Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 05/NOV/1993
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Shell lança Diesel Aditivado com grande campanha em TV

A Shell lança na próxima semana, com um violento esquema de comunicação que inclui veiculação em televisão, o seu Diesel Aditivado. O produto leva o nome de Fórmula Diesel, seguindo a linha internacional de combustíveis com o nome "Fórmula", já adotada no Brasil para a gasolina aditivada da empresa.
No comercial de 60 segundos, produzido pela Tec-Cine com direção de Ronaldo Uzeda, um caminhoneiro experimenta o produto e conta para os outros companheiros de estrada. Em pouco tempo, forma-se uma fila gigantesca de caminhões na frente do posto Shell.
Apesar de não ser a primeira empresa a lançar o Diesel Aditivado, a Shell será provavelmente a única a investir fortemente na comunicação do produto. Este segmento está muito presente no seu marketing. Há vários anos, a empresa patrocina o bastante premiado projeto Clube Irmão Caminhoneiro Shell, que conta inclusive com programa de televisão.
A expectativa em relação a este comercial está sendo muito grande no meio publicitário carioca. Há alguns anos a Shell, através de sua agência, a Standard, só filmava em São Paulo ou no Exterior. A volta ao Rio não podia ser mais esperada.
Informações não oficiais, dentro da própria empresa, situam a verba para este lançamento em torno de 1 milhão de dólares.

Contemporânea aumenta equipe de criação

A Contemporânea continua investindo em contratações.
Depois de tirar Ricardo Meyer da Interface para ser seu diretor de RTVC, a agência trouxe de volta de São Paulo - onde passou um mês na ST - o redator André Pedroso, ex-BR-3, e tirou desta agência o antigo dupla de André, Jorge Falsfein.

Zohar pega Accioly na volta da Europa

Depois de uma viagem de um mês pela Europa e Estados Unidos, captando produções de comerciais para o Brasil, Antônio Carlos Accioly voltou ao país.
Mas mudou de casa na volta.
Ele acabou retornando para a produtora Zohar de Isabelle Tanuji, desfazendo a sua associação com a Set de Célia Botelho.

Giovanni liga criação em rede de informática

A Giovanni acabou de interligar em rede de última geração (com transmissão em 14.400 bps) os computadores da criação de seus três escritórios, no Rio, São Paulo e Brasília.
A meta da agência é eliminar custos, riscos - e principalmente prazos - dos transportes de materiais entre os três mercados.
Em breve, a Giovanni pretende estender o sistema a todas as agências com as quais mantém acordos através do país.

Norton prepara-se para ir ao centro

A Norton está arrumando as malas para deixar Botafogo.
Provavelmente no começo do ano a agência inaugure seu novo escritório na Av. Rio Branco, que está sendo reformado para receber a equipe.
Por enquanto, a Norton-Rio juntou seu pessoal todo de volta na antiga casa nº 72 da Rua 19 de Fevereiro.
O moderno prédio do nº 71, que a própria agência construiu, foi alugado.

Mercado espera por licitações

Uma das questões que mais têm intrigado os empresários de propaganda é que fim levaram as prometidas licitações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
E mais: se estes órgãos estão oficialmente sem agência de propaganda, como estão se virando com a sua comunicação?
E por falar nisso, prefeito César Maia, e a licitação da prefeitura, quando sai?

Nem todo comercial também é propaganda.

Antes que as coisas se compliquem ainda mais: os comerciais de sistema telefônico 011-1406 não podem ser chamados de propaganda.
Peças de Marketing Direto ou de Resposta Direta, sim.
A confusão está grande nas cabeças de estudantes de comunicação, dos publicitários e até de profissionais de clientes. E pode levar a distorções terríveis, se continuarmos juntando na mesma terminologia tradicional de “propaganda” ou “publicidade” aqueles trabalhos.
Há poucas semanas, em um debate na PUC do Rio do qual participei com Roberto Duailibi, estudantes de pós graduação em marketing chegaram a utilizar os exemplos dos comerciais de Facas Guinsu ou de Meias Vivarina como “boa propaganda” porque dão bons resultados de vendas.
Na mesma semana, num bate-papo informal, um diretor de arte de uma grande agência carioca se confessava assustado com estes comerciais como se eles fossem uma nova tendência de propaganda. Como admitiu que um dia ele teria que esquecer tudo o que aprendeu para criar um comercial daqueles?
Confesso que eu mesmo já me flagrei citando o VT de Vivarina como propaganda pouco criativa.
Tudo isso é um equivoco causado pelo susto da violenta chagada do marketing direto à televisão brasileira.
Mas é só ver estes comerciais como uma coisa diferente da propaganda que estamos acostumados a cultuar – vinda de agências brilhantes como a DPZ, Talent, W/Brasil, DM-9 e tantas outras – que eles deixam de incomodar.
Ninguém vai tirar o espaço de ninguém. Cada formato tem o seu objetivo de marketing definido (que não é o caso aprofundar aqui). Afinal o marketing direto em revistas e jornais não tirou o espaço criativo dos anúncios gráficos. Nem obrigou às agências a mudar o seu estilo de criação. Pelo contrário, permitiu o surgimento de departamentos ou mesmo agências inteiras especializadas na técnica do marketing direto.
E aqui é “técnica” mesmo. Lendo os boletins de Abemd, a associação do setor, a gente percebe que os anúncios e folhetos seguem recomendações e regras muito precisas. Que, ou você respeita, ou terá menos resposta que o anúncio de seu concorrente.
Os comerciais do 011-1406 não vão tirar o emprego de nenhum publicitário que tenha em sua parede um diploma do Prêmio Colunistas ou de Cannes. Ao contrário, vão abrir espaço para novas empresas, para os profissionais de marketing direto que queiram se aprofundar nas características de televisão e para os publicitários que se sintam atraídos pelo marketing direto. Impossível não é.

Cartas

As correspondências para esta coluna devem ser enviadas até 4ª feira para a Rua Visconde Silva, 156 Cob. 701, Cep 22271-090, Rio de Janeiro-RJ. O telefone é (021) 552-4141.