Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Giovanni questiona Abap nacional e pede desligamento da entidade
A Abap-Associação Brasileira de Agências de Propaganda está passando por uma das piores crises da sua história. A entidade, que já não contava com a filiação de várias das principais agências brasileiras - como a DM-9 e a W/Brasil -- perdeu essa semana mais uma importante associada: a Giovanni, de São Paulo, enviou esta semana carta à diretoria nacional da entidade solicitando o cancelamento de sua filiação. Imediatamente a seguir, o escritório carioca da agência seguiu o mesmo caminho, pedindo o seu desligamento da Abap-Rio.
Segundo Mauricio Nogueira, vice-presidente da Giovanni, a agência está profundamente "insatisfeita com o tratamento que a diretoria nacional da Abap está dando às discussões sobre os problemas da propaganda brasileira". Apesar de não querer entrar em detalhes, Mauricio manifestou seu descontentamento com o fato de alguns diretores da Abap estarem levando a público, principalmente através da mídia, questões que deveriam ser primeiramente resolvidas no íntimo da entidade.
Além disso, o diretor da Giovanni deixou claro que não concorda com a falta de representatividade que a Abap Nacional impõe ao capítulo Rio de Janeiro, a ponto de sugerir que a ABP, sediada no Rio e aberta a outros segmentos da propaganda, tem hoje condições de representar o pensamento das agências brasileiras de forma mais ampla que a própria entidade do setor.
A Giovanni é a terceira agência de origem carioca a se desligar da Abap nos últimos meses. A primeira foi a Caio, pressionada por críticas a uma interpretação heterodoxa da Lei 4.680. Há poucos meses, a GR.3 também pediu o desligamento. Seu diretor Gustavo Bastos comentou ontem com a Janela que a agência discorda dos temas que a Abap vem priorizando na sua discussão, como as relações das grandes agências com o governo federal, que - na visão de Gustavo - interessam apenas a uma minoria do mercado. O diretor da GR.3 lamenta que a Abap não discuta, por exemplo, o atual excesso de concorrências por parte de anunciantes de pequeno e médio porte, "que não remuneram as agências pelo trabalho que elas têm, recebem de graça diversas sugestões para seus problemas de comunicação e muitas vezes sequer escolhem uma nova agência".
Outra questão que está gerando polêmicas entre os empresários das agências brasileiras é a concessão de poder que está sendo dada ao ex-diretor da desaparecida agência MPM, Petrônio Corrêa, para representar as agências, ele que hoje não é diretor da Abap nem participa da sociedade ou da operação de nenhuma empresa de propaganda.
Muitos donos de agência queixam-se da inépcia do atual presidente da Abap Nacional - Ivan Pinto -para conduzir a entidade, a ponto de outras lideranças paulistas terem forçado a que atualmente Petrônio Corrêa venha não só representando o setor perante o governo brasileiro e as entidades representativas dos anunciantes como assumindo outras funções na associação. "Quando enviamos nossa carta de desligamento quem nos telefonou foi o Petrônio e não algum diretor da Abap", espantou-se Mauricio Nogueira.
Num momento em que a principal interlocutora da Abap, a ABA-Associação Brasileira de Anunciantes, encontra-se fortalecida internamente, é lamentável que as agências encontrem-se com tantos problemas junto de sua entidade. Uma das propostas para a mudança deste status-quo é a da federalização da Abap, proposta pelo presidente do capítulo Rio, Jonas Suassuna. Através dela, cada estado poderia ter a sua própria associação de agências independente, sendo que estas fariam a escolha da representação nacional.
O diretor da Giovanni, Mauricio Nogueira, ressalva que a decisão da agência naturalmente não é definitiva, podendo haver o retorno da filiação se a Abap voltar a tratar dos problemas da propaganda brasileira de uma forma que a Giovanni considere produtiva: "fazemos parte de um mercado. Se a associação das agências for boa para o negócio, não podemos nos ausentar", explicou Mauricio.
