Esta edição da coluna "Propaganda" foi publicada originalmente no jornal Última Hora.
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Uma retrospectiva
A chegada de um novo ano sem champagne, fogos e matérias retrospectivas na imprensa jamais será alguma coisa completa. Por isso é que também nós vamos à lembrança do que houve de mais significativo na propaganda brasileira em 1986, segundo este colunista, é claro:
Janeiro
A indústria publicitária começa 1986 excitada com a perspectiva do ano: um faturamento extra com o Cometa, a Copa e a Constituinte. Seria o ano do "C". Hector Brenner, que havia deixado a presidência da Denison, assume a vice da Expressão, agência pertencente à Varig. Na ABA - Associação Brasileira de Anunciantes, toma posse um presidente carioca: Marcos Felipe Magalhães, da Coca-Cola, No final do mês, oficializa-se a Unepro - União Nacional das Empresas de Propaganda, entidade criada para representar as pequenas e médias agências, principalmente contra a ABAP - Associação Brasileira de Agências de Propaganda. Até o final do ano mostrou pouco a que veio.
Fevereiro
O Cruzado. Ninguém sabia se seria bom ou ruim para o setor. Na verdade, até hoje as opiniões são contraditórias. Para os veículos, foi um grande susto: a despeito do crescimento inicial das tiragens, as tabelas de preço para veiculação foram congeladas e muitos jornais tiveram que cortar páginas. A MPM-SP pega a conta da Eucatex, empresa do Paulo Maluf.
Março
O Jornal de classificados Balcão passa a tirar duas edições semanais. O Carrefour troca de agência e vai para a Salles. A Estrutural ganha o Norteshopping. No Colunistas-Rio, a DPZ é Agência do Ano, Armando Strozemberg o Publicitário, Herculano Siqueira o Profissional, Banerj o Anunciante e O Planeta Diário o Veículo do Ano.
Abril
O jornal O Estado de São Paulo cria um Caderno 2. Era o único grande jornal a não ter um segundo caderno. No Colunistas-Nacional, DPZ é Agência do Ano, Nelson Homem de Mello o Publicitário, Jorge Adib o Profissional, Volkswagen o Anunciante e RBS-TV o Veículo. A Giovanni pegou toda a conta da Casas Sendas; já que a Casa, house da Sendas com a MPM estava fechando.
Maio
Morre Ignácio Machado, com 27 anos, perda irreparável para a pesquisa brasileira. Armando Sant'Anna é eleito presidente da Unepro. A Embratur admite duas agências multinacionais vencerem sua concorrência: a Standard e a F. J. Young & Rubicam, além das nacionais DPZ, Artplan e Foco. As entidades publicitárias protestam. Surge no Rio o GAP Grupo de Atendimento e Planejamento do Rio, reunindo os profissionais do setor. Carlos Campana (Almap) é o primeiro presidente. A Xerox entrega sua conta institucional à MPM. A ABP escolhe os vencedores do seu Prêmio Comunicação 85: Standard como Agência, RBS como Veículo, Ulysses Guimarães como Personalidade.
Junho
Maurice Cohen deixa a SGB para ser o V.P. executivo da Scali, McCabe, Sloves no Rio. O comercial "Democracia", da Contemporânea para o JB, ganha um Leão de Prata em Cannes. O Brasil perde a Copa e a publicidade engole em seco a comemoração não havida.
Julho
A Esso decide deixar a McCann Erickson depois de 51 anos e abre concorrência. Jomar Pereira da Silva é reeleito presidente da ABAP-RJ. Uma terrível: as indústrias de cigarros decidem suspender a propaganda por seis meses. A coluna Janela Publicitária, iniciada por Marcia Brito na Tribuna da Imprensa, completa 9 anos de publicação, então no Monitor Mercantil. A VT UM recebe da CBS um disco de platina pelo comercial/videoclip de Julio Iglésias para a Davene.
Agosto
A conta da Sunab vai para a Almap. O pool de agências que atendem o Governo do Rio se reduz de 17 para 5 empresas: Abaeté, Denison, Giovanni, Pubblicitá e VS Escala. O Ponto Frio decide deixar a SGB para montar uma house-agency, dirigida pelos profissionais que cuidavam da conta na própria SGB. A DPZ-Rio pega a conta da Cerveja Kaiser. A Norton faz acordo com a multinacional Bozell, Jacobs, Kenyon & Eckhart. Washington Olivetto deixa o emprego na DPZ para ser presidente da W/CGK, levando, pouco depois, as contas da Grendene e Bombril.
Setembro
A conta do uísque Teacher's vai para a Scali-Rio. A EBN passa a veicular a propaganda legal do Governo, que era feita pelas agências privadas. O Ministério da Previdência divide sua conta entre 12 agências, em concorrência polêmica pelos critérios adotados.
Outubro
O MEC entrega sua conta a sete agências: Almap, Artplan, Delta, MPM, Pubblicitá, Salles e SGB. Morre em acidente Rogerio Steinberg, um dos mais brilhantes criadores que a publicidade brasileira já teve. Hayle Gadelha é o novo presidente do Clube de Criação do Rio. Mozart dos Santos Mello assume a vice-presidência da SGB no Rio. A ABAP-Rio realiza o seu II VT Búzios, consagrando o Festival de VT Publicitário. O comercial "Tribunal", da Thompson para a Rio Gráfica, vence o Grand Prix do 8° Festival Brasileiro do Filme Publicitário, da ABP. A Thompson também ganha a badalada concorrência da Esso. O Globo suspende a sua coluna "Panorama Publicitário" e o Jornal do Commércio a coluna "Marketing". O Grupo de Mídia se reorganiza no Rio, tendo Antônio Jorge Pinheiro, da Artplan, como Coordenador Geral.
Novembro
Herculano Siqueira, da Denison, é homenageado pelo mercado carioca por seus 40 anos de profissão.
Dezembro
A ULTIMA HORA relança, com este colunista, a sua coluna publicitária. O Grupo Sima, de Affonso Vianna, passa a ser composto por 7 empresas de representação. O Ministério da Reforma Agrária e o Incra escolhem como agências a Adag, Escala e MPM. A VS Escala pega a conta da Supergasbrás. Jomar Pereira da Silva sai da presidência da CBBA/Propeg-Rio contratado como V.P. da Expressão no Rio. Viviano Caldas assume na CBBA. Elysio Pires, o principal executivo da MPM decide deixar a agência para trabalhar no Governo de Moreira. José Eduardo Guinle é eleito presidente da ADVB-Rio, a Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Rio de Janeiro. Marcos Felipe Magalhães, presidente da ABA, deixa a diretoria de marketing da Coca-Cola para ser engarrafador do refrigerante em Goiânia. O Ministério da Saúde escolhe Denison, Escala e Módulo como suas agências. Acaba a revista ADM-Administração e Marketing, editada desde 1979.
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