Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Festa do Promoção foi sucesso
O Rio de Janeiro viveu, na última segunda-feira, uma das mais bonitas e divertidas festas publicitárias, com a entrega, no Le Buffet, dos diplomas aos vencedores cariocas do VI Prêmio Colunistas-Promoção.
Mais de 150 empresários e profissionais de agências, anunciantes, veículos e fornecedores estiveram lá reunidos, confraternizando, homenageando os vencedores e assistindo aos shows apresentados por algumas das agências participantes.
Aproveitando o clima mais descontraído do setor de promoções, a festa permitiu que as agências fizessem apresentações ou até promoções de si mesmas. O desafio foi aceito pela Thompson, pela DPZ, pela Cláudio Carvalho, pela Contemporânea e pela Tandem.
A Thompson, aproveitando o uso de Michael Jackson na próxima campanha de seu cliente Pepsi, fez uma paródia da relação agência-cliente com um grupo de bailarinos que reproduziram o clip da música "Bad".
A Contemporânea apresentou o humorista João Kleber, em engraçadíssimas imitações — por telefone interrompendo a festa, e ao vivo — de nomes como Roberto Carlos, Chacrinha, Silvio Santos e até José Sarney.
Cláudio Carvalho patrocinou o apresentador Fernando Vanucci — que esteve excepcional, aliás — e distribuiu, a todos os premiados, uma camiseta com a mensagem "Eu ganhei o Prêmio ColunistasPromoção".
A Tandem, na entrada, pedia a que cada homem ou mulher, passando batom, colocasse a marca do beijinho, no cupom do "Rio eu gosto de você". Todos os que enfrentam a divertidíssima situação, concorreram a um sorteio de um jantar de mordomia.
A DPZ fechou os shows da noite, apresentando três fantásticos quadros com o excepcional bailarino Timothy Latta, do grupo Momix. O show de Latta foi assistido de pé por muita gente que não queria perder um passo sequer.
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Moacir Gallo, gerente de promoção da Souza Cruz, agradece a escolha da empresa como "Cliente de Promoção do Ano", após receber o diploma deste colunista, como presidente do júri.
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João Madeira, gerente de promoções da Shell, recebeu da colunista Márcia Brito o Destaque do Ano por seu incentivo ao patrocínio de eventos culturais brasileiros.
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Eugenio Romaguerra, gerente de marketing da Pepsi, exibe orgulhoso o diploma do Fato do Ano recebido pela empresa, ladeado por Roberto Leal, Celso Bittencourt e Ricardo Oliveira, da Thompson, e de Antônio Kriegel, diretor de marketing da Pepsi. O prêmio foi entregue por Armando Ferrentini.
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Este colunista, ao lado de João Kleber, entrega a Arnaldo Cardoso, Mauro Matos e Fernando Luís, da Contemporânea, e a Fernando Marinho, do Barrashopping, os prêmios conquistados.
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O assessor do gabinete de Saturnino Braga, recebe com Ricardo Galletti, seu diploma pela marca "Rio eu gosto de você" das mãos de Márcia Brito.
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Lúcia Leme entrega a Alexis Pagliarini, diretor de Promoções da DPZ, Ademar de Cicco, assistente de promoções e Moacir Gallo, da Souza Cruz, os diversos diplomas conquistados.
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Adauto, o sósia de Michael Jackson, e seu grupo de bailarinos fizeram a promoção da Thompson com muita garra e agitaram um bocado o início da festa.
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Um dos passos surpreendentes do dançarino Timothy Latta, do grupo Momix, que a DPZ levou e fez o público da festa bater palmas de pé a até pedir bis.
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MKT MIX
Esquire usa novela e lança campanha
Uma forma diferente de merchandising vai aparecer na novela Sassaricando, de Sílvio de Abreu, no horário das 7 na Globo.
A agência Esquire e seu cliente Cyanamld vão veicular o exterminador de baratas Matox, em alguns capítulos, mostrando as diversas fases de criação de uma campanha, desde a festa pela conquista da conta até a apresentação das peças para aprovação do cliente. Só que a partir do momento que foi dada a aprovação, a campanha deixa o mundo da ficção e entra na mídia de verdade. A ideia nasceu quando a produção da novela pediu à Esquire, sua vizinha no Jardim Botânico, se ela poderia servir de modelo para a "BB e Salivas", a agência de dois publicitários yuppies (Roberto Bataglin e Marcos Frota) que aparecem na novela a partir do 20º capítulo. A Esquire não só topou como conseguiu uma carona privilegiada para um dos seus mais importantes clientes.
Disney avança em novo licenciamento
Duas multinacionais (um grande fabricante de refrigerantes e uma cadeia de lojas de fast-food) estão fechando contrato com a Redibra (Representante Disney no Brasil) pelo licenciamento da série de desenhos animados DuckTales e Roger Rabbit, o filme, que serão lançados em 1988.
"Este será o ano da deslanchada da Redibra", afirma David Diesendruck, gerente do marketing (foto). Segundo ele, com a adição de novos personagens aos já existentes, a previsão de crescimento real da Redibra, para 1988, é de 120%. A Disney tem um total de 2.000 produtos licenciáveis em todo o mundo. No Brasil, a operação é feita através da Redibra, que já tem contratos com 87 empresas que atuam nos setores de alimentação, vestuário, brinquedos, papelaria, utilidades domésticas, além do ramo de decorações, têxtil e promoções.
Curtas
• Se já é surpreendente saber que agora a União Soviética tem uma edição da revista de moda Burda, mais surpreendente é saber que, em sua mais recente edição, há um anúncio brasileiro, do Café Cacique, totalmente redigido em russo. A criação é da AlmapRio, que terá toda a satisfação de fornecer a tradução aos interessados.