Contemporânea pega o filé da concorrência do BNDES
Vencedora de dois dos três segmentos da concorrência do BNDES, a Contemporânea acabou ficando com o filé mignon da disputa, a conta C, correspondente à campanha de privatização da Vale do Rio Doce, prevista para alocar R$ 7 milhões em propaganda. A seleção deveu-se ao fato de, neste segmento, a pontuação da Contemporânea - 96,3 - estar muito superior à da segunda colocada, a DPZ, que ficou com 90,8 pontos. No grupo B, a agência venceu a segunda colocada, a Standard, por apenas 4 décimos, ficando com 91,5 pontos.
Mas a Standard e a DPZ não ficaram de fora da festa. Por coincidência, a DPZ foi a mais pontuada na conta A, referente à área institucional do banco, e levou a verba de R$ 4,5 milhões. E a Standard, como segunda colocada na conta B (e igualmente segunda no grupo A), ficou com os R$ 5 milhões da licitação pela campanha do PND-Plano Nacional de Desestatização.
A Contemporânea, apesar de melhor contemplada, terá, no entanto, que esperar mais que as outras duas para começar a faturar. Ela só entra na privatização da Vale na segunda e terceira fases do processo, quando começa a mobilização do público interno da empresa para a mudança e as campanhas públicas para pulverização das ações da Vale já privatizada. Por enquanto, quem fatura é a Denison, que está com a campanha para atrair os compradores que participarão do leilão da Vale.
MKTMIX MKTMIX
• PARABÉNS PRA VOCÊ - A Janela se abre para comemorar os próximos aniversários do mercado: Dia 07: Gustavo Nogueira (Redator da Salles), Lula Vieira (Vice-Presidente de Criação da V&S); Dia 08: Paulo Salles (Presidente da Salles/DMB&B); Dia 09: Lúcia Leme (jornalista), Neusa Silveira (Diretora Comercial da Editora Referência-Rio); Dia 12: Andrea Lobato (Supervisora de Criação da Cult), Carlos Eduardo Jardim (Diretor da Kaiser).
• INVESTIMENTO - O diretor de arte Adhemar Campos é o novo diretor de criação da Unità, que pretende com a contratação dar uma guinada na sua trajetória, passando a investir com mais agressividade na prospecção de contas que estejam atrás de ousadia criativa.
• BELEZA - A Ronson conquistou a conta das indústrias de cosméticos Coty, que pretende realizar diversos lançamentos nos mercados brasileiro e latino-americano.
• O LEÃO DOS MÍDIA - A Sima comemora no próximo dia 10, no restaurante do Museu de Arte Moderna, sua 11ª entrega do Troféu Leão, a homenagem que uma das mais antigas empresas de representação do mercado faz aos mídias cariocas. Aproveitando a festa, o presidente do Grupo Sima, Affonso Vianna, vai comemorar os seus 50 anos de vida profissional.
• OS MAIS, MAIS - Os criadores cariocas já começam a se agitar com especulações de quem ganhará o Prêmio Rogerio Steinberg no próximo Colunistas Rio, cujas inscrições se encerram na próxima semana. Em 1996 os diretores de arte mais premiados no concurso foram Cláudio Gatão (3º), Marcelo Giannini (2°) e Cristina Amorim (1°). E os redatores foram André Silveira (3°), Sílvio Matos (2°) e Adilson Xavier (1º). Mas ainda ficaram entre os dez mais na direção de arte Adhemar Campos, Ana Laet, André Nassar, Bob Gueiros, Eduardo Lisker, João Galhardo e Jorge Falsfein. E entre os dez mais da redação, Cláudio Bojunga, Fernando Campos, Luiz Vieira, Rodolfo Sampaio, Sérgio de Paula e Victor Sant'Anna.
• JANELA ANO 20 - Correspondências para a Janela devem ser enviadas até 4ª feira para a Praia de Botafogo, 340 grupo 210, CEP 22250-040, Rio - RJ. Ou por e-mail para ehrlich@pobox.com. A Janela também tem a sua versão on-line, encontrada em web.cip.com.br/ehrlich/janela.htm.
|