Viemos aqui para beber ou
para conversar?
Publicitário carioca não gosta de assistir a palestras ou os
organizadores de palestras é que não sabem atrair o publicitário
carioca?
No último Festival do CCRJ em Búzios, ficou claro o fracasso da
tentativa da entidade de atrair os criativos cariocas para a sua programação.
Se nas próprias ruas de Búzios foram vistos este ano menos profissionais
que nas versões anteriores do festival, nas palestras realizadas no Cine
Bardot, então, praticamente só se encontrava jovens estudantes
de comunicação.
Não foi um fenômeno isolado. Há poucas semanas, a ABAP-Rio
ofereceu -- de graça -- para seus associados a oportunidade de assistir
a apresentação de uma pesquisa sobre as tendências do mercado
publicitário. As confirmações previam auditório
cheio. Na prática, nem metade das agências associadas enviou representante.
Não é novidade que os Seminários do GAP não conseguem
se viabilizar, seja com que presidente a associação esteja. A
ABP, ao que parece, já se conformou. Como a programação
de seu festival é um absoluto sucesso entre os estudantes de comunicação,
a entidade este ano nem tentou repetir o debate entre os profissionais de criação
que ensaiou em 2003.
As perdas para o mercado são evidentes. A organização da
Semana Internacional de Criação, que traz ao Brasil nomes consagrados
da publicidade internacional, já retirou o Rio do seu circuito. A Semana
acontece em São Paulo e em Porto Alegre, mas não mais no mercado
carioca.
Tem culpa quem? É verdade que os publicitários cariocas acham
que sabem tudo e não precisam ouvir ninguém? Será que os
donos das agências é que não querem patrocinar a presença
dos seus funcionários nestes eventos? Ou o problema é dos diretores
das associações, que talvez não saibam o que seus associados
querem?
Se o leitor souber explicar porque ele próprio não vai a estes
eventos ou achar que tem no bolso do colete a solução para mudar
essa situação, escreva para a janela@janela.com.br
.
Beber ou conversar - Fala o Leitor
De Luis "Guto" Costa, redator:
Como no último Festival do CCRJ, o fracasso de atrair os criativos cariocas
para qualquer coisa é um processo que já vem de longa data. Como
você observou - e dezenas de outras pessoas me falaram a mesma coisa,
nas ruas da cidade havia menos profissionais que nas versões anteriores
do festival. Praticamente só se encontrava jovens estudantes de comunicação.
O que se estranhar? Antigamente, o profissional batalhava, suava, virava madrugas
e disputava acirradamente para obter algum prêmio, por menos significante
que pudesse ser. Hoje, o estudante, o estagiário, o principiante já
ganha prêmio antes de ser qualquer coisa. Ele já começa
a futura carreira ganhando prêmio!!!! Ou seja, banalizaram de vez os prêmios.
Se a categoria julga ser boa política premiar aqueles que nem fazem parte
da profissão, que ainda andam de fraldas e cheiram a xixi....não
há que se ficar espantado com a debandada geral dos mais sérios.
O Rio perdeu lideranças, perdeu o apoio de verdadeirosa profissionais
que batalhavam pelo mercado, pelo seu desenvolvimento e que criavam festivais
com objetivos voltados para o negócio da propaganda, não para
valorizar ou incentivar estudantes e futuros profissionais que, mesmo premiados
agora, não representam nada além de "promessas". O que
se vê por aí é uma geração de iludidos criativos
que desconhecem a realidade da profissão e do mercado carioca, além
de vergonhosos exemplos de agências que abrem e fecham, tornam-se holdings
que abrigam bares e botequins....enfim, uma zona geral. Isso sem se falar nos
míseros salários pagos para iludir a galera. Hoje estive com um
profissional respeitadíssimo, com 4 Leões nas costas. Ele também
está ganhando mal, desiludido com o mercado e, pior, com o futuro. Diante
do se vê por aqui e do que foi visto em Búzios, o nosso mercado
voltou ao tempo da mera quitanda. E cada dia perderá mais, como acaba
de perder a reunião ABRAS e as inúmeras contas que migraram para
Sampa, inclusive levando alguns dos nossos melhores profissionais.
Que Deus nos ajude.
e Thiago Valente Rolim de Macedo (thiagoret@hotmail.
com), Estudante de Comunicação Social
Sinceramente, lamentável o artigo do Redator Luís "GUTO"
Costa.
Este artigo desmascara toda a insegurança do Redator, ou melhor, a insegurança
de vários profissionais da Propaganda, principalmente tratando-se dos
egocêntricos e glamourizados CRIATIVOS. O Rio de Janeiro está perdendo
mercado sim para São Paulo, porém não devemos nos desiludir,
não deixe a sua segurança vir à tona, não mostre
a sua fraqueza ao inimigo, Guto você está com tanto medo das "promessas",
dos estagiários que fazem xixi.
