A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quarta-feira, 10/03, a sua operação Rafflesia, para apurar desvios que as empresas responsáveis pela publicidade em ônibus de Brasília estariam fazendo em suas prestações de conta junto à Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob).
Comandada pela Delegacia de Repressão à Corrupção, a ação acusa as empresas de fraudarem suas declarações dos valores recebidos pelos anunciantes, para repassar um percentual menor ao poder público. Pelas provas colhidas até agora, diz a PCDF, pelo menos R$ 1 milhão teriam sido desviados, já que a tabela de mídia apresentada à Semob pelas exibidoras chega a ser 5.000% menor que a utilizada na comercialização real dos espaços.
A operação Rafflesia leva este nome por serem as raffésias plantas parasitas. Só que a divulgação da PCDF acabou gerando um mal estar no mercado de Brasília por apontar “agências de publicidade” como envolvidas no desvio de verba.
Em um dos seus parágrafos, por exemplo, o comunicado assinado pela assessoria de comunicação do órgão diz que “das 11 agências publicitárias que firmaram contratos de publicidade com as concessionárias de transporte público, somente três foram identificadas como efetivamente existentes e em funcionamento no endereço declarado à Semob.”
Para fonte da Janela no Sindicato de Agências de Brasília (Sinapro-DF), a confusão pode estar relacionada com o fato de comumente as empresas responsáveis pela comercialização de mídia também adicionarem o código de agências de publicidade aos seus objetivos sociais, mas elas não devem ser confundidas com as verdadeiras agências representadas pela entidade.
Na operação, a PCDF cumpriu hoje 16 mandados de busca e apreensão em empresas e em residências localizadas no Lago Sul, Parkway, Sudoeste, Cruzeiro, Águas Claras e Recanto das Emas, atrás de provas da prática de estelionato contra a administração pública, falsificação de documento e associação criminosa.
(Foto de Hugo Barreto/Metrópoles)
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