Faleceu no Rio de Janeiro, esta segunda-feira, 11/10, o publicitário Luiz Vicente Goulart Macedo, que, em 1957, junto com Petrônio Correa e Antonio Mafuz, fundou a agência MPM, que chegou a ser por muitos anos a maior do Brasil.
Gaúcho de São Borja, Macedo nasceu em 16/04/1931, filho de Fida Goulart Macedo e do empresário cinematográfico Joaquim Faria de Macedo. O “Goulart” do sobrenome remete imediatamente à lembrança de João Goulart, seu tio, que chegou a presidente da República de 1961 a 1964.
Apesar de ter estudado direito, Macedo entrou no meio de comunicação como locutor de turfe da Rádio Gaúcha. Aos 19 anos estreou como redator na Grant Advertising em Porto Alegre, tornando-se, depois, subgerente do escritório que tinha, como gerente, exatamente seu futuro sócio Petrônio Corrêa. Quando Antonio Mafuz convidou Macedo a se juntar para ambos abrirem uma nova agência, a MPM Propaganda S/A, Macedo sugeriu que Corrêa também fosse convidado e, o resto, é história.
Em 1959, Macedo mudou-se para o Rio de Janeiro para abrir o escritório carioca da MPM e cuidar da conta da Petróleo Ipiranga. Nunca mais deixou a cidade.
Presente ativamente nas discussões do negócio publicitário, Macedo presidiu a Associação Brasileira de Propaganda (ABP) de 1969 a 1971 e a então chamada Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap, que depois virou “de Publicidade”), de 1974 a 1976. Com as agências Norton e Mauro Salles/Inter-Americana, a MPM fez parte de um grupo de lobby conhecido no mercado como “as três irmãs”. Depois, com a participação da Denison e da Alcântara Machado, formaram o Consórcio Brasileiro de Agências de Propaganda, que atendeu ao Instituto Brasileiro do Café (IBC) e concentrou a maioria das contas de governo no período dos militares à frente do país.
Em 2015, o Prêmio Colunistas Rio homenageou Luiz Macedo e Evandro Barreto com o Prêmio Contribuição Profissional. Na foto da festa, que ilustra a matéria, em 09/06/2016, Evandro e Macedo recebem seus diplomas de Marcio Ehrlich.
Em 1977, participou da Comissão Interassociativa da Publicidade Brasileira, que redigiu o Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária, base do Conar.
A partir de novembro de 1991, quando a MPM foi vendida para a Lintas:Brasil, Macedo e seus sócios passaram a integrar o Conselho Administrativo da MPM:Lintas, por oito meses, após o que se desligaram da empresa.
Em 2004, Luiz Macedo deu um depoimento para o CPDoc da Fundação Getúlio Vargas contando sua história e da MPM, entrevistado por Ilana Strozenberg e Verena Alberti.
Após deixar a atividade publicitária, passou a se dedicar ao Jockey Club do Rio de Janeiro, como diretor.
Luiz Macedo foi casado com Maria Amélia, com quem teve Ana Amélia, Carlos Alberto, Maria Teresa (Teca) e Ana Luiza.
Segundo informações que chegaram à Janela, Macedo estava internado há alguns dias, tratando de uma pneumonia. Seu velório será no São João Batista, terça-feira. 12/10, das 10:00 às 13:30h, com a cremação no Caju, no mesmo dia, às 16:30h.
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Marcio, parabéns pelo histórico, e os sentimentos que essa época me lembrou.
Realmente a MPM foi um marco na publicidade.