Janela Publicitária    
 
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Na Web desde 12/07/1996.
 

Marketing & Publicidade - Edição de 29/NOV/1987
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Criadores vão às urnas dia 3

Luiz Vieira
Luiz Vieira vai se candidatar ao Clube de Criação do Rio

O Clube de Criação do Rio de Janeiro marcou para o próximo dia 3 de dezembro, quinta-feira, as eleições para a escolha da sua nova diretoria, que sucederá a presidida pelo redator da MPM, Hayle Gadelha.
Sem tantas discussões quanto a marcação do pleito para presidente da República, o CCRJ lançou o aviso da eleição só na última quinta-feira, dando prazo até o próximo dia 2 para a apresentação de chapas.
No entanto, em primeira mão, esta coluna soube que dois grupos começaram a se organizar para definir os próximos representantes dos criadores publicitários cariocas. Um deles — que ainda não deu nome à chapa — é liderado por Luís Vieira, diretor de criação da Standard, Ogilvy & Mather. O outro, que já tem nome — Chapadão — apresenta Marcos Silveira, redator da Artplan, na candidatura à presidência, mas ainda está sem confirmação dos demais nomes. A única coisa que Marcos pôde garantir é que não terá "medalhões nem estrelas". Sua formação será toda de criadores jovens, que estão despontando no mercado pela criatividade.
Apesar de Hayle Gadelha ter informado que o movimento Reclame (grupo que compõe a atual diretoria do Sindicato) não formará sua própria chapa nesta eleição, ele mesmo admite que alguns de seus membros participarão do grupo de Luiz Vieira. É o caso do compositor Henrique Meyer, que concorrerá como vice­presidente, ou de Jorge Barros, da Bap, incluído na diretoria. Outros nomes, como o de Adilson Xavier, diretor de criação da Giovanni, estão começando a ser contatados.
A plataforma de Vieira é ampla. Seu ponto principal, porém, é o aumento da visibilidade do Clube de Criação. O candidato acredita que o CCRJ precisa romper os limites do pequeno grupo a que vem atingindo, para alcançar até outros departamentos das agências. O principal instrumento desta maior penetração do CCRJ deverá ser o Jornal da Criação. Luís Vieira e seus companheiros pensam em tornar o JC mais jornalístico, apresentando matérias de interesse de todos os publicitários. "Quem sabe, mais tarde poderemos até transformá-lo em uma revista", sugere.
Além disto, se eleito, Vieira pensa em voltar com os prêmios publicitários do CCRJ, que poderiam servir como trabalho inicial para a edição do tantas vezes prometido, mas sempre adiado, Anuário de Criação do Rio.
E, não abandonando a indispensável parte social, a chapa de Luís Vieira pensa em criar, no Rio, um esquema de Bar da Criação, semelhante ao do Clube de Criação de São Paulo, onde os profissionais possam se encontrar, depois do expediente, para trocar ideias sobre o mercado e demais generalidades.
Seja qual for a chapa eleita, ela terá que trabalhar muito para superar o desempenho da gestão de Hayle Gadelha. Este último ano, os criadores cariocas puderam participar, entre os programas desenvolvidos pela diretoria do Clube, de 6 pré-estreias de filmes (inclusive internacionais), 2 exposições Galerias de Arte, 2 Bailes dos Publicitários do Circo Voador, debates com os candidatos da Constituinte e com os redatores do Planeta Diário, Seminário de Computação Gráfica, 3 edições do Jornal da Criação, um Prêmio Rogerio Steinberg e a abertura de uma sede com secretária, telefone e continuo.
Gadelha espera que, além da continuidade das programações, a nova diretoria mantenha a tese da atual, de que a representatividade do Clube não se restrinja aos redatores e diretores de arte das agências.
"O Clube não é só da dupla de criação", explica seu presidente, "mas de todo o departamento de criação, e a participação nos seus programas de profissionais do estúdio, da produção de RTV e da produção gráfica também é fundamental".
As eleições serão realizadas partir das 19:30 horas, no Centro Empresarial Rio (Praia de Botafogo, 228) e estão abertas a todos os profissionais da área de criação publicitária atuantes no Rio.

