Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
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MPM:Lintas cria "board" para dirigir o Rio
O furacão Andrew passou pela publicidade carioca esta semana, causando a maior reviravolta nos escritório da Salles e da MPM/Lintas.
Euler Matheus trocou a direção da MPM/Lintas-Rio pela da Salles-Rio, que dispensou seu diretor Abelardo Cid do cargo, mantendo-o como "consultor", principalmente para a conta da Souza Cruz, da qual Abel é especialista.
Dia 8, Euler já assume na nova casa, e dia 15, o presidente da Salles, Paulinho Salles, reúne a imprensa e os clientes do Rio para apresentá-lo em um coquetel no mais sofisticado clube do Rio, o Country.
A MPM, para compensar a mudança, aproveitou e mudou todo o seu sistema administrativo no Rio de Janeiro, promovendo três de seus diretores a vice-presidentes para criar um board que gerenciará a partir de agora o escritório carioca.
Nesta quinta-feira, o presidente da MPM/Lintas, Ivan Pinto reuniu a imprensa no Rio em caráter de emergência já que havia vazado a saída de Euler, para apresentar o novo formato da agência. Nele, Waltely Longo passa de diretor de atendimento a vice-presidente diretor-geral do escritório, ao lado de Sérgio da Malta como vice-presidente de planejamento e pesquisa e Fábio Siqueira como vice-presidente de criação.
Esta formação de "board", disse Ivan Pinto, permite à MPM/Lintas-Rio se adaptar à nova filosofia que a Lintas vem implantando internacionalmente em seus escritórios, de aumentar a presença dos profissionais de criação nas decisões gerenciais da agência.
Ao mesmo tempo, a MPM/Lintas-Rio partirá para novas mudanças. Seu departamento de promoções, gerenciado por Marcelo Diniz, transforma-se num escritório da PPA no Rio, com estrutura jurídica independente. Apesar disto, a PPARio, na qual Marcelo torna-se diretor, compartilhará as dependências físicas e os profissionais de criação da agência de propaganda.
Com outra novidade, o grupo até o fim do ano deve estar em novas dependências no Rio. A MPM/Lintas quer trocar o conjunto de casas que tem em Botafogo por um conjunto de andares em algum prédio comercial, que a permita derrubar paredes internas e agilizar a comunicação e as relações entre seus departamentos, num projeto também de adequação à nova política internacional, como salientou Ivan Pinto.
Hoje, a MPM/Lintas-Rio tem 135 funcionários. Em 1991, o escritório respondeu com algo entre 30 e 35% do faturamento do grupo no Brasil, que chegou a US 168,5 milhões. Os principais clientes cariocas da agência vinham sendo BNDES, Banco Nacional, Souza Cruz (Hollywood e Ritz), Diet Coke, Ipiranga, Brascan, João Fortes Engenharia e OAS Empreendimentos. No último mês, a agência conquistou uma importante parcela na conta da Mesbla, correspondente a todas as empresas do Grupo que não as Lojas de Departamento.
Esta conquista e mais a de outro novo cliente que Ivan Pinto só pretende divulgar na próxima semana, representarão a adição de US$ 30 milhões no faturamento da agência em 1992, permitindo na expectativa de seu presidente que, neste difícil ano econômico, a MPM/Lintas pelo menos repita resultados em dólares.
Algo mais por trás da mudança
A saída de Euler Matheus da MPM/Lintas pegou o Rio de Janeiro de surpresa muito mais pela demora com que aconteceu do que pelo fato em si.
Considerado um dos mais experientes executivos de agência no atendimento a contas de Brasília, Euler chegou a ser visto, por muito tempo, como o virtual herdeiro da MPM-Rio, tão logo seu diretor Luiz Macedo decidisse se aposentar.
A venda da MPM para a Lintas mudou radicalmente o rumo da sua carreira de 25 anos dentro da agência. Ele não só perdeu a condição de herdeiro como viu ser diminuída a importância de sua experiência numa nova empresa de perfil muito mais voltado para contas da iniciativa privada.
A aparente resignação de Euler Matheus a esse quadro seguindo fielmente à frente da MPM-Rio não raramente era motivo de conversas do mercado publicitário carioca.
