Um grito de alerta ao mercado publicitário brasileiro
Quem já viveu fora desse nosso tão abençoado Brasil sabe muito que, se a vida aí está dificil aqui fora também não está nada fácil... Aqui se trabalha demais, se paga muito imposto e os famosos feriados que "emendam" quase não existem. Abrindo uma empresa aqui (e não importa quantos US$ investe) você "luta" para conseguir crédito com os fornecedores, o qual só vem depois de uns 2 anos. Juntamente com toda essa "aprovação final" vem também o respeito e a confiança dos americanos. (E respeito é bom e a gente gosta, não é) A vida então passa a correr normalmente. E a nossa produtora, que foi criada para suprir o mercado brasileiro com serviços e talentos americanos ía muito bem obrigado, pois como a maioria do nosso trabalho é baseado em grandes e antigos amigos e clientes, que por sua vez também nos indicam a outros, tudo seguia sem confusões até que... Tcham ...Tcham ...Tcham..., apareceu em nossas vidas um cidadão muito falante e cheio de promessas, cujo nome na realidade não é nem um nome, mas um codinome (dá para desconfiar, não dá??): NEY TORRES! Aí começaram os problemas. Uma produtora daí, recomendada por um cliente, nos pediu inúmeras cenas históricas de material em stock footage para o "JORNAL O GLOBO". Como os valores dessa compra eram muito altos, explicamos que a produtora só poderia trabalhar com dinheiro adiantado, mas segundo eles, as cenas eram para "ontem" e não havia tempo hábil para a remessa do dinheiro. Apesar de essas não serem as condições normais o cliente era o "JORNAL O GLOBO", e como nós agora já tínhamos crédito (lembram-se do início?), confiamos e pedimos o material. Logo em seguida vieram outros pedidos. A mesma situação se repetiu, com as mesmas desculpas, e nós, apesar de pequenos, novamente "bancamos" primeiro para receber depois. Aí o Sr. NEY "apareceu" e nos pediu mais cenas. Foi o nosso "Golpe Fatal", pois quando nós, pobres mortais "duros", questionamos a possibilidade de recebermos primeiro dizendo que o nosso crédito já estava "estourando", a resposta foi muito mais convincente: - ''Eu sou um "cara" de bem, tenho dinheiro e palavra, vocês não confiam em mim?" Desta vez infelizmente nada recebemos, e quando finalmente conseguimos falar com o Sr. NEY ele nos disse que a produtora estava fechada e que nós cobrássemos pelo seu cartão de crédito, o que fizemos bobinhos, ainda cheios de confiança e esperança”.
Final feliz da história dele: negou a dívida perante a companhia, deu um golpe no sócio, diz que nunca nos deveu nada, que nós usamos seu cartão indevidamente, abriu outra produtora e continua a trabalhar no mercado. FINAL INFELIZ da nossa história: nosso crédito foi abalado, perdemos muito dinheiro e a imagem de nós brasileiros, mais uma vez, ficou "arranhada" perante os bons profissionais americanos do mercado publicitário.
• Cristina Gibson
Florida, Estados Unidos. |