| 
                                             Esta coluna era integrante da Edição Mensal Especial da Janela Publicitária,  publicada no jornal Monitor Mercantil.O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
 "Rio 1997 Cidade da  Dignidade" Ninguém é suficientemente  louco ou capaz de contestar a grande campanha da Rio 2004 Cidade Candidata, até  por que o Rio de Janeiro é naturalmente olímpico.A campanha da sociedade  civil, criada especialmente para esta candidatura, teve um começo glorioso onde  várias empresas cariocas, grande parte da população, atletas e artistas  estiveram envolvidos, quando de seu lançamento em janeiro de 1996, num grande  evento, realizado pelas ruas da cidade, com as pessoas da cidade, que por sinal  foi reconhecido pelo mercado carioca e brasileiro, premiado com medalha de ouro  no 2° Prêmio Promoção Rio de Janeiro e no 15° Prêmio Promoção Brasil de 1996.
 Boates finas, socialites  circenses, sandálias, chinelos coloridos, marido de jogadora de basquete -  empresário paulista, e porta aviões da Marinha brasileira. O que é isto?
 Pelo que sabemos, não existe  ainda nos Jogos Olímpicos nenhuma modalidade com uso de porta aviões ou farda  de qualquer representante das forças armadas. O que isto tem a ver com a nossa  comunidade? O que isto tem a ver com a Rio 2004?
 Nossa posição é de  indignação sim. Concordando integralmente com o que escreveu Tutty Vasques, do  Jornal do Brasil, sobre a "festa" da Rio 2004 - na realidade, uma  ação de RP do produto - empresa e eventos e -, que nem mesmo o Presidente da  Rio 2004, Ronaldo César Coelho foi prestigiar, embora tenha declarado à  imprensa no dia anterior, que com este evento o Rio de Janeiro a capacidade de  organização de grandes eventos. Com uma empresa paulista, Dr. Ronaldo?
 Infelizmente na coluna de  Danuza Leão, do mesmo Jornal do Brasil em raro relampejo de verdade, a  colunista, fã de Roberto Dinamite retratou bem o que foi esta empreitada  duvidosa de 400 mil dólares ou 600 mil dólares, a bordo do inativo porta aviões  Minas Gerais, que alias, leva o nome de um estado que está a 412 quilômetros da  cidade candidata.
 Mas isso é típico do  brasileiro, do país? Aproveitar-se de uma causa ou movimento justo e verdadeiro  para transformá-lo em ganha pão altamente lucrativo? Aproveitar-se, desta  forma, para alavancar negócios em causa própria?
 Se este evento fosse sido  uma iniciativa de alguma empresa carioca ou de algum profissional do Rio de  Janeiro, os bairristas jornais de São Paulo estariam metendo o pau, assim como  fizeram com a charge publicada na Folha de São Paulo que tentou denegrir a  imagem do Rio simbolizando as fitas da logomarca como rastros de balas  traçantes. Que absurdo!
 Não. Não foi uma iniciativa  de profissionais cariocas, e sim do empresário de festas José Victor Oliva, que  veio passar o arrastão nos mares do Rio de Janeiro, levando, no lugar dos  peixes, provavelmente um lucro considerado e outras coisitas mais.
 Cá pra nós. Muito antes de 2004, o Rio de Janeiro  precisa recuperar sua dignidade. Dignidade, como cidade que sempre ditou as  regras culturais deste país. Dignidade da cidade que sempre teve grandes  profissionais da comunicação. Dignidade por ter a 5ª maior Rede de televisão do  mundo. Dignidade por ter o maior réveillon, o maior carnaval que os habitantes  do planeta podem assistir. Dignidade que vem perdendo, quando deixa de mostrar  e evidenciar sua qualidade profissional, resultando na debandada de empresas,  agências de publicidade, profissionais de comunicação e outras classes, para a  financeiramente desvairada São Paulo.
 Por isso, nós da New  Business Marketing Promocional, empresa carioca, especializada no segmento de  comunicação direcionada, tomamos a iniciativa de escrever este artigo de nossa  total responsabilidade.
 RIO 1997 Cidade da Dignidade é um alerta a nós mesmos profissionais do Rio de  Janeiro.
