A empresa de comunicação CDN apostou no nome do Ministério da Economia e virou o jogo da concorrência pela conta corporativa do órgão, oferecendo um desconto de 59,5% para fazer todo o trabalho de comunicação corporativa da equipe do ministro Paulo Guedes. A verba original do edital era de R$ 23,5 milhões e a CDN garantiu que poderá fazer tudo o que foi solicitado pelo valor de R$ 9,5 milhões.
A proposta, aberta em sessão pública nesta sexta-feira, 06/11, surpreendeu os concorrentes S2Publicom (Weber Shandwick) e FSB, que já manifestaram oficialmente seu interesse em entrar com recurso. Elas vão pedir que a CDN comprove ser possível, pelos valores de mercado, trabalhar com apenas 40,5% da verba, fornecendo 60 profissionais de alto nível para o ministério.
A briga pela conta levou também os concorrentes a aceitarem trabalhar praticamente de graça gerenciando os serviços de terceiros. Enquanto a Weber Shandwick propôs se remunerar por uma comissão de 1,45% sobre estes trabalhos, CDN, InPress e FSB aceitaram receber apenas 0,01%, o valor mínimo possível, já que não seria aceito o percentual de 0,00%.
Com isso, a CDN terminou esta fase da concorrência em primeiro lugar, com 9,47 pontos, deixando a FSB em segundo com 8,96 pontos e a Weber Shandwick, que estava em primeiro na fase técnica, caindo para a terceira posição, com 8,66. A InPress ficou em quarto lugar, com 8,06.
A FSB, vale citar, entrou na abertura de propostas de preço por uma decisão judicial. Desclassificada na fase técnica, a agência impetrou mandado de segurança para prosseguir na disputa enquanto o mérito do seu recurso não é julgado.
Questionada, a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), segundo seu presidente Carlos Carvalho, respondeu que “não faz avaliação de resultados técnicos ou de preços em licitações, por entender que sejam parte do processo concorrencial em uma economia de mercado”.
Foto: Evandro Moreas
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