Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Fábio e Brandão, 1ºs no Rio.
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Fábio Fernandes foi o redator mais premiado pelo Colunistas-Rio. |
O redator Fábio Fernandes e o diretor de arte Paulo Brandão, ambos da Artplan, foram os criadores mais premiados no 7º Prêmio Colunistas-Rio, e receberão, durante a festa de entrega da premiação, seus diplomas do "Prêmio Rogério Steinberg", concedido pelos organizadores do ColunistasRio para os profissionais de criação que maior número de pontos tenham somado através dos seus trabalhos.
Para este levantamento, a secretaria do Colunistas considera 7 pontos para a conquista de um Grande Prêmio, 5 pontos por um Diploma de Ouro, 3 pontos por um Diploma de Prata e 2 pontos por um de Bronze.
Dentro deste critério, curiosamente Fábio Fernandes e Paulo Brandão alcançaram o mesmo índice: 60 pontos em 13 trabalhos. Só que o redator por 2 Grandes Prêmios, 7 Ouros, 3 Pratas e 1 Bronze, enquanto que Paulo Brandão por 1 Grande Prêmio, 9 Ouros, 2 Pratas e 1 Bronze.
Também receberão, como redatores, seu diploma do Prêmio Rogério Steinberg os criadores Mauro Matos, da Contemporânea, que ficou com um excepcional segundo lugar ao alcançar 59 pontos (1 a menos que Fábio Fernandes), com 2 Grandes Prêmios e 9 Diplomas de Ouro; e Marcos Silveira, da Artplan, chegando em terceiro com 38 pontos, obtidos por 7 Diplomas de Ouro e 1 de Prata.
Entre os diretores de arte, o segundo lugar ficou com Cristóvão Martins, com 54 pontos conseguidos por seus diplomas em 2 Grand Prix e 8 Ouros. E o terceiro, que também dará direito ao Prêmio Rogério Steinberg; ficou com Júlio Shimamoto, da Thompson, ao alcançar 15 pontos em 2 Diplomas de Ouro, 1 de Prata e 1 de Bronze.
O caráter mais exigente do júri, este ano, fez com que as demais posições ficassem muito pulverizadas. Mas vale registrar que chegaram em 4º lugar o redator Fred Coutinho, da Provarejo, com 18 pontos (3 Ouros e 1 Prata) e o diretor de arte Carlos Garcia, também da Provarejo, com 13 pontos (por 2 Ouro e 1 Prata). E em 5° das dezenas de outros profissionais premiados, conseguiram brilhantemente chegar o redator Nei Leandro, da Salles (15 pontos, com 3 Ouros), e o diretor de arte Rogério Cavalcanti, da Giovanni (12 pontos, por 4 Prata).
A festa do 7º Prêmio Colunistas-Rio está marcada para o dia 8 de agosto, no Hotel Intercontinental, quando estes criadores serão homenageados pelo mercado carioca.
Agências em Minas vivem a crise por atender o governo.
A publicidade mineira, que, para compensar a falta de grandes anunciantes na região, depende tanto das contas dos governos estadual e municipal, não conseguiu sair do clima de guerra desde que Newton Cardoso assumiu. As últimas de lá, contadas pelo Edison Zenóbio, do Estado de Minas, são que a Hoje (do presidente do Sindicato de Agências local, Hamilton Gangana) deixou o pool de quatro agências que formavam a MG-4, criada por ela mais a Asa, Facta/Agnelo (União da Facta com o publicitário paulista Agnelo Pacheco) e a JMM, especialmente para atender ao governo.
E a Facta/Agnelo, mesmo tendo até ganho prêmios para a campanha do Bemge — "Nem tudo que sobe cai"-, perdeu a conta por desavenças com o presidente do banco, José Luís Rocha. A notícia é surpreendente, pois se imaginava que Agnelo teria um acesso fortíssimo a Newton Cardoso. Ao que parece, não tinha.
O Bemge, além de no meio do processo, passar a ter o jornalista Demostenes Romano como seu superintendente de marketing, agora está com agência nova: a SMP&B, sucessora da Standard no mercado mineiro, e que já foi por três vezes Agência do Ano naquelas gerais.
Contemporânea pega Vereza como reforço
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José Guilherme Vereza trocou a Denison pelo desafio criativo da Contemporânea. |
A Contemporânea acaba de levar para sua supervisão de criação o experiente e premiado redator José Guilherme Vereza, que estava como diretor de criação da Denison-Rio.
