Faleceu esta terça, 07/12, o ilustrador brasileiro José Luiz Benício da Fonseca, aos 84 anos. Gaúcho de Rio Pardo, Benício começou sua carreira de desenhista aos 15 anos, em Porto Alegre, mudando-se para o Rio aos 16, em 1953, já se desenvolvendo na área em agências de publicidade e na Rio Gráfica e Editora.
Em agências, trabalhou na McCann Erickson e na Denison, antes de passar a produzir em seu próprio estúdio, que em 1988 chegou a receber o GP de Estúdio do Ano do Colunistas Produção Rio de Janeiro.
Apesar de consagrado em publicidade, sua fama se popularizou pelas capas de revistas com mulheres sensuais e centenas de cartazes do cinema nacional.
O Colunistas Rio 2013 também homenageou Benício com o Prêmio Contribuição Profissional, em festa realizada em março de 2014 no Miranda.
Grande perda.
Ele e o Flavio Collin, na minha opinião foram os maiores ilustradores do Brasil.
Suas ilustrações para a Artplan de campanhas de Natal ou mesmo de todas as peças para o Rock in Rio as vezes superavam em resultado final o proprio motivo.
Alem disto era muito sociavel.
Uma pena.
Puxa vida, Benício nos deixou. Difícil imaginar uma pessoa mais generosa, afável e talentosa nesta Terra.
Conheci-o muito garoto, no estúdio da Artplan. No início nosso ilustrador contratado era o também grande Walter Maia, com Benício sendo usado de freelancer aqui e ali. Depois, ele foi contratado e ficou por lá anos a fio.
Feliz de quem trabalhou com ele, de quem teve a oportunidade de conversar com ele, de vê-lo trabalhando.
Em cima de uns rabiscos fraquinhos feitos com lápis sobre uma folha de papel schoeller ele ia pincelando, pincelando e no final tínhamos sempre uma incrivel ilustração. Nunca o vi jogar fora uma arte, tipo comecei e não acabei. Nunca o vi errando. Nunca vi uma ilustração não ser aprovada. E o mais incrível, quase nunca usava a tinta branca, o branco dos olhos, o branco dos highlights, as partes mais claras das ilustrações expunham o branco do papel. Genial!
Meninos, o microcomputador não havia sido inventado, a fotografia era um negócio complicado, principalmente as coloridas. Para se ter um layout, tinhas que ter um ilustrador.
Uma brincadeira que sempre fiz com ele era interferir na sua ilustração. Eu era Arte-Finalista, após aprovada (sempre) a arte vinha para a minha mão para fazer a Arte-Final. Aí eu sempre mexia em algum detalhe desprezível lá no fundo, tipo trocava a cor do olho de uma pessoa desfocada ao fundo, a cor de uma bicicleta, enfiava mais umas folhinhas em uma árvore, acabava a arte e ia lá reclamar com ele: “Porra véio, se eu não retoco estes detalhes a arte não passava. Fica esperto!”. E ríamos muito.
Grande Jose Luiz Benicio, vai com Deus. Deixas por aqui um grande legado, de paz, de amor, de competência.
Profissional extraordinário. Um mestre em amplo sentido. Seu talento só era menor diante da sua humildade, da sua genialidade, do seu sempre bom humor. Um gigante, um brasileiro fenomenal.