Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
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O que Nizan Guanaes pensa sobre o Turismo
Nizan Guanaes, grande em tamanho e em talento, incomoda muita gente. Mas cada vez mais convence este colunista que é um sujeito brilhante. Não só pelo que a sua agência DM-9 faz como pelo que ele - pessoalmente - diz em entrevistas. Não por acaso, ele foi indicado um dos líderes da Propaganda Brasileira por uma pesquisa do jornal Gazeta Mercantil.
Faz pouco tempo, no Festival Internacional de Propaganda no Turismo que aconteceu em Porto Alegre, Nizan fez uma palestra sobre, ora, pois!, Propaganda no Turismo.
O Rio tem uma enorme vocação turística, todo mundo sabe. Esse nosso Rio mesmo, que está na boca de trocar de prefeito e de vereadores. E de agências que vão fazer a propaganda dos órgãos municipais.
Vejam só se não vale a pena essa turma toda pensar no que disse o Nizan Guanaes.
Um problema de produto.
Nizan Guanaes
Propaganda turística não é problema de propaganda. É problema do produto. Somos extremamente acadêmicos em relação ao turismo e as pessoas ainda não conseguem conceber o setor de lazer como medida econômica. Deixam de investir.
Jamais seremos uma potência turística enquanto pensarmos pequeno no universo turístico; não tivermos respeito arquitetônico e conscientização histórica. O Brasil não tem calendário, não é ousado. Não é um País voltado para a venda do muito que tem. E o turista não é vendedor, é comprador. Não temos mentalidade de continente, e o que é pior: o Brasil se acha feio. Cafona. Desinteressante. Sem charme. Não é assim que se vende.
O turismo é uma necessidade subjetiva, tem que estar o tempo todo sendo puxado à tona. Milionária indústria, tem nos seus personagens os turistas - a precisão do envolvimento... E uma questão de sedução! Olhem-se os brasileiros em Miami e será fácil de ver que o problema não é dinheiro. Lá, é uma indústria que nasceu para vender. E enquanto o homem tiver libido e cartão de crédito no bolso, ainda há esperança.
No Brasil se anuncia mal quando o tema é turismo. As operadoras, agências e empresas utilizam, em sua colocação de mercado, pequenas e mal preparadas agências. Isto se reflete no produto final. Pouco se vende da magia de viajar. É só lembrar, sem comparar, que os anúncios americanos têm, em algumas de suas melhores peças, exatamente material de turismo.
A propaganda turística no Brasil não é levada a sério. Não está sedimentada em fundamentos mercadológicos, não tem agressividade de mercado. Alegria é uma palavra de ação que está muito pouco na paisagem publicitária do turismo brasileiro. O condicionamento físico está muito mais bem vendido no Brasil que o turismo. Estamos sem condicionamento mental.
O turismo é a mais potente e mais rápida indústria que este País pode ter, e segue esquecido. Ainda tem que superar a incompetência de sua presumível direção. A verba da Embratur deveria estar em torno de US$ 100, 200 milhões, teria justificativas. Não esses ridículos e mal pagos US$ 2 milhões... isso não existe. Dá mesmo pra entender como o Brasil é uma tragédia. Devia ser governado pela Cruz Vermelha.
Está na hora de exigir. E de mudar. Às vezes é melhor parar com campanhas e ter atitudes. Mesmo que seja pra ter um 'Calendário Tiradentes', só dos dias que você pode enforcar (e programar suas viagens) ou que o Rio se reconheça como "play-ground" de São Paulo, o único País desenvolvido do mundo que fala português. Por que ainda não temos uma 'Ponte Aérea dos Namorados'? Não ia vender horrores?
Criação no Rio ainda se mexe?
A criação carioca ainda não se ajustou às vagas surgidas com a chegada das novas agências paulistas e até à mudança de Euler Matheus da MPM/Lintas para a Salles. O mercado está bem vivo.
Até o fechamento desta coluna não haviam sido oficializados os nomes dos novos criadores da Salles. No paralelo, o que corre é que são eles Delano D'Avila - o diretor de criação que participou da virada da Provarejo e já foi da Salles em seus tempos áureos - e Valéria Chaves. Delano, que é diretor de arte, está na Pubblicità & Esquire.
Só se tem certeza é que Euler não levará ninguém da MPM/Lintas. Não que ele não quisesse. Mas a agência garantiu isso por contrato. Por seis meses, o ex-diretor executivo da MPM/LintasRio está impedido de tirar qualquer profissional de lá.
Enquanto isso, outras mudanças acontecem. O diretor de arte Wilson Nóbrega abre vaga na Almap/BBDO. Ele vai para a DPZ-Rio.
Mais momentos do Colunistas-Rio
Aproveitando a semana curta, vamos a mais registros da festa de entrega dos diplomas aos vencedores do XI Prêmio Colunistas-Rio, que aconteceu no Le Buffet. Ficam todos para a Posteridade!
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Armando Ferrentini abraça o premiado Pedro Bulcão, da Cine-C, produtora que ganhou diplomas para a Insetisan e para o Conhaque de São João da Barra. |
Cláudio Carvalho levanta orgulhoso o diploma que conquistou para a Prefeitura do Rio, enquanto Jomar Pereira da Silva, um dos apresentadores da festa, lê a premiação. |
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Fabiana Xavier de Brito, diretora de criação da Promarket, recebeu os prêmios dos comerciais da Amil ao lado de Ronaldo Uzeda, da Tec-Cine, produtora mais premiada no Colunistas-Rio. |
Carlos Pedrosa discursa em nome de sua agência Pubblicità & Esquire, assistido pela jornalista Suzane Veloso, que também foi do júri do Colunistas-Rio. Ainda não conseguimos descobrir o que a mão direita de Pedrosa estava fazendo. |
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Jomar Pereira da Silva entrega o diploma para Vicente Nolasco |
Armando Ferrentini cumprimenta Hugo Paz e, mais atrás, Erly de Jesus. |
Anúncio publicado pela agência Unità ao lado da coluna na versão impressa. |