A situação caiu como uma luva para a Salles, que, perante as reviravoltas acontecidas na situação política brasileira - lembrem-se que Mauro Salles trabalhou para Collor devia estar bastante preocupada em garantir a sua presença no futuro das contas federais.
Como os escritórios cariocas das agências paulistas é que tradicionalmente assumem o atendimento às contas de Brasília, ninguém mais adequado para a Salles chamar que Euler Matheus para dirigir o seu escritório do Rio. Independente da competência que pudesse ter Abelardo Cid, que vinha gerenciando a Salles-Rio nos últimos meses, galhardamente tentando reverter à queda de negócios que a agência sofreu nos últimos anos, com perdas gigantescas como da Brahma e da Texaco.
No calor dos boatos, comentou-se que outra das insatisfações de Euler Matheus com a Lintas foi o corte do substancial bônus financeiro anual que ele sofreu assim que a multinacional assumiu a agência.
O presidente da MPM/Lintas, Ivan Pinto, confirmou que Euler em 1991 não recebeu mesmo o bônus; mas acrescentou que ano passado a agência não deu bônus a ninguém, nem mesmo a seus sócios. E explicou: "Agência que não dá lucro não pode distribuir bônus".
Festa do Colunistas-Rio foi uma grande alegria.
Foi um sucesso retumbante a festa do XI Prêmio Colunistas Rio. Prevista para apenas 300 lugares - afinal, o momento do mercado recomendava precauções - a festa dos Colunistas teve o apoio de todo mundo que é importante na propaganda carioca, levando ao Le Buffet, na última terça-feira, quase 500 publicitários de agências, anunciantes, veículos e produtoras, e obrigando muita gente a infelizmente ter que ficar de fora.
Este ano, a Abracomp-Rio reviveu o Prêmio Rogério Steinberger para os redatores e diretores de arte mais premiados no Colunistas. O resultado foi dado de surpresa na festa. Entre os 52 diretores de arte premiados, o 3º lugar ficou com Vicente Nolasco. O 2º foi dividido entre Hélio Rosas e Cristóvão Martins e o 1º foi absoluto de Fernando Barcellos. E entre os 45 redatores, o 3º lugar foi para João Bosco, o 2º para Luiz Augusto Vieira e o 1º para Marcos Apóstolo.
A alegria, a emoção e a descontração deram o tom ao Colunistas-Rio, como vocês podem ver nas fotos abaixo:
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Fábio Siqueira mostra, todo prosa, com os clientes da MPM/Lintas, o diploma da Agência do Ano. |
Luís Crisóstomo, assistido por seus companheiros do BNDES, recebe deste colunista o diploma de Anunciante do Ano. |
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Franzé, presidente da Pubblicità, discursa emocionado como Publicitário do Ano, assistido por Suzane Veloso. |
Ênio Vergeiro e Antônio Sabino, da Veja-Rio, comemoram com Valdir Siqueira e Lula Vieira, de sua agência VS Escala, o título de Veículo do Ano.
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Gustavo Bastos, diretor de criação da DPZ, discursa ao receber o título de Profissional de Propaganda do Ano |
Armando Ferrentini entrega o prêmio a Igdal Parnes |
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O papai Mangão enche o peito de orgulho ao lado de seu filho Manguinha, que recebeu seu primeiro prêmio como diretor de comerciais. |
Os clientes da Contemporânea mostram seus diplomas ao lado do redator Adilson Xavier, representando a agência. Entre eles, Thomaz Newton Naves e Jarbas Nogueira |
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Suzane Veloso e Renata Giese enfeitam a entrega dos diplomas conquistados pela Almap/BBDO e seus clientes. |
Lúcia Leme e Jomar Pereira da Silva ladeiam Luís Vieira, que manda um beijinho para a câmera ao mostrar seu Prêmio Rogerio Steinberg. |
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Marcos Apóstolo recebe o Prêmio Rogerio Steinberg como o mais premiado redator do Colunistas Rio 1992. |
Fernando Barcellos foi o diretor de arte mais premiado do Colunistas e recebe seu Rogerio Steinberg de Jomar Pereira da Silva |
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