Vereza, conforme noticiado aqui em 1987, quando da cisão entre a Denison-Rio e a Denison-São Paulo, deveria receber inclusive participação acionária naquela agência, mas não resistiu à proposta de trabalhar na Contemporânea, atraído pelo pique criativo que a agência vem desenvolvendo desde a sua fundação (este ano foi a segunda mais premiada do Colunistas-Rio).
A contratação de Vereza, explica Mauro Matos, diretor da Contemporânea, faz parte da nova linha administrativa da empresa, de aumentar seus investimentos em pessoal, principalmente na criação, para manter o nível de qualidade que o próprio mercado espera da agência, nos trabalhos de todos os clientes.
Agora, na criação da Contemporânea, Mauro Matos fará o papel de "libero", ficando as duplas de redator e diretor de arte compostas, respectivamente, por José Guilherme Vereza e Cristóvão Martins, Arnaldo Rozencwaig e Wilson Nobrega, e Marcio Pereira e Tarcísio Dantas (ex-DM-9).
Um bom exemplo desta nova fase da agência é a campanha de lançamento da "Overconta Bozano, Simonsen". É o primeiro trabalho da dupla Arnaldo-Wilson, que sob a direção de criação de Mauro, valorizou as páginas de jornais desta semana, com o bem sacado "Tira da conta e põe no open. Tira do open e põe na conta...". A Contemporânea não só fez a campanha, como criou o nome do produto, fechando tudo com uma assinatura que é definitiva: "A Conta-Corrente que rende".
Souza Cruz testa mais Lucky Strike.
Após 120 dias de testes na região de Campinas — cidade considerada atualmente como um dos melhores mercados-piloto de novos produtos —, a nova marca de cigarros Lucky Strike está sendo introduzida no mercado de São José do Rio Preto pela Souza Cruz, para uma nova avaliação do produto, antes de estendê-lo para o restante do País.
Em Campinas, a marca foi lançada na versão Box, ao custo de Cz$ 42,00, buscando principalmente as classes A e B. Agora, em Rio Preto, Lucky Strike está sendo testado nas versões Box e Maço, este ao preço de Cz$ 30,00. Segundo o primeiro levantamento efetuado através de pesquisa de mercado, os fumantes rio-pretenses estão aceitando bem a nova marca, comprovando o resultado conseguido inicialmente em Campinas.
Lucky Strike é um cigarro "full flavor", com ponteira de cortiça, e oferece a promessa de uma mistura entre o sabor do fumo e a suavidade ao mar.
A chegada de Lucky Strike ao Brasil está sendo marcada por uma campanha publicitária com o tema "A Ousadia de Ser Livre", composta por filmes de 60 e 30 segundos para televisão e cinema, spot para rádio de 30 segundos, anúncios em jornais, além de uma extensa linha de material de ponto de venda, outdoor e backlight.
Além disso, um grande esforço promocional também está sendo realizado através de uma equipe de promotores, utilizando motos e veículos de apoio, que circulam por pontos estratégicos das cidades, fazendo distribuição gratuita do produto em embalagens de 4 cigarros, o que permite prever a transformação deste lançamento num dos mais importantes do mercado brasileiro no ramo.
Aba continua na luta pelo direito de anunciar.
• Marcos Felipe Magalhães
A base do trabalho da Aba para os próximos dois anos será no sentido de garantir a liberdade de anunciar e de aumentar a eficiência da propaganda.
A posição da Aba é a de defender a total liberdade de anunciar, como um direito fundamental de toda a empresa, legalmente constituída e de todo o produto legalmente fabricado e comercializado.
Nesse sentido, a Aba é contra toda e qualquer forma de censura, seja de caráter público ou privado, e sua atuação sempre será no sentido de fazer valer esse direito do anunciante, que se equivale ao direito de livre expressão do cidadão.
A contrapartida da total e absoluta liberdade do anunciante deve ser a equivalente total e absoluta responsabilidade por sua propaganda. Nesse sentido, a Aba é signatária do Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária e fundadora do Conar, órgão que administra o cumprimento do Código.
Como signatária do Código, a Aba acredita que este é o único instrumento normativo que os anunciantes devem seguir, acatando suas determinações e respeitando as decisões dos organismos criados pelo Conar para avaliar e julgar qualquer pendência na área de propaganda.
A Aba não acredita na eficiência de qualquer normatização de caráter oficial para a propaganda e é radicalmente contrária a qualquer tentativa de limitar, reduzir ou cercear a liberdade de anunciar por parte da legislação. Experiências internacionais indicam que a melhor alternativa tem sido a da Auto-Regulamentação e, por isso, esta é a alternativa defendida pela Aba.