• Luiz Augusto Vieira, diretor de criação da Standard Ogilvy & Mather, foi eleito esta quinta-feira presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro, pelo período de um ano.
• O Banco Nacional de Crédito Cooperativo, do Ministério da Agricultura, abriu concorrência para a seleção de agência, que terá que cuidar da campanha de lançamento da Caderneta de Poupança Rural do BNCC. Os documentos serão recebidos dia 17 próximo, às 10 horas, em Brasília. O edital pode ser encontrado no Edifício Palácio do Desenvolvimento, subsolo sul, Setor Bancário Norte, em Brasília, onde funciona a administração central do banco.
• José Ponce de Leon, ex-Benson, Premium e Artplan, assumiu a direção executiva da Garden. Flávio Gomes de Mattos, diretor da agência, diz que "com o sangue forte de Ponce, a Garden ganha um extraordinário reforço para a arrancada de 1988, em seu 10º aniversário".
• A Giovanni acaba de criar um departamento especializado em pesquisa de mercado e de mídia, sob a coordenação da publicitária Renata Almeida. O objetivo é integrar o novo departamento às áreas de criação, mídia e planejamento, de forma a permitir que as campanhas criadas pela agência possam ser fundamentadas a partir de dados técnicos e de mercado, levantados pela própria equipe.
• A FG Propaganda está desenvolvendo uma campanha nacional para os aparelhos de ar condicionado Consul, sob o título de "um minuto de silêncio para os outros aparelhos de ar condicionado". A campanha abrange comerciais de tv, outdoors, anúncios em revistas e jornais e tem previsão de Cz$ 50 milhões iniciais, apesar de a verba total chegar a 2,5 milhões de dólares.
• A DPZ criou para a Itaú Previdência Privada a campanha de lançamento do seguro Itauprev, usando o tema "O seguro que você não precisa morrer para receber". A criação foi de Helga Miethke e Luiz Toledo e a campanha tem um comercial de TV, outdoors, spot de rádio, anúncios de jornais e cinco anúncios de página dupla para revista.
• A J. Walter Thompson perdeu, nos Estados Unidos, a conta do refrigerante Slice, da Pepsico, que daria USS 30 milhões por ano. Desde que foi comprada pela WPP, a Thompson vem sofrendo reveses como as perdas de Burgerking, Goodyear, parte da Ford e outras menores.
• O músico César Camargo Mariano e o restauranteur Gian Carlo Bolla (um dos proprietarios da boate Gallery e dos restaurantes La Tambouille e Mezzaluna, de São Paulo são as duas primeiras personalidades fotografadas para a nova campanha da Standard para os vinhos Forestier. O tema e " As pessoas que extraem o melhor da vida preferem Forestier".
Contos & Contas
• Genilson Gonzaga
Precisamos de nova moeda
Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tornaram-se o Banco Central de tojos os sistemas financeiros dos países ocidentais, por força das grandes reservas que detinha e das reservas monetárias desses países, de que era depositário. E os EUA passaram a ser igualmente a sede das instituições internacionais nascidas com a ONU — entre elas o FMI e o Banco Mundial.
Tais eventos, porém, não levaram em conta duas importantes advertências — de Lord Keynes e Henry Ford.
Azar: o primeiro previu a decadência do FMI e do Bird além do advento de uma aguda crise mundial em 40 anos, principalmente devido à ausência de uma moeda internacional capaz de tornar eficientes, e a salvo das influências domésticas das economias, os mecanismos reguladores de tais instituições.
Henry Ford registrou em livro polêmico o temor de que, acolhendo sua pátria a sede das instituições político-econômicas internacionais, a manipulação desses poderes acabaria nas mãos dos EUA, tornando-os responsáveis por todas as crises do mundo e destruindo-lhes a imagem de paradigma da democracia.
As Bolsas internacionais estão aí despencando e a grande crise econômica mundial está instalada. O choque do petróleo fez afluir, principalmente aos bancos norte-americanos, muitos bilhões de dólares que, reciclados em cima do pobre Terceiro Mundo, se transformaram em brutal endividamento — liderado, aliás, pelo Brasil, que gosta de levantar vantagem em tudo, conforme preconiza a Lei de Gerson, craque e filósofo do futebol.
Os déficits internos e externos dos EUA estão minando, em progressão geométrica, a confiabilidade do dólar como moeda reserva. De Gaulle foi o primeiro a denunciar esse descrédito ao exigir que as reservas em dólar da França fossem convertidas em ouro.
Com sua moeda nessas condições e sendo obrigado a tratar os problemas financeiros internacionais com a política doméstica dos juros e outras condições do instável mercado nacional, não há como alimentar a esperança de que os EUA possam com o dólar e seus bancos oferecer solução duradoura para os problemas em questão que nos afligem.
Não há outra saída senão convocar nova Conferência de Bretton Woods, realizada em 1944, para exame das propostas de reforma da ordem econômica mundial.
Como maior vítima da crise e líder dos endividados, o Brasil deveria comandar a mobilização dos países com tal objetivo. Assuma seu papel antes que algum aventureiro o faça. E aproveite a oportunosa ensancha para levantar a bandeira de Keynes, que pretendia criar uma moeda internacional lastreada nos estoques das matérias primas e gêneros alimentícios fundamentais à reativação das trocas internacionais e à alavancagem do progresso e bem-estar das nações.
O Itamarati tem, nos seus arquivos, relatório do embaixador Sette Câmara e do economista José Lopes de Oliveira, que presidiu o extinto BNH, acerca de matéria.
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