• IComunicação nega autoria da campanha “O Brasil não pode parar”

    Carolina Morales (IComunicação)

    Foi uma coincidência infeliz. A diretora da agência IComunicação, Carolina Bazzi Morales (foto), negou ter sido a sua empresa a responsável pela campanha “O Brasil não pode parar”, conforme publicado amplamente pela imprensa — inclusive a Janela — na sexta-feira, 27/03. O mal entendido, explicou a executiva, deve ter-se devido à proximidade da divulgação de peças da campanha com a publicação do Extrato de Dispensa de Licitação, pela Secom-PR, informando a contratação da agência para “disseminar informações de interesse público”.

    Em comunicado (veja abaixo), a agência explica que sequer começou a trabalhar para o Governo Federal, tendo sido selecionada para cobrir o fechamento da agência Isobar em Brasília.

    A verdadeira autoria da campanha, portanto, continua um mistério, com fontes da Janela creditando a profissionais ligados aos filhos de Bolsonaro. As agências que atendem a Secom para a comunicação offline — Artplan, Calia/Y2 e NBS — também negaram a autoria das peças.

    COMUNICADO
    Agência IComunicação é contratada pela SECOM para Comunicação Digital do Governo Federal

    Empresa venceu contratação direta, com disputa de menor preço, por conta do encerramento das atividades da agência Isobar junto ao Governo.
    Contratação temporária de seis meses está em negociação desde fevereiro desde ano e não tem relação com a campanha atual “O Brasil não pode parar”.

    A agência IComunicação, há 38 anos no mercado e atualmente presidida por Cadiji Bazzi Morales, assina contrato com a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) para assumir, em caráter temporário – seis meses, as demandas de comunicação digital do Governo Federal. A medida de contratação direta foi necessária por conta da decisão do Grupo DAN, holding da agência Isobar, de encerrar suas atividades em Brasília informada em janeiro deste ano.

    Essa contratação visa atuar nas presenças digitais da presidência como redes sociais, sites e blogs, em mais de 20 frentes de trabalhos em atendimento aos diversos temas do governo.

    Diferentemente do que vem sendo veiculado, a agência não produziu a Campanha “O Brasil não pode parar” até porque ainda aguarda o início da sua operação para abril de 2020.

    Quanto ao processo de contratação esclarece que recebeu um e-mail de solicitação de proposta de preços enviado pelo Departamento de Conteúdo e Gestão de Canais Digitais do Governo no dia 28 de fevereiro de 2020. O contrato, assinado hoje, 27/03/2020, pela IComunicação e o Governo, tem como uma das entregas cerca de 1000 posts mensais.

    A IComunicação venceu na disputa de preços sobre as propostas das agências: CDN, In Press Oficina, MacCann Erickson, Moringa Digital, Lov Comunicação Interativa Ltda, Chá Com Nozes Propaganda, Partners Comunicação, Huge Digital LTDA, Monumenta Comunicação Estratégias Sociais Ltda, LEW´LARA\TBWA e Fields Comunicação Ltda.

    “É importante ressaltar que o contrato do Governo seguiu um fluxo previsto em lei. Um processo de licitação baseado no modelo, Técnica ou Técnica e Preço, de qualquer parte do Governo leva, no mínimo, quatro meses para ser concluído. A Isobar anunciou no meio de janeiro a interrupção do contrato que será encerrado agora, no dia 31/03. O Governo não teria tempo hábil para uma licitação e a área de comunicação digital faz parte da Comunicação essencial à sociedade, um direito do cidadão e, portanto, uma obrigação do governo”, afirma Carolina Morales, sócia-diretora da IComunicação, vicepresidente da ABRADi e membro do Comitê Técnico Digital do CENP.

    “O contrato com a Isobar já estava em sua última prorrogação, a alternativa que se mostrava factível era a prorrogação em caráter excepcional, à vista dos prazos e providências para uma nova contratação. Entretanto, quando indagada sobre o interesse na prorrogação de vigência em caráter excepcional, a Isobar declinou do pedido e, deste modo, os atuais gestores se viram induzidos a realizar contratação em caráter emergencial, a fim de suprir as principais necessidades digitais e, assim, não ensejar prejuízos na prestação dos serviços públicos, tampouco comprometer o cumprimento da missão institucional conferida à SECOM”, explica Carolina Morales.

    A atual contratação é proposta nos termos do Art. 24, IV da lei nº 8.666/1993, sendo necessária à vista da essencialidade e indispensabilidade dos serviços e, ainda, pelos seguintes outros motivos: fim da vigência dos Contratos nº 02 e 03/2015 e o novo processo licitatório em tramitação previsto para o próximo semestre.

    Para participar da contratação direta, a empresa precisou comprovar que é capaz de atender uma empresa do porte do Governo. A IComunicação, com sede em Brasília e filial em São Paulo, demonstrou em vários atestados de capacidade técnica, incluindo contratos atuais e anteriores com: Ministério Público do Trabalho (MPT), Controladoria Geral da União (CGU), Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), Sebrae Nacional, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), CAIXA, FIESP, Banco Mundial, Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), FENAPAES, Federação Nacional das Apaes, entre outros.

    A Janela se desculpa com seus leitores pela informação equivocada.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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