Com relação ao segundo aspecto da plataforma da entidade para 88/90 — a eficiência da propaganda — o objetivo será o de maximizar o retorno que o anunciante tem de suas aplicações publicitárias, contribuindo para que as empresas melhorem sua performance no campo da propaganda.
Para isso, a Aba vai trabalhar pela maior aproximação entre anunciantes, agências, veículos, produtoras e fornecedores, pela melhoria do padrão profissional dos executivos de propaganda dos anunciantes, pelo desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre a ação da propaganda na sociedade pela disseminação das novas tecnologias publicitárias.
* Marcos Felipe Magalhães acaba de ser reeleito para presidir, por mais dois anos, a Aba — Associação Brasileira de Anunciantes. Ele é, também, diretor das Organizações, José Alves, fabricante da Coca-Cola em Goiânia. |
MKT MIX
Free vence disputa pela Carbras Mar
Depois de uma concorrência publicitária que envolveu inclusive grandes agências, a Carbras Mar, uma das maiores fabricantes de barcos do país, decidiu entregar a sua conta para a Free, agência do criador Paulo de Tarso. E diz ele que o objetivo da Carbras Mar, para este ano, é disputar mais agressivamente o mercado, dando uma boa retomada na sua presença como anunciante.
A Free cuidará tanto da criação como da veiculação das novas campanhas da Carbras Mar.
Mais um Ministério abre concorrência.
No próximo dia 14, em Brasília, abre-se mais uma chance para as agências que têm lobby no Ministério da Educação conseguirem uma parte de sua conta. É que às 9 horas será aberta a concorrência Pública nº 001/38-DA/DMP/MEC, para contratação de "empresa para a execução de serviços de divulgação, publicidade, programas e campanhas promocionais, inclusive estudo, planejamento, criação, produção, distribuição, divulgação, veiculação e controle, a serem prestados ao Ministério da Educação, seus órgãos e entidades vinculadas e subordinadas".
Para informação dos interessados, o presidente da Comissão de Licitação será Ivo Borges de Lima, e os demais membros serão Aldo Vinholes Magalhães, Dante Teixeira Maciel e Maria das Graças Barbosa de Andrade.
CURTAS
• O Brasil não conseguiu emplacar nem um finalista no Festival de HoIlywood, cujos resultados serão divulgados na próxima semana. A Inglaterra e o Japão, dos países estrangeiros, lideram a corrida com 17 finalistas cada. O Canadá colocou 7, e em terceiro ficaram a Austrália, França e Itália, com cinco cada. Até Singapura e Noruega conseguiram ter seus representantes no short-list do festival.
• O redator Classir Scorsato, conhecido nas bandas do Rio, está agora agitando em Curitiba. É o novo diretor de criação da JJ Comunicação, fazendo dupla com o argentino Elio Palumbi, ex-McCann.
• Outro que deixou o Rio foi Renato Loes, em direção à McCann de Atlanta, EUA, onde já está integrando o grupo responsável pelo atendimento da conta internacional da Coca-Cola.
• A revista Bolsa passou de semanal para mensal. Com a loucura da economia brasileira refletindo numa loucura maior da Bolsa de Valores, e com os custos astronômicos para se colocar uma revista em circulação, não devia estar sendo fácil para a Bolsa sair com 4 edições mensais.
• A Globo Computação Gráfica é que está cuidando da produção das novas vinhetas que abrirão as programações da Rede Globo em 1988. Até o Jornal Nacional terá nova abertura, feita pela equipe de José Dias.
• A Timing Desenvolvimento Organizacional vai realizar no próximo dia 11, sexta-feira, no Leme Palace Hotel, mais um Seminário de Administração de Tempo, destinado a executivos e empresários interessados em aumentar a eficácia pessoal e gerencial através do melhor uso e administração do tempo. O apresentador do seminário é Boris Drizin, diretor da Timing, e as informações podem ser conseguidas pelo telefone (011) S75-1180, em São Paulo.
• A Johnson & Johnson distribuiu, no mês de fevereiro, mais de um milhão de amostras de seus cinco tipos de fios dentais, em anúncios de página dupla com o titulo "Escolha o tipo que mais se adapta a você". A empresa está investindo fortemente na área de educação da higiene bucal, criando até novos produtos para aproximar as crianças da prática de escovar os dentes. A última novidade da J&J é a escova Johnson's Jr. com aroma de cereja, morango, uva ou tutti-frutti. Que pena que no tempo da gente isso não existia...
