Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Clientes cariocas
procuram agências comprometidas com resultados
Apesar
de considerar que as agências cariocas são muito criativas, grande
parte dos anunciantes deste mercado espera que elas tenham mais compromisso
com os resultados dos trabalhos apresentados do que apenas com suas idéias
brilhantes.
Essa é uma das conclusões da pesquisa "Expectativa em Relação
às Agências Publicitárias" realizada pela Retrato
para a agência G/Staff, a cujo relatório final a Janela Publicitária
teve acesso com exclusividade. Como o assunto é com certeza do interesse
do mercado, estaremos publicando aqui, nesta e na próxima semana, as
principais conclusões do levantamento da Retrato.
Realizada neste segundo semestre, a pesquisa baseou-se em entrevistas com
27 anunciantes cariocas de diversos segmentos e tamanhos, com a presença
de nomes relevantes como Coca-Cola, De Plá, Fashion Mall, Golden Cross,
Icatu Hartford, InfoGlobo, Ipiranga, Merck, NorteShopping, Plaza Shopping,
Sara Lee (Phebo), Wella e Xerox.
Mesmo que quase a totalidade dos anunciantes entrevistados tenha se mostrado
satisfeita com suas agências de publicidade, ficou patente o sentimento
de que falta no publicitário carioca uma cultura de envolvimento total
com o business do cliente. Diz a Retrato que os anunciantes esperam
que os profissionais das agências baseiem sua atuação
na aquisição contínua de conhecimento não só
sobre o produto ou serviços, mas sobre todos os aspectos que envolvem
aquela conta – histórico e trajetória da empresa, seu
estilo, suas estratégias de curto e longo prazo, seu posicionamento
no mercado, bem como manter ampla visão sobre a concorrência,
suas ações, estratégias e resultados.
Neste processo, a maior crítica acaba caindo no profissional de atendimento,
cuja postura ainda é considerada muito passiva, principalmente pela
importância conferida ao setor pelos pesquisados, que colocam o atendimento
como sendo muitas vezes o fator decisório de escolha de uma agência
de publicidade.
De acordo com pesquisa, anunciantes gostariam de ser atendidos por profissionais
que valorizem o debate, uma contra-argumentação bem fundamentada
e a possibilidade de desenvolvimento conjunto do briefing. Não por
acaso, os clientes querem perceber que o atendimento busca um aperfeiçoamento
contínuo, uma atualização permanente em termos técnicos
e culturais que o permita controlar todas as etapas do trabalho, interna e
externamente, evitando ruídos nesta comunicação, além
de demonstrar maior poder de negociação com fornecedores e veículos.
CRIAÇÃO
AUSENTE
O atendimento também recebeu dos anunciantes cariocas
pesquisados a crítica sobre estimularem o distanciamento da Criação
que, com isso, passa a desconhecer ou pouco se envolver nos negócios
do cliente, situação agravada pelo "narcisismo" dos
criativos, refletido pela preocupação maior em ganhar prêmios
e obter destaque na mídia.
Os clientes acreditam que, para poderem ajustar a produção criativa
a aspectos como objetividade, foco no resultado, conhecimento do target
e do estilo da empresa anunciante; seria necessário que os criadores
participassem, sempre que possível, das reuniões entre a agência
e o cliente, especialmente no momento do planejamento estratégico,
quando poderiam então captar os aspectos subjetivos e emocionais das
questões colocadas pelo cliente. Mas o levantamento demonstrou que,
a despeito desta cobrança de objetividade, os anunciantes não
abrem mão da ousadia na criação. Eles querem um criativo
que se atualize constantemente às novas tendências de comportamento,
de consumo e códigos de linguagem, para ser capaz de surpreender
o cliente e o consumidor com as novidades e alternativas apresentadas em suas
campanhas.
UM NOVO CENTRO
Um dos aspectos mais interessantes da pesquisa patrocinada
pela G/Staff é a importância que os clientes cariocas passaram
a dar para o profissional de planejamento, que sequer participa do organograma
de muitas agências cariocas. O cliente, no entanto, se ressente desta
lacuna, a ponto de declarar que gostaria que o planejador se tornasse o centro
das decisões do que a agência apresenta.
Reforçando a impressão de que o anunciante espera que a agência
ofereça um trabalho mais focado em resultados, os entrevistados chegaram
a sugerir que a área de planejamento esteja vinculado à direção
da agência, incluindo na sua equipe profissionais com capacidade e autonomia
para interagir com os clientes na tomada de decisões estratégicas.