Povo confia mais em anúncios que no bicho.

A imagem da Propaganda, como instituição, só não consegue ser melhor no Brasil que a dos Bombeiros e dos Meios de Comunicação. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Tendência Pesquisa e Serviços de Marketing para a Expressão Brasileira de Propaganda entre outubro e novembro de 1987.
A amostra da pesquisa incluiu 500 homens e mulheres de São Paulo com idade acima de 18 anos e pertencentes a 3 classes sócio­econômicas, chamadas pelo instituto de "média alta, média e média baixa".
De acordo com a amostra, cujos componentes votaram de 0 a 10 em diversas instituições, a Propaganda ficou com a nota 6,54, abaixo dos Bombeiros, que alcançaram 8,13 e dos Meios de Comunicação, que conseguiram 6,74 pontos.
A seguir, apareceram o Exército e os Médicos empatados com 6,51 e, abaixo, o Jogo do Bicho (6,14), os Bancos (5,49), a Igreja (5,43), os Empresários (5,23), a Educação (4,73), os Sindicatos (4,56), o Judiciário (4,43), a Polícia (4,01), o Congresso (3,23), o Governo (2,14) e, em último lugar, os Políticos (1,41).
Curiosamente, porém, a opinião pública sobre a Honestidade e a Moral da Propaganda não é das melhores. Avaliando os principais atributos da instituição, o "Bom Gosto" ficou em primeiro lugar, com 6,59 pontos. O segundo atributo mais votado foi ser "Agradável", com 6,46. O fato de que "Transmite Informações" não é tão valorizado pelo público quantos muitos publicitários imaginam. O espectador quer mais é ver coisas bonitas e agradáveis e colocou o atributo de transmitir informações em terceiro lugar, com 6,33 pontos.
E se a "Honestidade" ficou em penúltimo, com 5,07, assustador é o conceito de amoral que tem a Propaganda. O item "Moral" não conseguiu sair do 5º lugar em qualquer dos segmentos da amostra, ficando com ridículos 4,36 pontos na pontuação geral.
Como, no entanto, apesar disto, a Propaganda ainda consegue uma credibilidade superior à de outras instituições mais tradicionais como o Jogo do Bicho e a Igreja, fica a dúvida: será que o público realmente quer que ela mude?

Nike vai marcar seus revendedores

Nike - The Original - Authorized DealerPara combater as falsificações dos tênis e artigos esportivos da marca Nike, bastante comuns no Brasil, a Nike do Brasil está distribuindo a seus revendedores exclusivos um adesivo. Dessa maneira, o consumidor poderá ter certeza de estar adquirindo um produto com o acabamento e qualidade característicos da Nike, procurando pelo adesivo nas vitrines das lojas e grandes magazines.
Lançada em agosto, a coleção Nike inclui os tênis especiais para jogging e aeróbica, meias, sacolas, calções, camisetas regata e agasalhos, e em breve contará com o Meadow Max, o calçado indicado para a prática do tênis.

