O Grupo Santander lançou esta semana no Brasil, através da Superdigital, seu braço fintech (ou seja, que une Finança com Tecnologia), um novo produto, o app igualmente chamado Superdigital, que promete substituir o dinheiro vivo nas compras feitas por seus usuários.
A grande novidade no case é que o Superdigital teve a participação de uma agência de publicidade — a carioca Agência3 — desde o início de seu desenvolvimento. Atendendo o Santander há pouco mais de dois anos, a Agência3 levou ao cliente uma ideia que ultrapassou os limites da comunicação: através da divisão Hackerspace3, que lá cuida da área de inovação, foram envolvidos no projeto, como cocriadores do produto, dez dos principais influenciadores digitais brasileiros — entre youtubers, blogueiros, jornalistas de tecnologia e heavy users digitais, que receberam um celular já com o protótipo do Superdigital instalado. Durante cinco meses, eles puderam testar o aplicativo junto com o Santander e sugerir mudanças que pudessem facilitar a vida dos futuros usuários. E, ao mesmo tempo, com isso, o Santander e a Agência3 puderam investigar as tensões na relação dos influenciadores com o dinheiro e com as instituições financeiras.
O processo de trabalho, explica Eduardo Barbato, Vice-Presidente de Estratégia da Agência3, seguiu conceitos do “Disciplined Entrepeneurship – 24 Steps to a Sucessful Startup”, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e do Human-Centered Design, da Ideo. “O processo foi muito rico. A partir das percepções dos influenciadores, percebemos, por exemplo, que ainda tinham funções mal explicadas e que precisávamos de um visual mais popular. Tão importante quanto as melhorias no produto em si, foi o modo como transformamos a nossa própria visão sobre superdigital a partir do workshop”, conta Barbato.
Nas palavras do CEO da Superdigital, Ezequiel Archipretre, o propósito do app é desburocratizar as trocas financeiras, permitindo “transferir recursos para outros usuários de modo tão simples quanto enviar um Whatsapp”.
Linha criativa
Finalmente, já que os influenciadores conheciam o produto como mais ninguém, eles também se envolveram na análise da linha de comunicação, entre diferentes propostas levadas pelos criativos da Agência3. A linha criativa vencedora para a campanha foi a “Não adianta”, que traz em sua defesa o argumento que “seja de plástico ou de papel, o dinheiro, como conhecemos, ficou com os dias contados”.
Foram criados então filmetes ressaltando funcionalidades do produto, mostrando amigos fazendo transferências, vaquinhas, rachando contas, tudo com um simples toque no celular. O dinheiro em papel moeda será retratado em um personagem, sujo, velho, ultrapassado, vestindo um terno de cifras remendado com fita adesiva. Até mesmo a lentidão de um simples processo bancário realizado pela internet estará representada. O “senhor dinheiro” carregará um token no pescoço.
A campanha está entrando no ar essa semana, com destaque para o Google e o Facebook. Em paralelo, a Agência3 continuará apostando no apoio dos cocriadores. Eles serão os primeiros a ter acesso ao Superdigital e poderão indicar, cada um, um grupo de dez amigos para conhecer o produto. Esses, por sua vez, também poderão recomendar outros 50 amigos, formando, assim, a primeira rede de Superdigitais.