Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Cannes 1993
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente nos jornais Monitor Mercantil e Folha da Tarde.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Dia: 22/06/1993
Col: Caderno Propaganda e Marketing - Cannes 93 (Folha da Tarde)

Rio concorre com apenas três peças

CANNES - Os cariocas praticamente não inscreveram nada no Festival de Mídia Impressa. Apenas a agência Contemporânea compareceu - mas ainda assim não conseguiu colocar entre os finalistas qualquer de seus três trabalhos. Cabe perguntar por que o Rio inscreve tão pouco no Festival de Mídia Impressa e de Cartazes.
Na opinião de Alexandre Machado, redator da MPM Lintas, o mercado ainda não despertou para esta premiação. Pelos próprios resultados, ele diz que não conseguiu perceber quais os critérios de julgamento, se privilegiam o texto ou a direção de arte. E esta definição ajudará os publicitários cariocas a selecionarem melhor o material a inscrever nos próximos anos.
Marcos Silveira, diretor de criação da Young no Rio, lamenta também que mercado carioca esteja com poucas oportunidades de criar bons trabalhos de mídia impressa. Ele concorda com a afirmação de Machado de que, na perda geral da publicidade carioca, a área impressa sofreu mais que a de comerciais.
(Marcio Ehrlich)


Dia: 22/06/1993
Veículo: Monitor Mercantil. Pág. 03

Brasil ganha Grand Prix no Festival de Cannes

O Brasil conquistou ontem o Grand Prix do II Festival Press & Poster de Cannes, referente às melhores peças impressas de revistas e jornais de 1992.
A vencedora foi a campanha Guaraná Diet, criada para a Antarctica pela DM-9, agência que obteve o maior número de prêmios para o Brasil neste concurso: além do Grand Prix, um Leão de Ouro para o anúncio "Onde estão Wally?", para o Praia do Forte Resort Hotel: Leão de Prata para "Charles e Diana", das Meias Liz: e Bronze para "Even Cross-Eyed People can Read" para a Central de Outdoor em falar em outros 12 trabalhos incluídos entre os finalistas.
Outro Leão de Ouro para o Brasil saiu para a campanha da LBV, criada pela DPZ de São Paulo. A publicidade brasileira ainda mereceu um Leão de Bronze para um dos anúncios da nova campanha das camisetas Hering - aquele em que um peixe parece usar camiseta - criada pela agência Young & Rubicam.
A campanha vencedora do Grand Prix é pouco conhecida dos brasileiros, chegando a haver acusações, entre os delegados inscritos no Festival, de que ela ainda não foi veiculada. Nizan Guanaes, diretor da DM-9, nos confirmou, porém, que ela já apareceu em revistas especializadas em saúde, Ela mostra, sem texto em páginas duplas, de um lado apenas abdomens em excelentes formas físicas e, na página ao lado, na altura do umbigo, uma chapinha do Diet Guaraná.
(Marcio Ehrlich, diretamente de Cannes para o MONITOR MERCANTIL num oferecimento das produtoras cariocas Claquete e Zohar).


Dia: 24/06/1993
Col: Caderno Propaganda e Marketing - Cannes 93 (Folha da Tarde)

Comerciais estão com melhor finalização.

Chico Abreia
O diretor da Yes, Chico Abreia elogia a produção brasileira. 

CANNES - o tempo chuvoso ajudou a aumentar a frequência do público nas exibições dos comerciais. Mesmo assim continua cansativo tentar acompanhar os comerciais de todas as categorias exibidos atualmente em Cannes.
Chico Abreia, um dos diretores brasileiros de comerciais presentes em Cannes, revelou que ficou tonto com o volume de material assistido nos primeiros dois dias. E ainda sem condições de avaliar alguma nova tendência internacional.
Abreia, no entanto, já se sentiu gratificado ao perceber que os comerciais brasileiros finalmente conseguiram ultrapassar os problemas de sonorização que em outras épocas permitiam ao Brasil ser tristemente identificado assim que começasse a exibição de seus filmes. Todos os comerciais da DM9, por exemplo, citou Abreia, foram refina lizados em Londres, garantindo inclusive uma melhor dublagem.
Mas as exibições reservaram outras surpresas para os brasileiros. E particularmente para os cariocas. Quem viu na segunda-feira a campanha da Skol "Sai dessa, abre uma Skol" ser vaiada, pôde assistir ao filme "Mágico de Oz", da Amil, mobilizando o público ao ponto de os criativos presentes baterem palmas acompanhando a música e tentando cantar junto. Ganhe Leão ou não, foi um ponto para a equipe da Promarket, uma house-agency que está conseguindo trabalhar direito.
(Marcio Ehrlich)


Dia: 26-27 e 28/06/1993
Veículo: Monitor Mercantil

Melhora a performance brasileira em Cannes.

CANNES - O Brasil ficou com seis Leões no Festival Internacional do Filme Publicitário, que se encerra esta noite em Cannes. Este resultado, que inclui dois Leões de Ouro, supera o obtido ano passado, quando a publicidade brasileira obteve apenas cinco Leões, sem qualquer premiação de Ouro. O Grand Prix do Festival ficou com a campanha japonesa da Nissin Food Products, criada por duas diferentes agências, a Hakuhodo e a Asatsu.
Um dos Leões de Ouro do Brasil foi para o filme Mordidas, da Young e Rubicam para a margarina Bonna. Neste comercial, o cantor dá uma dentada em um pão com a margarina e continua a cantar o jingle de boca cheia. O Outro Leão foi para a campanha Collor Antes/Collor Depois do Impeachment, criada pela W/Brasil para a Folha de São Paulo. Neles, o jornal mostra declarações de Collor antes de ser eleito, defendendo o direito de o jornal criticar o presidente.
O Leão de Prata brasileiro foi para o filme Tapete, criado pela Standard para a aveia Quacker. Ainda foram destinados ao Brasil três Leões de Bronze: Homicida, da Young e Rubicam para Tekaction, da Johnson e Johnson; Logo Quadrado I, da W/Brasil para a Assistência Técnica BMW da Regino Import; e Vermes, da Standard para uma campanha de doação de órgãos assinada por ela própria.
Apesar de o Brasil ter melhorado o seu resultado em relação ao ano passado, os brasileiros presentes a Cannes não se sentiram satisfeitos com o Festival deste ano, acusando o júri de ter permitido conchavos entre os jurados espanhóis, italianos e argentinos, como declararam, por exemplo, Washington Olivetto, da W/Brasil, e João Daniel Tikhomiroff, diretor de comerciais da Jodaf. O Brasil inscreveu este ano 214 comerciais, tendo incluído apenas 24 entre os finalistas.
(Marcio Ehrlich, num oferecimento especial das produtoras cariocas Zohar e Claquete).