Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Marketing & Publicidade - Edição de 26/JUL/1987
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Colunistas entregam prêmios

Quase 500 publicitários cariocas de agências, anunciantes, veículos, produtoras e fornecedores - enfim, todos os publicitários que são realmente importantes neste mercado - lotaram na última terça-feira o salão Gávea do Hotel Inter-Continental para a entrega do VI Prêmio Colunistas-Rio, na mais bonita e prestigiada festa deste premio já realizada no Rio de Janeiro.
A noite teve momentos emocionantes, como a entrega do prêmio especial do júri para os 3 redatores - Alexandre Machado, Fábio Fernandes e Mauro Matos - e 3 diretores de arte - Eduardo Martins, Cristóvão Martins e Paulo Brandão - que maior número de trabalhos conseguiram ter premiados no Colunistas-Rio. Em homenagem ao criador carioca Rogerio Steinberg, falecido ano passado e que chegou a ser um dos mais premiados profissionais da historia do Colunistas, este prêmio passou a se chamar Prêmio Rogério Steinberg, sendo entregue aos criadores, na festa, pelo próprio pai de Rogerio, o empresário Jacob Steinberg.
Durante a entrega dos diplomas, comandada pelo locutor e radialista Cevio Cordeiro, o público teve a oportunidade de acompanhar cada um dos trabalhos premiados, através de dois telões de um incrível audiovisual de 12 projetores e 860 slides programados pela produtora Hoffmann, assim como assistiram dois comerciais da Campanha do Ano "Águas de Março", da McCann para a Coca-Cola, e o Comercial do Ano "Corrida", da Artplan para Malt90, da Brahma.
Enfim, foi uma festa memorável, confirmando que, hoje, o Prêmio Colunistas-Rio já e uma instituição consagrada pelo mercado e que aqueles que conseguem passar pelo crivo das colunistas e conquistar um diploma por seu trabalho tem muito pelo que se orgulhar.
No VI Prêmio Colunistas-Rio, que julgou o comportamento das empresas e profissionais em 1986, a J. Walter Thompson foi a Agência do Ano; a Mesbla, o Anunciante do Ano; Affonso Vianna, do Grupo Sima, o Publicitário do Ano; Fábio Fernandes, da Artplan, o Profissional de Propaganda do Ano; e a Rádio Tupi AM o Veículo do Ano.
Fotos de Rogerio Ehrlich, Adilson Vasconcelos e Sérgio Miranda.

José Roberto Whitaker Penteado Filho, Lúcia Leme, Genilson Gonzaga, Marcia Brito, Armando Ferrentini e Marcio Ehrlich
José Roberto Whitaker Penteado Filho, Lúcia Leme, Genilson Gonzaga, Marcia Brito, Armando Ferrentini e este colunista, os jurados do VI Prêmio Colunistas-Rio, abrem a cerimônia.
   
Péricles Leal (esq.) recebe o prêmio de Veículo do Ano da Rádio Tupi AM de José Roberto Penteado. Os clientes e diretores da J. Walter Thompson receberam aplausos pelo título de Agência do Ano.
Fabio Fernandes e Marcio Ehrlich
O diretor de criação da Artplan-Rio, Fabio Fernandes, recebe o prêmio de Profissional de Propaganda do Ano deste colunista. Fred Fischer, da Coca-Cola, é cumprimentado por Armando Ferrentini, assistido por Milton Mastrocessário (à esquerda) e Renato Loes, da Erickson.
Paulo Brandão recebe prêmio de Jacob Steinberg
O Prêmio Rogério Steinberg para o mais premiado diretor de arte no Colunistas-Rio é entregue pelo Dr. Jacob Steinberg a Paulo Brandão.
Os prêmios da Artplan para seus clientes Wella, Brahma, Caixa Econômica, Bozzano, Tapetes Avanti, Café Canaan e Disco entregues por Genilson Gonzaga.
Tandem
Marcia Brito faz a entrega dos 12 diplomas conquistados pela DPZ – representada por Juan Vicente e Álvaro de Almeida – e seus clientes.
Edivaldo Ferreira, Ricardo Galletti, Luís Carlos Lopes e Álvaro Mendes recebem de Lúcia Leme os prêmios da Tandem e da Nife.
Neil Hamilton, Maria Eugênia Rebello (Royal), Eduardo Correa e Gedeão Tognozzi (Du Loren) recebem de Marcia Brito os diplomas da Almap.

