A poucos dias da data de entrega das propostas para a concorrência da Petrobras, a Fenapro comunicou à petroleira que o Cenp poderá suspender ou até cancelar a certificação das agências que aceitarem as exigências do edital.
O alerta consta da impugnação que a Federação Nacional das Agências de Propaganda deu entrada junto à Petrobras na última terça, 05/04, e que a estatal já respondeu nesta sexta, 08/04, que não aceitará, mantendo no dia 19/04 a sessão de recebimento das propostas de sua chamada “Oportunidade 7003756373”.
A Petrobras vem sendo intransigente em relação às suas condições. Já recusou a impugnação da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), que afirmava que “as agências pagarão à Petrobras para trabalhar para ela”.
Depois, recusou a solicitação do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio (Sinapro-RJ) de republicar o edital e dar novo prazo de 45 dias para as agências, no máximo adiando a entrega de 12/04 para 19/04.
Petroleira irredutível
E agora, a Petrobras rapidamente descartou as demandas da Fenapro. E que haviam sido bastante incisivas, chegando a acusar a Comissão de Licitação de ter uma “conduta rançosa” ao criar uma interpretação própria para a contratação de serviços publicitários.
A Fenapro, lastreada em posicionamento do Cenp, informou à Petrobras que as agências que derem entre 5% a 10% de desconto sobre o valor da mídia — como pede o edital — estarão infringindo as Normas Padrão e poderão perder a sua certificação. E aí, como ficariam seus contratos com a Petrobras, se a petroleira exige que a agência seja certificada?
A representante das agências, em mensagem assinada pelo seu presidente Daniel Queirós, foi enfática em sua comunicação. “É intolerável que uma empresa estatal cresça às custas de uma remuneração – por si só mínima – de outras que lhe prestam serviços de comunicação publicitária, colaborando direta e objetivamente para o seu crescimento”, disse o executivo.
A Fenapro chegou a ponderar que, “neste momento difícil que o Brasil atravessa – haja vista o preço do próprio combustível constantemente reajustado”, a Petrobras não poderia pedir às suas agências que repassem a ela 50% da principal receita que auferem e e ainda assumam “todas as despesas decorrentes das obrigações que o Contrato lhes impõem”.
Não adiantou. O edital continuará igual, definiu a Comissão de Licitação. Ou seja, as agências que se apresentarem no dia 19/04 já sabem o que lhes espera.
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