GUTO mostre mais maturidade, não adianta nada o profissional se esconder
atrás de um apelido ou uma abreviação incorporado ao nome
do RG, é uma tentativa de branding frustante, não adianta nada
um profissional ter quatro leões nas costas, se ele se mostra inseguro
e desiludido. Afinal vocês criam para ir à Cannes ou para apresentar
uma solução de Comunicação eficiente ao cliente?
Deslumbrados, acho que a única palavra que encontro para classificar
essa prole publicitária que vai à festival em Búzios para
constatar que está perdendo o seu posto para as promessas, os mijões,
os que estão na fralda. . . tome cuidado pois um dia a flor desabrocha,
e não adianta se esconder atrás de "quatro leões".
Thiago Valente Rolim de Macedo
De Aldo Cesar Tinoco da Silva (aldotinoco@yahoo.com.br),
24 anos, estudante de Estácio de Sá.
Escrevo esta carta como uma oportunidade de esclarecer, no meu ver, alguns
fatos sobre esse momento ruim da nossa publicidade carioca:
1 - É muito triste que o festival realizado em Búzios não
tenha atraído profissionais, mas acredito que a presença de estudantes
como foi dito seja algo negativo. Pelo contrário, é uma oportunidade
que estudantes como eu que amam esse trabalho tenham contato e trocar idéias
com pessoas já consagradas do mercado publicitário e também
possam batalhar por chances que nos são impedidas muitas vezes.
2 - Também acredito que os prêmios dado àqueles que ainda
fazem xixi nas fraldas sejam justos quando os bebês fazem jus e também
queimam a cuca para ganhar um prêmio qualquer, até mesmo um estágio
em uma agência, porque afinal de contas, hoje em dia tem que ter um QI
que não é mental, e sim "costas quentes". A propósito,
quando procuro estágio em agências e me perguntam sobre "quem
me indicou" eu digo que foi Deus, o maior de todos.
Dessa forma, fico contente quando um jovem ganha um prêmio, porque podia
ser eu ou alguém próximo, ajudando a derrubar essa barreira que
nos impede de entrar no mercado, como se existissem pessoas que têm medo
das nossas pequenas sombras. . .
3 - Todavia, concordo que é inadmissível muito profissional bom
por aí que ganhe tão mal, além do fato que o mercado não
deve ser prostituto, se vender por qualquer coisa a qualquer preço.
4 - A pergunta é o porquê dessa situação no mercado
carioca e as possíveis respostas são as seguintes: os piores governadores,
com suas táticas populistas, gerando acréscimo de violência
e espantando negócios de todos os naipes (além do descaso com
o setor), fortalecimento brutal de S. Paulo com políticas pró-publicidade
(os incentivos também contam senhoras e senhores)e finalmente, uma falta
de reposição natural de material humano, ficando apenas meia dúzia
de profissionais que sustentam esse mercado, sem que possa dar oportunidades
à alunos como eu, que já estão na especialização
e sempre encontra as portas fechadas ou um aviso do tipo "daqui a 15 dias
te ligamos" e essa ligação NUNCA é retornada!
5 - Convém adicionar que a Universidade Estácio de Sá promove
há dois anos, a Semana da Comunicação, onde profissionais
de Publicidade e Jornalismo, vão contar suas experiências e dar
conselhos para turma menos vivida, realizando-se dessa forma uma saudável
troca de experiências.
Deixo um comunicado à todos profissionais do mercado: proporcionem realmente
chances para que todas as futuras promessas sejam talentos reais, haja uma oxigenação
de mentalidades e juntos, possamos brigar politicamente pelo nosso mercado publicitário
do Rio, para que possamos não ser apenas a outrora cidade maravilhosa,
mas também a terra abençoada e guerreira nessa batalha diária
da propaganda.
Aldo Cesar Tinoco da Silva
ABP escolhe os Destaques
de 2004
O
diretor da agência VS, Lula Vieira, foi escolhido pela ABP como o Publicitário
do Ano de 2004. Ele receberá o seu prêmio no Jantar da Propaganda,
que vai acontecer dia 9 de dezembro no Clube Caiçaras. Na oportunidade,
quando são entregues diplomas aos profissionais da publicidade carioca
que mais se destacaram no ano em curso, tradicionalmente se festeja também
o Dia Latinoamericano de Propaganda, comemorado em 4 de Dezembro.
Além disso, a ABP aproveita para homenagear empresas do mercado, por
seus aniversários. Este ano, estarão lá a Rádio
Globo (por seus 60 Anos), a Aroldo Araujo Propaganda (40 anos) e a ESPM (30
anos).