Roteiro sobre preconceito vence concurso em S. Paulo

Um comercial contra o preconceito racial foi o vencedor do I Concurso de Roteiros para Filmes Publicitários, promovido pela Lynxfilm e pelo Clube de Criação de São Paulo.
Criado por Carlos Coelho e Marcelo Lucato, o roteiro virará filme, e seus autores ganharão duas passagens para Cannes, onde a produção concorrerá no próximo Festival de Sawa.
Este foi o roteiro vencedor:
"Abre em um homem negro simpático, todo sorridente. Câmera fecha em seu rosto. Fundo indefinido.
Ele começa a contar uma piada.
Homem: "Você sabe quando preto toma laranjada? (pausa), quando sai briga na feira!".
Ele dá uma gargalhada. Em off, ouvem-se risadas. Ele conta outra.
Homem: Você sabe a diferença entre o preto e o câncer? (pausa). O câncer evolui!".
Animado e rindo, conta mais uma:
"Que diferença tem entre um pneu furado e uma preta grávida? (pausa). Nenhuma. O dois estão esperando um macaco."
Novas gargalhadas. Ele prossegue ainda mais entusiasmado.
Homem: "Boa esta né?! Então houve mais uma...".
Ele fica repentinamente sério. Prossegue enfático.
Homem: "No Brasil, não existe preconceito racial".
Ele permanece com o semblante sério. Câmera afasta lentamente, entra locação off e letreiro: "O preconceito racial não tem graça".
Locução off: "O pior preconceito é aquele que você pensa não ter".
O negro continua sério. Ouve-se, em off, uma voz escrachada pedindo para ele contar mais uma. O tom é bem pejorativo:
Voz off: "Conta outra, ô pudim de asfalto!!"

VT Búzios inscreve comerciais até dia 3

A Abap vai prorrogar até o próximo dia 3 de dezembro as inscrições para o seu III VT Rio/Búzios 87, o já consagrado Festival do VT Publicitário que a entidade realiza há três anos na paradisíaca Ilha Rasa, em Búzios.
Este ano, o festival permitirá a inscrição de trabalhos em VT e em Cine-VT, que concorrerão em segmentos separados, com seus próprios Grandes Prêmios e suas próprias Traineiras de Ouro. Esta decisão vem atender às tendências do mercado publicitário brasileiro, no qual se nota um enorme crescimento da produção de comerciais filmados em 35 mm e finalizados em equipamento de vídeo-tape.
As fichas de inscrição para o III VT Rio podem ser conseguidas à Praia de Botafogo, 340, grupo 210, no Rio.

McCann promove ouro da Intergold

"A Corrida do ouro...", da McCann para IntergoldA McCann Erickson criou, para seu cliente Intergold, uma associação das principais produtoras de ouro que tem por objetivo incentivar este tipo de investimento no mundo, uma campanha formada por três anúncios de página dupla a quatro cores para revistas.
Na campanha, que mostra em seu visual três situações onde uma ou mais barras de ouro aparecem de forma surrealista, a agência procura mostrar que a aplicação em ouro não é tão dificil quanto muita gente pode acreditar. No texto dos anúncios, o leitor fica descobrindo todos os passos para o investimento.
Criada por Milton "Cebola" Mastrocessário e Toco Jungstedt, a campanha teve Oswalber Fernandes no atendimento e a aprovação de Raymond Malvett.

Hotel promove em Vassouras o turismo

O turismo no Brasil, que merecia um trabalho de marketing mais profundo por parte das secretarias da área nos inúmeros municípios com potencial para receber visitantes, acaba ficando na dependência da iniciativa privada para conseguir se desenvolver.
É o que está acontecendo com a Itatiaia Turismo e o excelente Mara Palace Hotel, de Vassouras, que criaram um interessante programa de captação de hóspedes valorizando as características da região para interessar o turista carioca.
Vassouras, pouca gente sabe, tem inúmeras fazendas de café históricas, com casarões que são verdadeiros museus particulares. Além disto, ficam lá haras·famosos de cavalos manga-larga, como o Gironda, fruto de aperfeiçoamento constante pela família Avelino, e o H.B., do lendário garanhão Herdade Cadilac.
Hospedando-se no Mara, o turista ganha o direito de participar de passeios nas fazendas de café e nos haras, além de visitar os pontos históricos da região, situados no Vale do Rio Paraíba.
Para quem não conhece, é uma descoberta incrível, e que permite ao fluminense conhecer melhor o que é o seu Estado. Sem dúvida, esta é uma estratégia de marketing turístico que mereceria ser copiada por outros hotéis fluminenses. O Rio de Janeiro tem muita coisa para mostrar.

