Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Marketing & Publicidade - Edição de 24/ABR/1988
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Fashion Mall vai para Oficina

A conta do shopping São Conrado Fashion Mall, está mudando de mãos: sai da Caio Domingues e vai para a Oficina, que com isso passa também a veicular propaganda, além de atender clientes para a área de planejamento e criação.
A conquista da conta coincide com uma mudança radical na própria estrutura da Oficina. Criada pela profissional de planejamento Nádia Rebouças, depois que ela deixou a Caio, onde era diretora de planejamento, a Oficina acabou atraindo o interesse de outros profissionais que já haviam trabalhado com Nádia. Dois deles, inclusive, acabam de se transformar em sócios da agência: o redator Ney d'Azambuja Ramos, também ex-Caio, e Axel Chaves, que até esta semana era o diretor de marketing do próprio São Conrado Fashion Mall.
A Oficina está instalada na Av. Visconde de Pirajá, 414 grupo 303, e seu telefone é 267-0641.

Vulcan vai fabricar colchão em franquia

Diversificando sua política de atuação, a griffe Pierre Balmain, dirigida no Brasil pela Danley Difusão Internacional, passa a disputar o concorrido setor de colchões, um mercado que absorve anualmente perto de 12 milhões de unidades, 75% dos quais de colchões de espuma.
Para fabricar seu produto — um colchão de espuma-mola com características técnicas inéditas no Brasil, no qual a mola é substituída por alvéolos nas camadas de espuma superpostas — a Pierre Balmain escolheu a Vulcan Materiais Plásticos, empresa que há 40 anos participa desse mercado, liderando as vendas de colchões de espuma no segmento socioeconômico A/B.
Roberto Banfi, diretor-geral da Pierre Balmain, revela que o investimento inicial no lançamento do produto é da ordem de US$ 450 mil. "Nossas previsões iniciais indicam que, até o final do ano, o volume de vendas dos colchões Pierre Balmain deverá superar a casa das 50 mil unidades".
A política de distribuição do produto, concentrada nas regiões sul e sudeste, terá como alvo os magazines e as lojas especializadas. O lançamento terá como sustentação uma ampla campanha publicitária veiculada em televisão e revistas, desenvolvida pela Agnelo Pacheco, além de uma série de promoções junto ao setor varejista.
Hoje, a griffe Pierre Balmain conta com mais de 15 licenciados nos segmentos de moda masculina, feminina, jeans, linha praia, acessórios em couro etc. Até o final do ano, a empresa espera ao menos dobrar este número.

Coca faz promoção em SP com 6 miniaturas.

Promoção Mini-Coke: A Volta ao Mundo em 15 TampinhasCom o tema "A Volta ao Mundo em 15 Tampinhas", a Coca-Cola está trazendo para seus consumidores — inicialmente no Estado de São Paulo —  uma promoção de bons resultados comprovados no mundo inteiro, mas que continua com seu encanto e atualidade: as miniaturas internacionais.
Atingindo especialmente as crianças, um segmento de público em permanente renovação, a miniaturas de Coca-Cola poderão ser conseguidas à base de troca de 15 tampinhas ou 15 selos de copos de post-mix.
Dentre as 12 logotipias de Coca-Cola existentes no mundo, 6 foram selecionadas para formar a nova coleção Mini-Coke: Estado Unidos, Bulgária, Tailândia, Coréia, Marrocos e Japão.
A meta da Coca-Cola é distribuir 6 milhões de miniaturas, entre garrafinhas e caixinhas, nesta fase paulista da promoção, que durará até o final de maio. Considerando que toda tampinha de Coca estará marcada, isto significará a venda de 90 milhões de garrafas ou copos.
Apesar de não ser uma decisão já tomada, é muito provável que, após o término da promoção da Mini Coke em São Paulo, a Coca-Cola inicie o mesmo esforço no Rio de Janeiro e demais mercados do País.