Estes foram os demais premiados com o Destaque Profissional de 2004, pela diretoria
da ABP:
Executivo de Anunciante: Alberto Blanco (Oi/Telemar)
Executivo de Agência: Gláucio Binder (Binder FC+G)
Executivo de Veículo: Paulo Renato Simões (Editora Abril)
Diretor de Criação: Álvaro Rodrigues (Agência3 Comunicação)
Redator: Rynaldo Gondim (W/Brasil)
Diretor de Arte: Marcello Noronha (NBS)
Profissional de Atendimento de Agência: Luciane Neno (Contemporânea)
Profissional de Atendimento de Veículo: Cláudio Furtado
(O Globo)
Profissional de Mídia de Agência: Fátima Rendeiro
(Quê/Next)
Diretor de Comerciais: Juarez Precioso (CaradeCão)
Profissional de Planejamento e Pesquisa: Betty C. Wainstock (Contemporânea)
Profissional de Fotografia: Alexandre Salgado (ArtLuz Studio)
Profissional de Produção de Som: Márcio Padilha
(Zuêra Produções)
Profissional de Produção de Comerciais: Vera Oliveira (Academia
de Filmes)
Profissional de Artes Gráficas: Mozart Carramilo (Gráficos
Burti)
RTVC: Charles Nobili (Giovanni, FCB)
Produtor Gráfico: Gilberto Rodrigues (F/Nazca S&S)
Kaiser entrega conta para
Giovanni FCB
"Se a gente não ganhar a Kaiser, eu vou querer trabalhar com cerveja
de qualquer maneira".
Esta frase foi dita duas semanas atrás por Fernando Campos, diretor de
criação da Giovanni FCB de São Paulo (foto), durante o Festival
de Búzios, para dar a dimensão de sua empolgação pelo
envolvimento que teve na concorrência pela conta da cervejaria. O esforço
deu resultado. Esta quinta-feira a Kaiser confirmou a Giovanni FCB como a sua
nova agência, em substituição à W/Brasil, que deixou
a conta após mudanças na cúpula do anunciante.
Da concorrência pela Kaiser também participaram Age, DPZ, Takerka,
Young & Rubicam e Publicis Salles Norton, ficando esta última com a
conta da cerveja Bavária, por sua colocação em segundo lugar
na disputa.
A verba das marcas gerenciadas pela Molson -- que inclui Xingu, Kaiser Bock e
Santa Cerva -- está avaliada pelo mercado em R$ 180 milhões.
Clear Channel se expande
com bancas
A
Clear Channel, que detém a exclusividade para o mobiliário urbano
da Zona Sul do Rio de Janeiro, passou a ocupar novos espaços na cidade
com seu projeto Newsstand Media, bancas de jornal seguindo a linha do mobiliário
urbano já existente na cidade. Os primeiros equipamentos já estão
nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Tijuca e Centro.
De acordo com Thiago Senna, supervisor de Marketing da Clear Channel, os equipamentos
respeitam todos os critérios de legalização, com painéis
padronizados de 7,2 m2, nos quais a propaganda é exposta 24 horas por dia
com iluminação "back light" e a 1,40 cm acima do chão,
para não serem encobertos por veículos.
Doctor faz festa com Barra
Garden
O aniversário do Shopping Barra Garden
é o primeiro trabalho da Doctor para este novo cliente da agência.
Na peça, um anúncio de página dupla de revista que começa
a ser veiculado esta semana, a Doctor se refere ao principal concorrente do cliente,
o Barrashopping, dizendo que "Enquanto milhares, milhares e milhares de pessoas
pensam num outro shopping, aproveite para fazer suas compras na santa paz, conforto
e tranquilidade no Shopping Barra Garden".
A criação foi de Marcos Silveira e Inácio Luís, um
aluno do Instituto da Propaganda, curso criado por Silveira para complementar
as técnicas de criação dos estudantes de publicidade das
faculdades cariocas.
IP abre inscrições
O
Instituto também está ganhando campanha da Doctor, igualmente com
criação de Silveira e seu aluno Inácio Luis. Com anúncios
em jornal, outdoor e mobiliário urbano, a campanha de matrícula
para novas turmas do IP usa o tema "Aprenda a criar direito", referindo-se
diretamente a criações duvidosas de Deus, como a barata e o ornitorrinco.
O Instituto, aliás, está crescendo. Diz Silveira que o curso começa
a se expandir para Vitória e Belo Horizonte, além de ter uma nova
turma especialmente voltada para anunciantes.
IP dá desconto a leitores
da Janela
"Por
que os celulares diminuem de tamanho se a distância entre a orelha e a boca
continua a mesma?".
