Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Esta coluna foi editada interinamente pela jornalista Rosana Marcis,
enquanto Marcio Ehrlich cobria o Festival de Cannes 1993.
Resultado de Cannes desagrada brasileiros: "houve conchavo"
Nem mesmo conquistando seis Leões, um a mais que no ano passado, - sendo que este ano com dois Leões de Ouro - a delegação brasileira no Festival do Filme Publicitário de Cannes ficou satisfeita. O clima mesclava entre decepção e revolta, com inúmeras acusações de conchavos entre os jurados espanhóis, italianos e argentinos para prejudicar o Brasil.
"Eles encontraram a fórmula perfeita para não conceder Leões ao Brasil: foi só colocar no short list alguns de nossos trabalhos mais fracos, deixando os melhores de fora", declarou para nossa coluna Washington Olivetto, diretor da W/Brasil e responsável pelo maior volume de inscrições das agências brasileiras presentes no Festival.
Outro veterano de Cannes, o diretor de comerciais João Daniel Tikhomiroff, espumava pelos corredores do Palais do Festival, garantindo que o "baixo nível do short list só pode ser armação". A maior revolta dos brasileiros foi o volume de 59 comerciais espanhóis incluídos no short list, que se confirmava injustificado inclusive pelas vaias que tais trabalhos recebiam durante a exibição.
Enquanto isso, ficaram de fora da relação de finalistas trabalhos que saíram do Brasil como alguns dos favoritos. Por exemplo, "Casinha no morro", da Bavária (W/Brasil); "Sinos", da Philips (Y&R); "Vegetariano", do Esplanada Grill (DM-9) e "Tijolo", da Sadia (DPZ).
Para Olivetto, um dos principais problemas de Cannes, atualmente, é a divisão em três que o júri sofre para poder avaliar apenas a terça parte dos trabalhos durante o período do Festival. "Tinha que voltar o antigo sistema de o júri inteiro assistir a todo o rolo de inscritos e também escolher o presidente após o começo dos trabalhos", defendeu ele.
Cannes, como inúmeros outros concursos publicitários, não é imune a falhas e distorções. Mesmo sem que estejamos fazendo qualquer acusação, é impossível não aliar a origem do jurado ao resultado obtido. Ano passado, a jurada brasileira foi Ana Carmem Longobardi, diretora da Talent, e esta agência foi a que mais finalistas incluiu entre as brasileiras. Este ano, o jurado brasileiro foi Gabriel Zelmeister, da W/Brasil, e esta agência ficou com 11 dos 24 finalistas brasileiros.
E ambos estes profissionais são da maior respeitabilidade, sem falar que suas agências produziram material de alta qualidade. Mas a relação entre o jurado e o material premiado sempre permitirá criticas dos não premiados.
Tarsem se destaca no Festival.
A publicidade internacional já tem um novo "enfant-gâté": o diretor indiano Tarsem, que mesmo sem ter ido pessoalmente a Cannes confirmou sua fama com o comercial "Através da garrafa", criado pela agência inglesa Lowe International para a vodca Smirnoff e considerado por muitos delegados - além de diversos jornalistas da delegação brasileira - um dos melhores do Festival.
Tarsem - ele se assina apenas assim - teve uma carreira meteórica. Ele tem pouco mais de 20 anos de idade, mas logo se notabilizou por filmes como o "Nadador" para a Levi's 501 (da BBH, aquele em que o rapaz sai nadando de piscina em piscina) e pelo premiadíssimo vídeo clip de "Loosing My Religion", para a banda de rock "R.E.M.". E entre seus trabalhos mais recentes está o comercial que bateu o recorde de orçamento da propaganda europeia: "Supermodel" da Lowe Howard Spink inglesa para o carro Vauxhall Corsa, da GM: 3 milhões de libras, ou seja, mais de US$ 4,5 milhões.
Para quem já se acostumou a ouvir nomes de diretores internacionais como Pytka e Sedelmeier, esse é mais um nome para guardar.
Marcio Ehrlich, num oferecimento especial das produtoras cariocas Claquete e Zohar.
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Dia do Mídia bem comemorado
O Grupo Sima, de Afonso Viana, repetiu a dose este ano e comemorou junto com centenas de mídias e contatos comerciais de diversos veículos do Rio o Dia da Mídia. A festa - realizada no Baby Beef, na Barra, na última segunda-feira - já é tradicional em São Paulo e Belo Horizonte e esta foi a terceira edição no Rio. Há mais de 50 anos no mercado, a Sima, Seara - Serviços de Imprensa, Rádio e Marketing é líder do setor de representação de veículos. E agora, como se não bastasse, o empresário Afonso Viana quer ser um dos melhores também no ramo hoteleiro: construiu um hotel fazenda classe "A" em Pati do Alferes, que ainda vai dar muito o que falar. Sua intenção é fazer do hotel um retiro especial para os profissionais do meio publicitário.
Mais flagrantes do Colunistas-Rio
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Fernando Barcellos levanta bem alto um dos prêmios da Denison-Rio, acompanhado do seu padrinho Walter Clark e da jornalista de O Globo, Suzane Veloso. Na moldura, o diploma do Anúncio do Ano, segurado por Marcos Apóstolo. |
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A BR.3, que teve como padrinho Roberto Levacov, recebeu seus diplomas de Armando Ferrentini. Marcos Frauches, compenetrado, quis logo pegar o que estava nas mãos de Gustavo Bastos pra mandar emoldurar.
Na ponta esquerda, Marcus Machado. |
Os jornalistas Paulo Macedo e Armando Ferrentini entregaram os prêmios da Promarket, representada por Ronaldo Uzeda, da produtora de comerciais Tec Cine, e por Coca, da produtora de fonogramas Mega.
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