Colunistas entregam prêmio

Amanhã, dia 30 de novembro, a partir das 18:30 horas, mais de 100 profissionais do mais alto nível da propaganda carioca vão estar no Le Buffet, para a festa de entrega dos diplomas aos vencedores cariocas do VI Prêmio Colunistas-Promoção. Os últimos convites ainda se encontram à disposição pelo telefone (021) 552-4141, com Márcia Brito.

MKT MIX

Coca-Cola dá show com seu "Concert"

Foi um espetáculo de primeiríssima grandeza o primeiro evento "Coke in Concert", promovido pela Coca-Cola no Brasil, com um show de Sting no Maracanã.
Poucas vezes este colunista viu um exemplo tão grande de profissionalismo e organização, demonstrando que nem só Roberto Medina é capaz de realizar promoções grandiosas e bem cuidadas neste país.
Para quem assistiu ao show de Frank Sinatra naquele mesmo local, foi emocionante ver o Maracanã totalmente lotado de um público completamente diferente — jovem, bonito e alegre —, vibrando, cantando e dançando ao ritmo do conjunto brasileiro Capital Inicial e da inacreditável banda do cantor inglês.
E tudo — coisa notável — dentro de uma ordem e respeito que, comparados a qualquer clássico do futebol carioca, mais parecia estarmos diante de uma missa solene.
A posição da Coca-Cola na promoção foi perfeita. Seus convidados foram condignamente recepcionados em um "Hospitality Center" junto às cadeiras da Tribuna de Honra, no qual aconteciam as mordomias de praxe, sem limites. No campo e nas imediações do palco, seus painéis promocionais — assim como os da Levi 's, que também estavam lá presentes — tinham a colocação e a medida correta do bem merchandising, marcando inquestionavelmente a presença destas empresas e o seu patrocínio, sem interferir na programação principal de quem lá estava pagando, ou seja, os shows.
Foi, enfim, uma noite inesquecível. Para quem estava simplesmente curtindo a apresentação de Sting, uma aula de show business, com músicos incríveis, uma iluminação absolutamente fenomenal e um som até surpreendente para o local.
Para quem também viu o lado profissional, uma aula de promoção. O resíduo positivo da imagem da Coca-Cola — e da Levi's — perante aqueles 150 mil jovens (incluindo os de coração) presentes no Maracanã, é algo indiscutível. E que, com certeza, renderá de volta a estas empresas — principalmente se houver continuidade no projeto — cada centavo nele investido.

Barrashopping faz campanha na MPM

A Renasce (Rede Nacional de Shopping Centers), empresa que administra o BarraShopping, MorumbiShopping, ParkShopping, BHShopping, RibeirãoShopping, voltou a desenvolver concorrência de criação de campanhas entre as agências que atendem os shoppings regionalmente.
Em consequência, a campanha de Natal em veiculação — "Eu acredito" — foi criada pela MPM de Ribeirão Preto, que foi considerada pela Renasce como a mais oportuna.

Estan é eleito o "Mídia do Ano"

Estanislau Bezerra Felix, ex-VS Escala e atual Provarejo, foi eleito Destaque de Mídia na eleição que o Grupo de Mídia e a Associação de Contatos de Veículos realizou no Rio no último dia 19, dentro da — promoção da ABP — Associação Brasileira de Propaganda de homenagear os profissionais que mais se destacaram no ano em curso.
A eleição teve a presença de mais de 200 profissionais, e Estan obteve uma votação consagradora. Na ocasião, foi eleita também a profissional de destaque da área de contato de veículo, sendo vencedora Tereza Maria Fabian, do Sistema JB, com um voto a frente de Itália Marchiori.
Os dois profissionais receberão seus diplomas em festa promovida pela ABP em dezembro, juntamente com outros publicitários, cujos nomes serão decididos internamente pela diretoria da entidade, após tabulação dos votos dos seus associados.