Genilson entrega os prêmios da Standard a Edilson Leitão, Luiza Btesche (Chase), Euniro Farah (Technos), Luís Vieira e Celso Guelfi (Itapemirim).

Conta de Moreira tem 33 agências na luta

Os ideais democráticos do governo de Moreira Franco foram levados a sério pelos empresários cariocas de propaganda, que acorreram em massa, na última terça-feira, ao Palácio Guanabara para a entrega de documentos para a concorrência que escolherá as agências que cuidarão da conta de publicidade do Governo do Rio de Janeiro e seus Órgãos vinculados.
Foram nada menos que 33 empresas a entregar documentos, de origens as mais variadas, entre agências full-service, house-agencies, outras especializadas em matéria legal e até mesmo uma caracteristicamente paulista, a AdAg. Pela ordem alfabética, são elas: AdAg, Almap, Álvaro Gurjão, Aroldo Araújo, Artplan, Assessor, Azagaia, Companhia Publicitária, Caio, Cláudio Carvalho, Casa da Criação, Contemporânea, DPZ, Denison, Ellis, Expressão, GCO Promag, Genesis, Giovanni, L.P. Lotus, Luz, Metamídia, MPM, Norton, Premiun, Professa, Propeg (que entrou separada da CBBA, por ser esta multinacional), Pubblicità, Salles, Senior, SGB, VS Escala e Zapt.
O Governo foi representado na entrega por Cid Pacheco, que preside a Comissão de Licitação, e por Marco Antônio Rocha, ex-diretor de criação da Artplan e que está atualmente na área de comunicação do estado. Representando as Agências, Celso Japiassu, presidente da ABP-Associação Brasileira de Propaganda, Paulo Roberto Lavrille, presidente do Sindicato das Agências, e Jomar Pereira da Silva, diretor da agência Expressão.
Agora, os publicitários estarão atentos diariamente ao Diário Oficial do Rio de Janeiro, no qual sairá a convocação para a próxima reunião, quando serão conhecidas as agências cujos documentos passaram pela fase de pré-qualificação e poderão, então, ter abertas as suas pastas com as propostas de como acreditam que devam ser os esforços de publicidade do Governo de Moreira Franco.

Melhores em promoção também terão prêmios

Colunistas PromoçãoAs empresas brasileiras das áreas de promoções, merchandising, design e embalagens vão ter mais uma vez o seu talento reconhecido, porque já estão abertas as inscrições para o VI Prêmio Colunistas-Promoção, o maior evento brasileiro do setor, realizado pela Abracomp - Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda.
Neste prêmio poderão concorrer as campanhas, eventos ou ações, e peças promocionais, trabalhos de design e embalagens criados e ou produzidas por empresas ou profissionais sediados no Brasil, entre 10 de julho de 1986 e 30 de junho de 1987.
Entre estes trabalhos incluem-se, por exemplo, campanhas de marketing direto de produtos de consumo, campanhas promocionais de produto cultural, campanhas de merchandising em televisão, eventos dirigidos a públicos internos, eventos promocionais culturais ou esportivos, encartes de promoção de vendas, displays, brindes, capas de disco ou livro, relatórios de diretoria, marcas ou logotipos, embalagens em papelão e muitas outras categorias de trabalhos realizados pelas agências neste gigantesco e fascinante mundo das promoções.
Em cada grande área - Campanhas, Eventos, Peças Promocionais, Design e Embalagens -, o júri ainda escolherá as melhores das melhores, ou seja, os vencedores dos Grand Prix de Trabalhos. As empresas e profissionais também concorrerão aos Grandes Prêmios de Agência de Promoção do Ano, Empresário de Promoção do Ano, Profissional de Promoção do Ano e Cliente de Promoção do Ano.
As inscrições de trabalhos para o Prêmio Colunistas-Promoção estarão abertas até 14 de agosto próximo. A inscrição de campanhas e eventos custará Cz$ 5.000,00 (cinco mil cruzados). Enquanto as peças e embalagens isoladas custarão Cz$ 1.000,00 (hum mil cruzados). Trabalhos em série, ou seja, que tenham até 5 peças com mesmo tema e identidade visual, feitos para um mesmo cliente, terão desconto e pagarão apenas Cz$ 3.000.00 (três mil cruzados).
Para pegar suas fichas e formulários de inscrições, assim como a orientação de como participar, os interessados devem procurar a colunista Marcia Brito, na Dinâmica de Comunicação, à Praia de Botafogo 340 grupo 210, ou pelo telefone 552-4141.

