Claudio Prado  
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Claudio Prado escreve diretamente de Londres para a Janela Publicitária.

Como te conquisto em Londres, querido cliente?

Nesse período de convivência diária com a vida londrina, andando pelas suas ruas na imensa maioria das vezes monocromáticas ou me dedicando a olhar e ouvir todos os seus veículos de comunicação, vi algo que não é percebido logo de cara: a imensa concorrência entre marcas e por atenção em geral.
Nessa megalópole multicultural, cada fatia de atenção conquistada junto aos possíveis consumidores vale muito dinheiro, e a sobrevivência junto a esse tão exigente público.
É fácil ver como a concorrência é forte e como a comunicação permanente é uma estratégia de quase todos os que têm algum serviço a prestar ou produto para vender.
O horário nobre da maioria das TVs tem breaks comerciais muito maiores que no Brasil e já registrei alguns de até 9 minutos anunciando de iogurte a banco, passando por supermercado e telefonia, mas com prosaicos serviços de gás ou feiras vendendo seu negócio.
Metrô de Londres, uma grande mídia.
Nenhum espaço do "tube" é perdido.

Mas o que mais me chamou atenção foi a publicidade out of home em geral e no metrô em particular. Com cerca de 8,3 milhões de habitantes, Londres tem uma das maiores redes de metrô do mundo e transporta diariamente mais de 3 milhões de pessoas num vai e vem interminável e cirurgicamente organizado. Supõe-se que quase 90% dos londrinos andam pelo menos uma vez no ”tube” por mês e aí ele se transformou num dos melhores pontos de contato com o consumidor e é disputado por marcas das mais diversas. O “underground” é para todos e todas as marcas de massa usam seu poder de comunicação de forma eficaz e direcionada numa gama imensa de diversos produtos dirigidos a todos os targets de forma democrática e massiva num turbilhão de oportunidades de leitura.
Nas paredes recurvadas do "tube", cartazes modernos...
... e outros nem tanto.

A cada estação vemos mais e mais publicidade lado a lado mostrando que o faturamento dessa mídia disputa em importância com todos os outros meios, inclusive TV.
O underground é tão poderoso e concentra tantas pessoas que criou uma série incrível de outros produtos que se aproveitam da sua popularidade. Um bom exemplo é o número imenso de painéis do lado de fora em torno das maiores estações, numa profusão de cores e mensagens clamando pelo consumidor.

A proximidade do público atrai a mídia.
Muitas publicações são distribuidas gratuitamente.

Outro fortíssimo produto que gira em torno do público do subterrâneo são as revistas e jornais gratuitos. Para falar de apenas dos dois maiores, Metro e London Evening Standard, suas circulações diárias somadas ultrapassam dois milhões de exemplares e é possível ver em suas páginas de publicidade automóveis e produtos de alta tecnologia disputando espaço e atenção com o tradicional varejo.
Anúncios bancam a mídia gratuita.
E o sampling também é permitido.

Ainda em torno do potencial imenso dos animados tubes com seus shows relâmpagos de artistas invisíveis atrás de uns trocados, há os samplings que, pelo volume de pessoas, se concentram apenas nas estações de seu interesse geográfico e são distribuídos de forma criteriosa por bem-vestidas promotoras.
Considerando que o sistema de transporte é completamente integrado, há ainda os painéis de ponto de ônibus que completam o poder mágico e a influência que esse transporte, que completa 150 anos em 2013, exerce sobre os consumidores e, consequentemente, sobre os produtos e serviços.
Um incrível caso de sucesso na relação do público com o privado.
Mobiliário urbano se beneficia do público próximo.
Com 150 anos, o Metrô de Londres sempre se moderniza.

Claudio Prado, diretamente de Londres para a Janela Publicitária (03/JUL/2013)

 
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