícia em tudo quanto era lugar. Daí a agência teve a ideia de rebatizar o novo computador da Cobra como XPC, e fazer a brincadeira sobre a nova paixão do craque. A Cobra topou, como visto.
Mas, em matéria na Folha, o jornalista Carlos Petrocilo conta que “aos 17 anos, ele renunciou a um contrato de 10 anos com uma marca de aguardente de Piracicaba, interior de São Paulo, após seguir conselhos de Zito, o capitão do Santos. ‘Era um ótimo cachê, mas na hora H eu disse: Pai, isso não é para mim. Propaganda de pinga não pega bem’, disse Pelé”.
A marca até chegou a imprimir rótulos com a foto de Pelé, que acabaram virando objeto de colecionadores.
Não muito depois, por outro lado, estrelava anúncio do Biotônico Fontoura, que “faz campeões de saúde”.
Mas não foi apenas na frente das câmeras que Pelé ganhou dinheiro com o marketing. A Sport10, agência que ele criou em 2012 para gerenciar a própria marca, já em 2014 estimava gerenciar que contratos publicitários iriam gerar US$ 25 milhões e, número que, até o fim da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, poderia subir para US$ 100 milhões.
A Janela reuniu alguns anúncios e comerciais brasileiros e estrangeiros com Pelé, para o leitor conhecer ou matar saudades:
Head & Shoulders, pela New Style
Ray-o-Vac (1971)
Faltaram aí as campanhas que ele fez para a SPARTA, uma marca de roupas masculinas que fabricava sobretudo ternos sociais. Era conta da Denison. O Pelé era tão querido na SPARTA que tinha cargo de diretor na empresa e uma sala muito bem montada. Mas sobretudo na publicidade da marca SPARTA que era vendida com exclusividade pela DUCAL qie ele aparecia em todos os filmes e anuncios da marca. Quando ele foi assinar o contrato lá na Denison (um casarão em Botafogo que já tinha sido sede da Embaixada Alemã no Rio de Janeiro e depois Volkswagen) ele foi simpatississimo com todos , fez questão de visitar toda a agencia. Houve quem sussurasse “mas um preto fazer publicidade de roupa de branco ?” . Pois bem, foi um suceso absoluto, a SPARTA e a DUCAL venderam como nunca por varios anos.