MKT MIX

DRT aponta fraude no sindicato e suspende eleição

A eleição para o Sindicato dos Publicitários do Rio de Janeiro não vai mais acontecer esta semana, nem com uma nem com duas chapas concorrendo. A Chapa 1, de oposição, representante do movimento Reclame e liderada pelo redator da MPM, Hayle Gadelha, e a Chapa 2, apoiada pela atual diretoria do Sindicato, e tendo como candidata Maria Helena Fuzer, da Vera Cruz Publicidade, estão desfeitas, e precisam se reinscrever na entidade, dentro de novos prazos que a DRT vai estabelecer para o pleito.
A decisão foi tomada quinta-feira na DRT ­ Delegacia Regional do Trabalho, após reunião mantida pelo órgão com os advogados e representantes das duas chapas, para resolver o impasse criado desde que os membros da Chapa 2 deram entrada no Sindicato em um pedido de impugnação aos nomes apresentados pela Chapa 1, por razões que consideram ser contrárias às normas estatutárias do Sindicato. O pessoal do movimento Reclame, informou a esta coluna Hayle Gadelha, entrou com recurso junto à DRT para a manutenção da legalidade da Chapa 1 e queixando-se de dificuldades e irregularidades em documentos colocados pelo presidente do Sindicato, Murilo Coutinho, e a Delegacia do Trabalho decidiu que só deixaria a eleição se realizar após acordo entre as duas partes.
Na última quarta-feira, houve uma primeira reunião para a tentativa do acordo. Como os resultados foram negativos, a DRT propôs um adiamento para o dia seguinte. Novamente, na quinta-feira, os representantes da Chapa 2 recusaram retirar a impugnação.
Na própria quinta, o Delegado Regional do Trabalho Fernando Pessoa decidiu então pela anulação da eleição ao aprovar a sugestão e o gravíssimo parecer do assistente jurídico daquele órgão, Reinaldo Santos, que analisando todo o processo da eleição sindical considerou que ''houve açodamento por parte do Presidente da entidade, limitando o prazo do registro de chapas (de 15 dias para 10 dias), intolerância e até a prática de ilícito penal, crime de falsidade ideológica, o que evidência o propósito de impedir a competição legal e democrática.
Com as eleições sendo anuladas, para se garantir nas novas inscrições, os membros das duas chapas passarão os próximos dias estudando a legislação e os estatutos do Sindicato, e divulgando, junto às suas bases, o que os publicitários devem fazer para poder votar no próximo prazo. Nas próximas colunas, pretendo dar prosseguimento às notícias que surgirem sobre a eleição sindical, para que os publicitários cariocas possam escolher quem efetivamente considerem dignos de representá-los em seus assuntos profissionais.
De qualquer forma, vale lembrar aos leitores que, para votar ou para se candidatar, os publicitários devem ser sócios e estar quites com a entidade, e cumprir com urna série de exigências estabelecidas pelo seu estatuto. Não basta ser publicitário e pagar a contribuição sindical anual. Essa é uma obrigação criada pelo governo e nada tem que ver com filiação ao Sindicato.

