• Camarotes do Rio seguem modelo baiano e faturam mais em 2020

    Rafael Liporace e Rômulo Groisman, do Camarote Rio

    Já deve passar dos R$ 50 milhões o movimento de dinheiro gerado pelos camarotes do Sambódromo carioca durante os cinco dias de desfile. A avaliação é do publicitário Rafael Liporace (à esquerda, na foto) que, junto com seu sócio Rômulo Groisman, comandam o Camarote Rio, um dos maiores da avenida. Isso não só pelo que atraem de anunciantes e parceiros de mídia como pelo público, que pode pagar entre R$ 600 a R$ 2.800 por cabeça a cada dia.

    A despeito desta importância, nem a Riotur nem a Liesa, até o momento, fornecem dados oficiais desta parte da festa, diferentemente do que acontece em relação ao próprio desfile e ao Carnaval de Rua.

    A situação, no entanto, deve mudar durante este ano. A partir de um grupo de Whatsapp criado pela Riotur para se comunicar com os donos dos camarotes do Rio, eles próprios começaram a conversar entre si e não será surpresa se, durante 2020, nascer alguma entidade que os represente e possa “mostrar ao poder público a importância que já tem este negócio”, como antecipa Liporace. Segundo o empresário, para atender a média de 1.500 pessoas que passam por cada dia de desfile (de sexta a domingo, mais o sábado das campeãs) em cada um dos supercamarotes, pelo menos 2.000 empregos diretos e 5.000 indiretos são gerados.

    Para o presidente da Riotur, Marcelo Alves, este crescimento comprova como o Carnaval do Rio vem evoluindo de forma surpreendente. Alves destaca que este foi o melhor Carnaval carioca de todos os tempos, com todos os ingressos para o Sambódromo esgotados antes de a festa começar. “Fico feliz de ver o sucesso das marcas dentro dos camarotes, mas espero que estes anunciantes também percebam o potencial de investir fora dos camarotes, se aproveitando dessa audiência de mais de sete milhões de pessoas que tem o Carnaval carioca”, diz.

    Marcelo Alves e Aldano Alves
    Marcelo Alves, presidente da Riotur, vem de berço publicitário. Seu pai, Aldano Alves (à direita, na foto). atuou por muitos anos na Editora Abril.
    Aê, aê, aê, aê. Ô-u-ô-u-ô-u-ô

    Quem esteve este ano na Sapucaí pode confirmar: o modelo dos grandes camarotes mudou. A exemplo do que se via no Carnaval baiano, com os camarotes do “circuito Barra-Ondina”, os espaços do Rio não se dedicam mais a criar espaços para que os convidados possam assistir as escolas de samba passando.

    Além de verdadeiros estúdios de beleza, com maquiadores, cabeleireiros e massagistas, camarotes como do Globo/Quem, Allegria, Arpoador, Rio Praia, N1, Folia Tropical e o próprio Rio passaram a contar com palcos internos onde, quase que ininterruptamente, acontecem shows que nem necessariamente são de samba. Desde o funk carioca ao Axé baiano, passando pelo rock, se fazem presentes, em volume que — este colunista mesmo presenciou — frequentemente superava em altura o que vinha da passarela do samba.

    Segundo publicou o colunista Ancelmo Gois  no O Globo, estima-se que os cachês já estejam na faixa de R$ 80 mil e R$ 400 mil por cada apresentação.

    A Janela esteve no Sambódromo para o desfile de domingo e registrou mais algumas presenças do mercado publicitário na avenida. Clique nas fotos para ver ampliadas.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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