Escrevendo no mínimo 5 e no máximo 10 linhas sobre esse tema acima,
os estudantes de comunicação do Rio poderão ganhar 5 bolsas
com 35% de desconto no próximo curso do IP-Instituto da Propaganda, que
começa em janeiro de 2005.
Criado pelo publicitário Marcos Silveira, diretor de criação
da Doctor, o IP já está no seu terceiro ano de atuação
no Rio. A partir de 2005, Silveira também levará o curso para Belo
Horizonte e Vitória.
Os textos devem ser encaminhados para o e-mail ip@janela.com.br.
Eles serão avaliados por este colunista e pela junta de professores do
IP, selecionando para ganharem as bolsas os autores das 5 melhores respostas àquela
profunda dúvida do homem contemporâneo. A melhor delas, se houver,
será inclusive publicada pela Janela.
Para maiores informações sobre o IP, visite o site www.institutodapropaganda.com.br.
Bob`s se divide entre Contemporânea
e NBS
A conta da rede de lanchonete Bob's está
sendo dividida entre a Contemporânea -- que já atendia o cliente
-- e a NBS. Segundo comunicado distribuído à imprensa pela NBS,
"a divisão de trabalho será dividida passo-a-passo".
O objetivo do Bob´s é chegar a 500 pontos-de-venda em 2005.
Conta da Sendas vai para
a Duda
O Diretor Geral Grupo Pão de Açúcar, Hugo Bethlem, e o
Diretor Nacional de Criação da Giovanni,FCB, Adilson Xavier, emitiram
comunicado esta sexta-feira informando que a partir de 2005 o vínculo
comercial entre as duas empresas está encerrado.
O rompimento, na verdade, já era previsto pelo mercado desde que aconteceu
a fusão entre as operações da rede de supemercados Sendas
com o Grupo Pão de Açucar. Segundo o comunicado, o Grupo Pão
de Açúcar decidiu alinhar as operações de sua Unidade
de Negócios de Supermercados de Massa, que inclui as redes Comprebem,
Sendas e ABC Barateiro, sob uma única agência. Como é a
Duda Mendonça a responsável pela conta da bandeira Comprebem e
o principal centro gerencial do Grupo Pão de Açucar se encontra
em São Paulo, esta agência passará também a cuidar
da comunicação da Sendas.
Bodas de Prata
A relação da Giovanni com a Sendas chegou a superar os 25 anos.
Vascaíno como Arthur Sendas e radialista com um programa de enorme audiência
na Rádio Globo, Paulo Giovanni começou a sua história com
aquele anunciante cuidando apenas da sua comunicação de rádio.
Desde aquela época já tinha como sócio Maurício
Nogueira, que hoje comanda a Giovanni Brasília.
Após deixar o microfone para se assumir como publicitário, Giovanni
conseguiu crescer de importância na publicidade da rede varejista, até
dar a virada com a sua associação com a MPM no que ganhou o nome
de Casa Propaganda -- obviamente uma referência à expressão
"house-agency", por sua exclusividade no atendimento da conta. É
dessa época também o início da relação de
Adilson Xavier com a publicidade da Sendas, interrompida apenas durante o período
em que o criativo esteve na agência Contemporânea.
Com o fim da Casa Propaganda, a conta ficou integralmente com a Giovanni, até
o final de 2000, quando a entrada de um novo diretor de marketing na Sendas
-- Alexandre Fontes -- levou o supermercado a realizar uma concorrência
para a escolha de uma nova agência para também atender o grupo.
Na época, a Giovanni não aceitou ficar apenas com parte da conta
e abriu mão inteiramente do cliente. A Sendas, mais as contas do Bon
Marché e CasaShow, foram para a V&S durante todo o ano de 2001. No
meio de 2001, Fontes deixou a Sendas e em 2002 a conta voltou para a Giovanni,
onde ficou até agora.
Rapidinhas
* FALECIMENTO - O redator Sylvio Lima, criador do clássico
"Pernas" para o depilador Walita, faleceu esta semana em São
Paulo, aos 67 anos. Foi ex-MPM, Denison, Lintas e DPZ. O corpo foi cremado às
16:00h, na Vila Alpina.
* QUEM CONHECE? - É exagero desse colunista ou
o novo slogan da Fiat "Nenhum carro conhece melhor essa terra" faz
a gente lembrar o slogan da Volkswagen da década de 70: "A marca
que conhece o nosso chão"?
Reforços
Publicis Salles Norton (Rio-RJ) - Contratou o diretor de arte David
Tabalipa, ex-D+, Fischer América e Young & Rubicam e que estava na
F/Nazca. (16/11/2004)
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