Uma parcela significativa dos anunciantes entrevistados espera que o profissional
de planejamento centralize o processo de aquisição e transmissão
de informações sobre as marcas, produtos e serviços anunciados
CUSTOS ALTOS
Não deixa de ser curioso perceber, por outro lado,
que os anunciantes cariocas — talvez até por culpa das próprias
agências — não tenham uma clara noção dos custos
de uma agência para operar com qualidade. A noção fantasiosa
de querer "o bom e o barato" fica patente nos resultados da pesquisa,
quando uma parcela dos entrevistados declara considerar os "custos elevados"
como o principal problema no relacionamento com as agências. Em especial,
os anunciantes reclamam da comissão estipulada em 20% sobre a veiculação
de anúncios, considerando que este valor deveria ser revisto na perspectiva
de concretizar uma parceria efetiva, principalmente com os clientes que anunciam
com freqüência.
Ainda que parte dos anunciantes se abstenham de maiores críticas por
entenderem que a atual situação econômica impede que as
agências operem com preços mais competitivos, um grande número
dos entrevistados reconheceu que há hoje um número significativo
de pequenas agências se destacando pela garra, competitividade e "vontade
de acertar", compensando de certa forma a menor experiência e as
deficiências estruturais em relação às grandes.
Na próxima semana, a Janela continuará com mais observações
sobre os resultados da pesquisa "Expectativa em Relação
às Agências Publicitárias" realizada pela Retrato
para a agência G/Staff.
MKTMIX
* PARABÉNS PARA VOCÊ –
A Janela se abre para comemorar o próximos aniversários do mercado:
16/11, sexta-feira: Cristina Lopes (Diretora de Atendimento da Escaleno),
Bill Norman, João Braga, Marcelo Coli (Redator da Fischer América);
17/11, sábado: Verônica "Koca" Machado, Felipe Horta,
Ana Laet (Diretora de Arte)
18/11, domingo: Eduardo Fischer (Presidente da Fischer América),
Flávio Cordeiro (Diretor de Negócios da Ad Hoc Young & Rubicam),
Newton Crespo (Diretor de Mídia da Ogilvy), Bruno Azeredo (Executivo
de Contas da V&S);
19/11, segunda-feira: Ney Torres (Diretor de Produção
da Mr.Magoo);
20/11, terça-feira: Clemente Nóbrega, Cristiano Paz (Presidente
da SMP&B), Cláudio Werneck (Diretor de Arte da Millenn);
21/11, quarta-feira: José Roberto Berni (DM9DDB), Augusto Carvalho
(V.P. de Operações da Salles D’Arcy);
22/11, quinta-feira: Edison Campos (Diretor Geral da Magic Chorus),
Tatiana Magliari;
* POSSE - Está confirmada para o dia 27 de novembro, terça-feira,
a posse da nova diretoria do Grupo de Atendimento e Planejamento (GAP-RJ),
que irá reunir o mercado publicitário carioca em festa na People
Lounge, no Leblon.
* DE VOLTA - Clarisse Pernidji, ex-RTVC de grandes agências como
MPM, Almap e DPZ está de volta ao mercado publicitário, agora
no atendimento e novos negócios da produtora de fonogramas Rádio
Atividade. Fundada pelo atual editor do Blue Bus, Júlio Hungria, a
Rádio Atividade completa este mês 18 anos de existência.
Desde 1998 a empresa é dirigida por Eda Hungria.
* MESTRE - O criativo Marcelo Giannini, da G/Staff, é o único
carioca convidado a participar do recém-criado Conselho de Orientadores
da futura Miami/ESPM Ad School, que reúne publicitários como
Alex Periscinoto, José Henrique Lorca, Roberto Duailibi, Tomas Lorente,
entre outros com o objetivo de manter um alto padrão de qualidade no
ensino da nova Escola.
* AS ÁGUAS VÃO ROLAR - A Casa da Criação
está festejando a conquista da conta do parque aquático Wet'n
Wild no Rio de Janeiro, cuja verba prevista de marketing de R$ 1,2 milhão,
para atrair 350 mil usuários até o fim da temporada em maio.
Entre as propostas da agência está transformar o Wet'n Wild em
um centro de eventos e ações promocionais.
* RIO GANHA BÔNUS DA LIGHT - No Festival da ABP, os jurados economizaram
além da quota nas lâmpadas concedidas às agências
do Rio. No racionamento, apenas duas Lâmpadas de Ouro foram acesas pelos
cariocas: uma para um pequeno anúncio de classificados de imóveis
da agência Doctor e outra para a campanha da Salles para o próprio
festival.
* EM FAMÍLIA - Não deixa de ser curioso assistir agora
a briga entre Leonel Brizola e seu filho José Vicente. Nem parece os
tempos do primeiro mandato do governador no Rio, quando, saído do nada,
José Vicente abriu a produtora de comerciais Tomada, que, por coincidência,
produziu praticamente todos os filmes autorizados pelo papai durante o governo...
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