Dissídio volta a zero

Conforme adiantei aqui semana passada, tanto o Sindicato das Agências quanto a dos Publicitários do Rio de Janeiro entraram com pedidos de anulação do dissídio coletivo de novembro de 1986, que só foi promulgado na última semana pela DRT – Delegacia Regional do Trabalho.
A expectativa é que o assunto só volte à pauta da DRT dentro de 6 a 8 meses, o que configura um fato inédito na publicidade carioca: daqui a cerca de dois meses, os sindicatos patronal e profissional começarão a discutir o dissídio de novembro de 1987, antes de o de 1986 ter sido adotado.

Bob's leva conta para SP

O Bob's, a maior e mais tradicional cadeia de lanchonetes fast-food do Rio, com lojas também espalhadas por São Paulo e Vitória, entregou a sua conta para a agência paulista GTM&C, que tem parte do seu controle acionário nas mãos do mesmo grupo que agora controla o Bob's, o Susa.
A conta do Bob's estava na Norton-Rio, cujo diretor Nei Cantinho não foi encontrado durante toda a semana, para informar sobre os reflexos que a perda da conta terá na agência.
Com 36 anos de existência, o Bob's serve, atualmente, em suas quarenta lojas, cerca de quatro milhões de produtos por mês.

IAA homenageia Fraga

Clementino Fraga NetoClementino Fraga Neto, diretor-presidente da agência Esquire, acaba de receber do Secretariado Latino-americano de Educación do lAA ­ International Advertising Association, o titulo de "Educador Distinguido 1987", em homenagem a "sua relevante trajetória no campo da Publicidade da Educação a nível internacional".
O prêmio será entregue no próximo dia 15 de outubro, em Santiago-Chile. Além de Fraga, receberam o título Christiane Furlong, também do Brasil; Alberto Gollan e Orlando Terranova, da Argentina; e Mário Azócar, Fernando Figueroa, Ximena Abogabir e Mônica Herrera, do Chile.

Contos & Contas

Genilson Gonzaga

Deixem os fumantes em paz e comecem a trabalhar

O Ministério da Saúde, campeão olímpico de mistificação, está esbanjando os parcos recursos públicos para empreender vigorosa campanha contra o fumo - e o pior é que os veículos de comunicação abrem espaço e tempo para esse embuste que tenta esconder a inoperância de um órgão público que existe para preservar a saúde do brasileiro e perde tempo com idiotices sem tamanho.
Por que, ao invés de uma campanha tão imbecil, o Ministro da Saúde não organiza um mutirão nacional contra o crescente consumo da droga, pois a nossa garotada está cada vez mais dependente dos traficantes de cocaína, maconha, haxixe, heroína e similares?
Por que o ministro, que ganhou notoriedade na Bahia pelo comovente culto à preguiça, não aproveita essa verba, gasta imbecilmente, para apagar o quadro negro da vergonha nacional em que se destaca um fato repugnante: sete crianças brasileiras com menos de cinco anos de idade morrem de fome a cada cinco minutos?
Por que o desastrado ministro não economiza essa dinheirama toda aplicada na guerra sem quartel a quem fuma, e não a aloca para o tratamento, em tempo hábil, dos males da desnutrição, das doenças respiratórias, das diarreias, das moléstias pré-natais e tantas outras preveníveis com vacinação? O Nordeste é, sozinho, responsável pela metade da mortalidade infantil na América Latina.
Por que o negligente ministro não susta essa campanha calhorda e não destina essa verba, por exemplo, à fabricação de vacinas contra o sarampo que, por absoluta falta de grana, só serão distribuídas a oito municípios brasileiros?
Certamente porque campanha publicitária antifumo dá dividendos políticos, por espancar as multinacionais do cigarro.
A autoridade brasileira no geral - e o ministro Roberto Santos, em particular - tem o feio vicio de recorrer a esse tipo de expediente para tentar ocultar sua incompetência, jogando para a plateia. E para esconder sua inapetência para atacar corajosamente de frente os problemas que são de difícil solução, sim, mas não impossíveis de se resolver.