SLBB começa com previsão de faturar US$ 4,5 milhões

A SLBB — Sam, Lew, Brett & Ben — já está funcionando em São Paulo, oficializando a promessa feita pelos grupos Vila Romana e Vicunha, através de André Brett, presidente do primeiro, e Benjamin Steinbruch, superintendente do segundo, de se unirem a Samuel Szwarc (ex-diretor de comunicação da Estrela nos últimos 18 anos) e Jacques Lewkowicz (ex-vice-presidente de criação da Standard, Ogilvy & Mather nos últimos anos) para terem sua própria agência de propaganda.
Modestamente, a agência inicia suas operações com um faturamento previsto de US$ 4,5 milhões para 1988, com possibilidade de aumento de 10 a 20% até o final do ano. Além das contas óbvias do Grupo Vila Romana, para as linhas Calvin Klein e Pierre Cardin, e do Grupo Vicunha (as três saídas da Fischer, Justus, Young & Rubicam), a SLBB leva também a parte da conta dos Brinquedos Estrela correspondente ao gorila Murfy e à boneca Babysol (que serão lançados em agosto), e ainda a comparativamente pequena Maringá Passagens e Turismo, mas que a agência identifica como a maior empresa de vendas de passagens da América Latina.
A primeira grande campanha da SLBB — e que a maior expectativa está gerando, também — deve acontecer em maio, para os jeans Calvin Klein. Ainda em desenvolvimento, não se sabe se manterá o clima neurótico dos comerciais realizados pela F,J,Y & R.
Valendo-se, porém, da redução dos custos publicitários, já que parte da comissão da agência agora reverterá para a empresa, como house-agency que a SLBB é, a Vila Romana deve comparecer com uma pesada presença na mídia.
A SLBB está funcionando à Rua Conselheiro Brotero, 1409, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, com os telefones (011) 825-2625 e 826-5463. Samuel Szwarc atuará como seu presidente e principal executivo de atendimento. Jacques Lewkowicz será vice-presidente, comandando a área de criação. O diretor de mídia é Joaquim "Juca" Eustáquio Ferraz (ex-Norton, Almap, Gang e Setembro), e o gerente de operações é Jorge Marinhas (ex-JWT, Novagencia, Sharp e Guimarães e Giacometti).

Seagram investe em Orloff

Seagram: Consumo de Vodka comparado ao de Whisky em 1988
O carioca perde de longe com o bebedor de vodca, pelas pesquisas da Seagram

Este ano deverão ser consumidos no Brasil 18,7 milhões de litros de vodca, volume 5% inferior ao registrado em 1987.
Apesar desta expectativa negativa, a vodca Orloff, produzida desde 1960 pela Seagram — deverá manter a sua participação de15% no segmento Premium.
Para conservar essa liderança, a empresa pretende investir ao longo deste ano US$ 1,5 milhão em atividades de publicidade e promoção, mantendo um esforço que permitiu, segundo o diretor de marketing da Seagram, Paulo Krieger, que de uma participação de 8% do mercado em 1984, Orloff saltasse para 15% no ano passado.
Em 1987, inclusive, as vendas de Orloff foram responsáveis por 15% do faturamento de U$ 100 milhões alcançados pela Seagram do Brasil, números que deverão ser repetidos este ano.
A vodca Orloff é produzida desde 1960 no Estado do Rio de Janeiro, na fábrica que a Seagram mantém em Resende. A produção atual é de 60 mil litros por dia.

5ª Avenida barateia, mas ganha mais.

A 5ª Avenida conseguiu em fevereiro um crescimento nominal de vendas de 800% em relação aos números do ano passado, segundo o seu diretor José Eduardo Rabello, que considera este número extremamente relevante, já que, segundo o Clube dos Diretores Lojistas, o resultado médio do mercado naquele mês foi de 284%, o que ficou abaixo da inflação.
O diretor da 5ª Avenida credita seu bom desempenho à estratégia adotada pela empresa, a partir do início deste ano, de ganhar a partir do aumento na rotatividade do estoque. Para isto, a 5ª Avenida tem estado constantemente em promoção, assumindo vendas em quatro vezes sem juros.

Praianinha sofistica-se e muda sabor e rótulo

Praianinha, da ThoquinoA Thoquino está lançando, no mercado do Rio de Janeiro, a nova Praianinha com aroma diferente das demais aguardentes e sabor mais suave, além de novo rótulo.
A decisão de mudar totalmente a Praianinha, que estava sendo fabricada há mais de 40 anos com o mesmo processo, foi tomada depois que a Santos Diniz, empresa de pesquisas do Grupo Pão de Açúcar, constatou a necessidade de atender às novas exigências dos consumidores.
A produção inicial da nova Praianinha será de 80 mil caixas/mês e a Thoquino acredita que a aguardente vai estar nos primeiros lugares do mercado dentro de poucos meses, principalmente porque o produto será lançado com uma campanha, criada pela Publinews, de 30 milhões de cruzados, aplicados unicamente no mercado carioca.