• Humberto Saad está com mais uma linha de produtos licenciada: calçados, que terão a marca Dijon. Quem vai fabricá-los é a Flama, do Rio Grande do Sul, que já faz a conhecida Francesinha. A empresa lançaria desde chinelos esportivos de PVC a sapatilhas femininas de tecido, numa produção que deverá atingir em torno de 100 mil pares por mês.
• Phydias Barbosa acaba de lançar a edição 88 de seu excelente Guia de Produção, com uma extensíssima relação de profissionais e empresas envolvidos com a produção de RTVC e fotografia no Brasil e nos Estados Unidos. É um guia imperdível para quem trabalha na área, e pode ser conseguido solicitando à Rua da Matriz, 33/301, Cep 22261, Rio — RJ, ou pelo telefone (021) 246-9553.
• A Sir Som e Imagem estará patrocinando a apresentação dos filmes publicitários premiados no 34º Festival de Cannes de 1987, no dia 21 de março de 1988, no Copacabana Palace, às 20 horas. A realização é do Clube de Criação do Rio e da Promocine, e as informações de como conseguir convites podem ser obtidas no Sir/Rio, pelos telefones 205-7148 e 205-2997.
• Alexandre Accioly e Gabriel Paz convidam para o coquetel de lançamento do 1º Festival da Criança, que será realizado dias 6 a 10 de julho, no Riocentro, numa promoção do jornal o Globo. No coquetel, dia 7 próximo, será explicado o que pretende ser este evento que os organizadores esperam "entre para o calendário de férias do Rio".
CONTOS & CONTAS
Genilson Gonzaga
O dia em que Sarney não veio.
O Brasil inteiro se emocionou e comoveu com as cenas do resgate das vítimas do desabamento de um prédio no bairro carioca da Abolição, no último domingo. Todos assistimos apreensivos os esforços heroicos dos bombeiros e do pessoal da Defesa Civil para encontrar e salvar as pessoas que ainda estavam vivas sob aquele monte de escombros.
No dia seguinte, almoçando com o publicitário Paulo de Tarso, titular da Free Propaganda, ouvimos uma afirmativa com a qual concordamos prontamente: o grande ausente naquele cenário de dor e solidariedade foi o presidente Sarney.
Nenhum brasileiro desconhece que os índices de popularidade do presidente são baixíssimos, senão negativos. E de se concluir, portanto, que a assessoria presidencial deveria estar procurando todas as formas possíveis para reverter esse quadro. Mas perdeu uma excelente oportunidade de dar à imagem de Sarney um reforço positivo tão importante quanto os dividendos políticos que traria.
Sarney naquele dia (ou naquela noite) tivesse tomado um avião e vindo ao Rio para acompanhar in loco os trabalhos de resgate das vítimas, juntamente com seus ministros, teria provavelmente ganho mais em termos de imagem do que quando anunciou o Plano Cruzado, de triste memória.
Quantos publicitários e profissionais de marketing não estariam esfregando as mãos se lhes surgisse a possibilidade de criar para seus clientes um anúncio de oportunidade tão grandiloquente? Pois os assessores presidenciais não tiveram a mínima sensibilidade e deixaram escapar a chance de compor um case primoroso. E mais, de faturar para o presidente mais do que o suficiente para cobrir o prejuízo em termos de imagem que vem se acumulando nos últimos tempos. Mas, certamente, nem se deram conta da importância do momento. E o que é pior, mesmo que Sarney tivesse demonstrado o desejo de vir ao Rio, provavelmente procuraram dissuadi-lo, argumentando com temores infundados de possíveis hostilidades.
Paulo de Tarso está convicto — e concordamos plenamente — que se o presidente tivesse estado na Abolição, na madrugada de segunda-feira, teria ganho tanto em admiração popular que hoje, e decidisse enviar mensagem à Assembleia Constituinte sugerindo um mandato de seis anos ganharia com facilidade.
Perdeu a chance, por que os profissionais que o assessoram em questões de comunicação e marketing não vislumbraram o óbvio.
Mas, vá lá. Admitamos que seria muito difícil a vinda ao Rio naquele momento, apesar de todos os recursos de transporte com os quais um presidente da República pode contar. Ainda assim, Sarney não poderia se furtar a uma visita às vítimas, no hospital. Mas também não fez isso.
Ele não fez. Mas outro, fizeram. Na quinta-feira, a apresentadora Xuxa foi ao Hospital Salgado Filho para visitar as crianças salvas do desabamento. E contabilizou os lucros gerados pela alegria dos "baixinhos", que enterneceu os marmanjos.
É assim que se faz o marketing da imagem. Mas, infelizmente para o presidente, seus assessores não sabem disso. E, pelo andar da carruagem, não vão aprender nunca.
• Marcus Neves (interino).
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