CURTAS

• Neste fim de semana, Diretores de Marketing de 80 bancos estarão reunidos no Hotel Portobello, em Angra do Reis, com profissionais de diferentes áreas, na busca de uma política de marketing que vá orientá-los durante 1988. Os temas básicos são: adequação à realidade, criação de novos serviços e imagem das instituições financeiras.
• Começa a ser veiculada, nos próximos dias, a campanha criada pela GTM&C para lançar a válvula de descarga P-21, da Lorenzetti. Sob o tema "A evolução chegou ao banheiro" (a válvula é a primeira no mercado com corpo em PVC, sendo também a mais barata), a campanha inclui comercial de TV, anúncios de jornais e revistas, spot de rádio e farto material promocional.
• O jornal Estado de Minas está promovendo um concurso para a escolha do símbolo gráfico para ser utilizado em todas as peças promocionais das comemorações de seu 60º aniversário, que ocorrerá em março de 1988. O vencedor ganhará uma viagem a Paris, com ajuda de custo de 500 dólares, e mais um prêmio de Cz$ 50 mil em dinheiro.
• As inscrições estarão abertas até 15 de janeiro de 1988 e o regulamento está sendo publicado regularmente e em outras páginas deste JORNAL DO COMMERCIO, além de ser distribuído nos escritórios da Sima. No Rio, o endereço é Rua Almirante Gomes Pereira, 72, Urca.
• O BNDES vai promover, junto com a Abap, a exibição no Rio dos rolos de comerciais premiados no Clio em 1987 e no Festival de Nova York de 1986. A mostra do Clio será dia 27 de novembro e a de Nova York dia 30 de novembro, ambos a partir das 19 horas.
• Cinco meses depois do seu lançamento, quando foi para as bancas com 76 páginas e 34% de anúncios, a edição de dezembro da revista "Vídeo Business", registra novo recorde: mantém suas 100 páginas em novembro, e chega a 50% de material publicitário, mais um encarte de oito páginas da Warner Home Vídeo, distribuidora americana que chega ao mercado brasileiro no próximo mês.

Contos & Contas

• Genilson Gonzaga

Temos que abrir novos mercados

Temos urgentemente de procurar novos mercados para nossos produtos se quisermos manter incólume a reserva de mercado na Informática.
É uma questão de marketing que se impõe: não depender nunca de um só cliente.
As medidas de retaliação dos EUA contra nossos produtos são inevitáveis, até porque, em face do crash da Bolsa de Nova lorque, eles estão vendo agora o que é bom para a tosse e terão de enxugar os gastos, segurar juros e inflação pelo rabo, minimizar o déficit público, investir menos em armamentos, estimular a poupança interna, desencorajar as vendas e dificultar as importações.
Igualzinho a um certo país que todos nós conhecemos e que está devendo os olhos da cara, tendo o FMI nos seus calcanhares.
•••
A propósito, a retaliação norte-americana a produtos brasileiros vem provar nossa idiotice comercial e nosso atraso pré-histórico em marketing.
A concentração das exportações em um único mercado torna extremamente vulnerável qualquer negócio.
Desde 1970, o então chanceler Mário Gibson Barbosa vinha tentando enfiar isso na cabeça das autoridades de plantão. Ele pregava a necessidade de se buscar outros parceiros comerciais a partir da China Popular e da África.
Em vão. Perdemos praticamente nosso único cliente e inviabilizamos nosso negócio.
Os americanos puxaram a escada e ficamos pendurados na brocha.
As transferências de recursos para as estatais corresponderam, no ano passado, a 9,8% das despesas globais da União. Este ano correspondem a 19,2%.
Está, pois, escondida nas estatais, a truta do pavoroso déficit público brasileiro.
Com as honrosas exceções de praxe, elas são soberbamente mal administradas e um indestrutível sorvedouro de recursos.
O próprio presidente José Sarney confessou que o primeiro ministro espanhol, Felipe Gonzalez, "caiu para trás" ao saber que a estatização tem um peso de 60% na economia brasileira. Lembram-se?
É realmente d'escachar, como diria o velho Eça de Queiroz, que deve estar concordando com Camillo Calazans, presidente do Banco do Brasil, para quem a economia pátria está a merecer uma cacetada democrática na moleira.
E uma ardente devoção a São Marketing.