 De nada adiantam campanhas  como Viva Rio, Reage Rio, Rio 2004 Cidade candidata, se antes, nós do Rio de  Janeiro, não mostrarmos que somos dignos, e que temos de sobra a dignidade  natural de uma cidade que é, sempre foi e sempre será aquela que dita as regras  da qualidade, da seriedade, da criatividade, do profissionalismo, da busca  incessante do sucesso, e que com certeza são confundidos e deturpados porque  fomos abençoados por ter o privilégio de trabalhar nesta Cidade Maravilhosa. E na  sua grande maioria, sem os recursos dos chinelos coloridos.
 O Rio de Janeiro não pode e  não deve se vender como fazem outras cidades, e também por isso são  consideradas por uma grande maioria como maiores ou melhores. Aliás, maiores  podem até ser, mas melhores...
 Por isso, nós da New  Business, associados à AMPRO-RJ, profissionais de Marketing Promocional,  responsáveis pela operação do lançamento digno, real e verdadeiro da Rio 2004  Cidade Candidata junto com a Sportsmedia, e a batuta do renomado Leonardo  Gryner, lançamos este desafio.
 Desafio, que não desmerece a  candidatura do Rio às Olimpíadas de 2004, não desmerece o Viva Rio, não  desmerece qualquer outro movimento, que realmente compartilhe desta ideia e  desta decisão.
 RIO 1997 Cidade da Dignidade.
 Que as agências de  publicidade resgatem sua força de comunicação, mudando hábitos arcaicos e  ultrapassados, como a busca de verbas tal qual fossem borboletas que voam em  concorrências. Que as empresas clientes invertam o trajeto de seus bilhetes de  ponte aérea para RJ-SP-RJ. Que os profissionais do Rio de Janeiro agora, já,  imediatamente encarem 1997 como o ano de uma grande virada. A virada para o  resgate da dignidade do mercado do Rio de Janeiro. A virada para que jornais  cariocas como O Globo, mesmo pensando "a 40 Graus", temperatura que  deve ter sido a responsável pelo apoio a aventuras como a do Porta Aviões Minas  Gerais, aliás, sem decolagem de um só avião desde setembro de 96, e que acabou  se transformando em palco, para frequentadores habituais de festinhas  badaladas.
 O que isto tem a ver com a  comunidade?
 A virada para uma campanha  muito mais importante. RIO 1997 Cidade  da Dignidade.
 Pode parecer um movimento  radical. Nada disso. Apenas um resgate de algo que sempre tivemos de sobra em  relação a qualquer outra parte deste país.
 Não é difícil, nem  impossível, muito pelo contrário. É muito fácil resgatar a dignidade do Rio, já  em 1997 ou a partir de 1997 como queiram os leitores desta coluna.
 Basta querer.
 Não estamos querendo dizer  que temos que fechar porteiras na Dutra ou na Ponte Aérea SP-RJ. Isto seria ridículo,  absurdo. E muito menos deixar de fazer grandes negócios com estados como São  Paulo. Basta analisar quantos profissionais do Rio estão lá, fazendo sucesso,  garantindo o sucesso da comunicação de muitas empresas.
 Muita gente mudou para São  Paulo, muita gente foi para Minas, muita gente foi para Nova York, para Disney,  para o Nordeste, para a Austrália.
 Mas muita gente também está  voltando. Voltando porque o Rio tem como sua vocação natural o dom de fazer  bem, falta apenas acreditar nisso e cair de cabeça na reconquista, no resgate  da dignidade do Rio como capital cultural, como centro de criatividade, de  profissionalismo, como cidade vencedora, muito mais que cidade candidata.
 Só depende de quem está  lendo esta coluna e de alguns outros que ainda só sabem olhar a quantidade de  reais de forma imediata, esquecendo que dignidade, profissionalismo, um bom  trabalho fundamentado e devidamente planejado, coerente em seus objetivos,  estratégias e táticas, podem gerar muito mais resultados reais, para quem  solicita e para quem faz.
 Estamos esperando o que?
 Cair do céu é que não vai.
 1997. É ano ímpar do resgate  da dignidade da cidade e do mercado do Rio de Janeiro, e a comunicação é a alma  desta virada.
 • Maria Helena AraujoDiretora da New Business e  da Ampro no Rio de Janeiro.
 |