Será mesmo exequível dar um desconto de 59,5% sobre o valor que o Ministério da Economia pretendia pagar para quem cuidar de sua comunicação corporativa?
Essa é a pergunta que a agência CDN, comandada por Fabio Santos (foto), terá que responder a Ronélio da Costa Mendonça, presidente da Comissão Especial de Licitação responsável por escolher a nova contratada para a área. Esta semana, o executivo enviou à CDN uma solicitação de “documentação comprobatória da exequibilidade da proposta formulada”, motivada pela contestação que fizeram, através de recurso, duas outras agências participantes da concorrência: S2Publicom (Weber Shandwick) e Approach.
O questionamento foi lastreado no parágrafo 3º do Artigo 43 da Lei 8666, que diz ser “facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo”. O documento pede que a CDN responda em até 48 horas. Mas não fica claro, a partir de quando. Afinal, o texto é confuso, exibindo duas datas: 24 de novembro de 2020 no alto da mensagem e, parecendo que foi copiado e colado logo abaixo, 28 de setembro de 2020. No entanto, a assinatura eletrônica de Costa Mendonça foi registrada apenas em 25/11/2020, às 16:39h. Já a data em que a solicitação teria sido entregue à CDN não aparece.
Como relatado pela Janela, a CDN foi considerada vencedora da concorrência na fase de preços, derrubando o primeiro lugar que a Weber Shandwick havia conquistado na fase técnica. A verba original do edital era de R$ 23,5 milhões e a CDN garantiu que poderá fazer tudo o que foi solicitado por R$ 9,5 milhões. Para outras agências participantes da disputa, no entanto, o valor proposto não seria suficiente para cobrir os salários de mercado pagos aos profissionais com o nível exigido pela pasta do ministro Paulo Guedes.
Caberá à CDN, portanto, provar agora que será.
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