• VoxComm protesta por Dr.Pepper decidir que só pagará agência após 360 dias

    Dr Pepper

    A VoxComm, instituição internacional criada em 2019 para defender o negócio das agências de comunicação, emitiu esta semana um alerta vermelho contra a decisão da empresa Keurig Dr.Pepper de procurar uma agência de RP que aceitasse receber sua remuneração em 360 dias.

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    Segundo a entidade, que tem entre seus diretores o presidente da Associação Brasileira de Agências de Propaganda, Mario D’Andrea, a fabricante de produtos como 7Up, Dr.Pepper e Schweppes incluiu esta exigência durante o processo aberto para a contratação da agência, com a alternativa de que, as que não aceitarem, pudessem fazer um financiamento a seu próprio custo, por meio da financeira Prime Revenue, de Atlanta.

    “Esta é uma demonstração flagrante do bullying corporativo pela Keurig Dr Pepper. Agências não são bancos e simplesmente não pode se esperar que elas financiem o orçamento de marketing dos clientes,” disse Scott Knox, diretor da VoxComm e Presidente e CEO do Institute of Canadian Agencies (ICA). “O site da Keurig Dr Pepper estabelece publicamente um compromisso com a igualdade, mas como solicitar às empresas fornecedoras que financiem a atividade de marketing por um ano cria uma cultura de igualdade?”, questionou o executivo.

    No Brasil, não se sabe de casos discutidos assim abertamente, mas é corrente em conversas do mercado que anunciantes como a Ambev, a L’Oréal, Heineken e Vivo/Telefônica já praticam prazos absurdos que podem chegar a 180 dias para o pagamento de um serviço prestado pela agência ou seus fornecedores.

    A VoxComm entrou em contato com a liderança de marketing e suplementos na Keurig Dr Pepper para discutir que não é de seu melhor interesse definir esta expectativa financeira.

    No entanto, a corporação confirmou que não vai mudar a direção do processo e está confiante em seus acordos e processos de seleção de fornecedores.

    Ou seja, a Keurig Dr. Pepper não duvida que haverá agências aceitando até onde a corda puder esticar.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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    Discussão

    1. Guilherme Castello Branco

      Seria interessante para todos que ninguém se apresentasse. Se, como você informa, já há Clientes como AMBEV, L’Oréal, Heineken e Vivo praticando esse absurdo, o negócio de publicidade, que já não está essas coisas, vai se tornar inviável.
      Ou negócio para banqueiros.

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