MKT MIX

CURTAS

• Ângelo Frazão Neto, da McCann-São Paulo, está representando as McCann do Brasil e da América Latina no Worldwide Media Meeting da agência em Nova York. Frazão foi fazer uma apresentação sobre a mídia no Brasil.
• A Redibra, representantes de Disney no Brasil, contratou Ivan Hannickel (ex-Playboy) para desenvolver projetos nas áreas de film licensing e promoções, e Claudia Rosenthal (ex-Claudia Moda) para cuidar do atendimento na área têxtil.
• O Rio ganhará um Guia Turístico, a partir de agosto, com ênfase na hotelaria e na estrutura de lazer do Estado. O Guia será editado anualmente, com 100 páginas e textos em português e inglês. O apoio é da Itatiaia Turismo, Funtur e TurisRio.
• Falando em marketing turístico, a Itatiaia teve uma boa ideia: criou um Departamento de Saúde e Lazer, para promover uma espécie de turismo pouco explorada: a saúde física e mental aliada ao lazer. O primeiro trabalho do departamento foi o programa esotérico Brumas de Avalon, realizado em Engenheiro Passos e que reuniu pessoas de todas as idades num encontro místico orientado por psicólogas e parapsicólogas.
A ideia de fazer eventos pelo interior do Brasil, segundo Francisco Garcia, diretor da Itatiaia, é atender à demanda das pessoas que, antes da crise econômica, viajavam para a Flórida e para a Europa.
• Pela terceira vez consecutiva, a Texas Instrumentos, de Campinas, recebeu da Associação dos Produtores Teatrais de Campinas uma homenagem como uma das empresas que mais tem apoiado e divulgado o movimento teatral amador da cidade. Ajudar no patrocínio de trabalhos teatrais — inclusive amadores — é algo que merece aplausos de pé.
• No Rio, por exemplo, a Merck S/A vai patrocinar a produção da peça A Idade do Sonho, de Tonio Carvalho, no Teatro Sesc da Tijuca. Palmas também para a Merck.
• A Klabin indústria de papel e celulose, investiu 45 mil OTNs no co-patrocínio de campanha "Turismo Ecológico", promovida pela Embratur. O objetivo é puramente institucional, para mostrar que é possível se realizar uma atividade industrial sem ser predatório com a natureza.
Giovanni para Consórcio YamamotoAproveitando a liberação pela Receita Federal da formação de novos grupos de consórcios, a Yamamoto começou a veicular um anúncio criado pela Giovanni para relembrar ao público que, a despeito do nome que lembra muito Yamaha e moto, a empresa trabalha com consórcio para todas as marcas de veículos fabricados no Brasil. A criação foi da dupla Guto de Paula e Vicente Nolasco, e a aprovação de Wilson Zeitune.
• A Kodak vai mudar mundialmente o nome de seus filmes Kodakolor VR-G para Kodacolor Gold, dentro de uma estratégia de marketing global. Deve ser para se adequar mais aos preços dos filmes, que estão caríssimos.
Na área profissional de fotos publicitárias e jornalísticas, a Kodak está colocando no Brasil o filme Ektachrome Iso 100 Plus, que apresenta verdes, azuis, amarelos e vermelhos mais ricos e conserva a neutralidade dos tons da pele. O objetivo é juntar a maior velocidade à qualidade de cor de filmes menos sensíveis.
• Estão engrossando as fileiras de anunciantes dispostos a patrocinar campanhas de combate ao cigarro. No Espírito Santo, por exemplo, a Salibras, fabricante do Sal Globo, está patrocinando uma campanha criada pela Divisão de Propaganda e assinada pela Liga Espiritosantense Contra a Tuberculose, com diversos outdoors combatendo o vício.
• As campanhas anti-fumo só tendem mesmo a crescer. Fumar é um direito inalienável de qualquer cidadão. Mas no momento em que o sujeito acende um cigarro fora de sua própria casa ou de seu carro, e procura obrigar os outros a respirar a sua fumaça e a carregar, nas suas roupas e nos seus cabelos, o cheiro infame do cigarro, ele está extrapolando os seus direitos.
• Fumar em público é falta de civilidade. Tanto quanto cuspir no cão, soltar gases no elevador, falar alto no cinema, avançar o sinal em rua movimentada, pichar paredes com spray, estacionar com as quatro rodas na calçada, jogar frescobol na beira da praia, deixar o cachorro evacuar na calçada, e tantas outras coisas desagradáveis que o fumante sabe criticar nos outros, mas não consegue ver em si próprio.
• A Editora Abril considera que sua publicação Lojas & Escritórios, editada pelo Grupo Casa Claudia, teve tão grande aceitação do público que, para este ano, três novas edições foram programadas. Além da que está nas bancas, haverá outras em julho e novembro.
• O Jornal do Brasil entrega no próximo dia 17, no Le Buffet, os diplomas do 5º Prêmio JB de Anúncios em Jornais.
• Uma boa ideia a promoção "Aconteceu no Iguatemi", que está fazendo o Shopping Iguatemi, de Porto Alegre, por reforçar os vínculos emocionais do cliente com o shopping. Para participar, o cliente deve entregar, no shopping, uma história em até 30 linhas contando alguma coisa "muito engraçada, comovente ou deliciosamente imprevista" pela qual ele tenha passado quando estava no Iguatemi. As 30 melhores histórias, nas categorias: Adulto (acima de 19 anos), Juvenil (de 11 a 18 anos) e Infantil (até 11 anos) receberão prêmios, que vão do Sitskates a TVS e videocassetes.
• A Avigal, fabricante de cosméticos, está lançando no Brasil sua linha "Apruma", de produtos de tratamento de cabelos a base de henna, produzida já no país, e que, segundo Denyse Amorim de Oliveira, gerente de produto, nada fica a dever à henna importada tradicionalmente tão disputada pelas mulheres.
• O consumidor brasileiro simplesmente adora livros de receitas. Tanto que a Cia. União de Refinadores de Açúcar e Café não mais parou, desde que iniciou, há uns quatro anos, com a promoção de trocar embalagens por livros de receitas. Este ano, a promoção continua exatamente igual, só que o livro apresenta "A Volta ao Mundo em 120 Receitas", de 10 diferentes países.
O sucesso do esquema é tão seguro que fabricantes de açúcar de outros Estados copiam a promoção igualzinho a nível regional.

CONTOS & CONTAS

Genilson Gonzaga

Se a energia cai, a economia encolhe

Não venham com falsos ufanismos nem idiotas injeções de entusiasmo, pois o País está encolhendo e, por irresponsabilidade das suas arrogantes autoridades maiores, não sai tão cedo dessa entaladela, correndo o risco de mergulhar na escuridão durante semanas a fio, além de se ver premido a um racionamento sem precedentes de energia elétrica até mesmo nos mais avançados centros industriais.
É uma loucura deixar como está para ver como fica — e é assim que há uma década se procede com a Eletrobrás, negando-lhe os recursos necessários a investimentos em obras indispensáveis para a situação não ficar mais deplorável do que já está.
Estamos no mato sem cachorro, pois o caso é crítico. Se houve uma queda no consumo de energia elétrica de um ano para outro, a economia encolheu ou cresceu como rabo de cavalo, isto é, para baixo. Mas se essa queda foi ditada pelo racionamento inevitável porque a fonte secou, a autoridade não tomou providências em tempo hábil, a coisa fica pior ainda.
E mais grave quando a queda do consumo é espontânea em algumas regiões e compulsória pelo racionamento em outras, transformando-se em irresponsabilidade quando não se vislumbra a mínima intenção superior numa questão cujo equacionamento exercerá decisiva influência em nosso futuro.
A verdade é que, durante cinco anos consecutivos, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu a uma taxa média anual de 8,4% ­ crescimento modesto que, entretanto, mereceu foguetório de certas autoridades encasteladas no Planalto.
O diabo é que esse consumo em 1987 cresceu "apenas 3,2%", entre outros fatores, por motivo da "menor expansão da economia" e ao racionamento que azucrinou o Nordeste durante larga temporada, conforme se extrai do relatório da Eletrobrás aos seus acionistas, defrontando-se, há cerca de 10 anos, com "tarifas insuficientes para atender aos requisitos de expansão do sistema".
Como as tarifas não correspondem à realidade, o prejuízo no exercício passado foi de Cr$ 5,711 bilhões, pois, na última década, a Eletrobrás e suas controladas "viram-se obrigadas a recorrer a uma fonte de endividamento com o objetivo de fazer face aos investimentos que se tornaram necessários".
Em 1987, "o desequilíbrio ocorrido entre a variação cambial média incidente sobre a cesta de moedas que compõe a dívida externa do Grupo e a OTN utilizada na correção dos ativos, conduziram a uma diferença de 58% (395% contra 337%), deteriorando o resultado da empresa em cerca de Cr$ 28,5 bilhões, quando consideradas as dívidas diretas e a perda cambial das controladas" — enfatiza o engenheiro Mário Bhering, presidente da Eletrobrás, evidentemente que constrangido.
A Eletrobrás, entretanto, é bem administrada. Incompetente e insensato é quem lhe nega recursos, mesmo sabendo dos perigos que corremos a curto prazo se a empresa não puder cumprir o plano de obras e tendo conhecimento de que 27,3 milhões de brasileiros, segundo a Seplan, no Plano de Ação Governamental, ainda não conseguiram ingressar na era da convivência com a energia elétrica.
A opção não foi pelo social, mas pelo atraso. Sorrindo nas fotografias, os homens estão dando tudo pelo retrocesso. E dando uma tremenda banana para São Marketing e Nossa Senhora da Propaganda.

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