Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
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VT Center pode ser comprada pela equipe
"Vende-se uma produtora completa, com 5 câmeras, duas ilhas de vídeo de 1 polegada e U-Matic e uma de áudio de 8 canais digital, mais equipamentos de copiagem e de externa, e 36 funcionários, entre os quais 11 técnicos, 5 produtores e 5 cenógrafos. Tratar na Mesbla”.
Este anúncio pode não ter sido publicado, mas está valendo assim mesmo. Desde que a Mesbla divulgou a decisão de fechar a sua house-agency Provarejo e entregar a conta para uma agência externa como parte de um processo de "terceirização dos serviços", a produtora VT Center - também pertencente ao grupo - começou a passar por maus momentos. Noticias apressadas publicadas na imprensa previram o fechamento imediato da produtora, levando a que os pedidos de orçamento de outras agências à VT Center caíssem drasticamente.
A própria diretora da produtora, Márcia Soares, foi pega de surpresa por todas as noticias e atropelada pelos boatos que se seguiram, tendo que correr atrás das agências para mostrar que a VT Center continuaria produzindo pelo menos até o fim de julho.
Agora, porém, às vésperas de a Mesbla divulgar o resultado de sua concorrência publicitária, não há como esconder de que a VT Center terá que ser negociada. Apenas uma questão não está definida: inteira ou por partes?
Algumas produtoras do mercado já demonstraram interesse em adquirir um ou outro equipamento. Uma emissora carioca de TV também se manifestou. E como os boatos são inevitáveis, consta que até uma das agências da concorrência se dispôs a absorver a produtora, caso conquistasse a conta da Mesbla.
Mas a principal tentativa de salvar a VT Center está vindo de seus próprios funcionários, encabeçados por Márcia Soares. Incentivados pela excelente imagem que a produtora conquistou no mercado publicitário, eles querem adquirir seu nome, equipamentos e instalações.
Neste momento, o grupo está fazendo uma avaliação real de tudo isso e do que eles dispõem para oferecer à Mesbla. Até a próxima semana, a proposta de compra será entregue à diretoria da empresa, que terá todo o mês de julho, o último de funcionamento da Provarejo e da VT Center como suas coligadas, para decidir.
Pepsi consegue inovar em promoção com Batman
Na guerra das colas, a Coca e a Pepsi vem travando nos últimos anos uma batalha sensacional para quem está assistindo: qual das duas faz a promoção que oferece mais vantagens ao consumidor?
Esta semana, a Pepsi e seus engarrafadores - entre os quais a Brahma lançam um novo ataque, com a promoção "Promo Batman, O Retorno". Seu grande diferencial: rigorosamente todos os participantes poderiam dizer que ganharam alguma coisa. Nem que seja uma chapinha decorada internamente com “motivos Batman”, para colecionar.
Na promoção, a Pepsi e seus engarrafadores entraram com um investimento real de US$ 5 milhões, incluindo os custos dos prêmios. Só a verba de produção (gráfica e eletrônica) foi de US$ 200 mil, dos quais US$ 60 mil investidos no comercial de 30" produzido pela Claquete e dirigido por Mário Márcio Bandarra, que entra no ar este domingo pela Rede Globo.
A mídia, aliás, é exclusiva da Globo, como parte do pacote fechado com a emissora para exibir, durante 10 sábados a partir de 18 de julho em um intervalo da novela das oito, os sorteios da promoção. Aproveitando o clima global, a atriz do comercial e dos sorteios será Regina Casé, apresentadora do "Programa Legal" da emissora. Na opinião de Gerry Schmidt, diretor de marketing da Pepsi, Regina traduz o perfil do consumidor jovem e descontraído que a empresa tem como seu público alvo.
O gancho da promoção "Batman, O Retorno", como o nome diz, é o lançamento no Brasil - em 145 cinemas de 50 cidades - do filme "Batman, O Retorno", a nova superprodução de US$ 100 milhões da Warner. E que, por si própria, criará comentários na imprensa e no público suficiente para alavancar qualquer evento a ela associado. Tanto que, na previsão de Gerry Schmidt, a Pepsi espera, neste período entre 28 de junho e 19 de setembro, colocar no mercado, através de 400 mil pontos de venda de todo o Brasil, 400 milhões de refrigerantes, num crescimento de 50% sobre suas vendas normais.
Nada mal quando ouvimos Gerry Schmidt afirmar que no primeiro semestre deste ano as vendas de refrigerantes despencaram em média 30% em relação ao mesmo período de 1991. A Pepsi, ressalvou Gerry, só caiu 20%. Ou seja, os 40% que completam a média devem ter sido perdidos pela concorrência...
A promoção da Pepsi traz várias inovações. A primeira delas é que as tampas dos refrigerantes são integralmente aproveitáveis pelo consumidor.
Os vedantes plásticos serão usados para o sorteio de prêmios, colados em cupons distribuídos nos pontos de venda. Como prêmios estão desde posters do filme até 10 carros Mitsubishi Eclipse importados no valor de 40 mil dólares cada. Este é o primeiro prêmio importado utilizado em uma promoção no Brasil, se beneficiando da mudança na legislação do setor. Aliás, pelo que Gerry Schmidt afirmou na coletiva, para esta própria mudança houve lobby da Pepsi, que já queria incluir os carros japoneses na promoção.
A parte metálica da tampinha, além de ser objeto de coleção, traz mais uma novidade promocional, envolvendo a rede de exibidores cinematográficos de Luís Severiano Ribeiro: quem comprar um ingresso para ver o filme do Batman de segunda à sexta poderá trocar três chapinhas por um ingresso adicional. Pelas contas da Pepsi, se 10% das 400 milhões de chapinhas forem trocadas por ingressos, isto representara um volume de prêmios na promoção da ordem de US$ 30 milhões. Obviamente isto é um investimento virtual, sem desembolso de dinheiro dos exibidores, e próprio para dar dimensão jornalística à promoção. Afinal, ocupadas ou não as poltronas pelos 2 participantes da promoção (o que comprou e o que trocou as chapinhas), a sessão do filme teria mesmo que ser exibida, com todas as despesas a ela relacionadas. Quer dizer, os exibidores só terão lucro.
MKTMIX
• CARIOCA EM CANNES- O comercial "Ser Humano", da Contemporânea para a Fundação Roberto Marinho, é a única presença carioca no shortlist do Festival de Cannes. O filme, produzido pela Blow-Up, foi criado por José Guilherme Vereza e Pablo Pagés, com direção de criação de Mauro Matos.
O Brasil só conseguiu emplacar 23 comerciais no shortlist. As agências destes trabalhos são a Talent (7), Young & Rubicam (6), MPM/Lintas (4), Fischer & Justus (2), e Leo Burnett, Futura, SL&BB e Contemporânea (1 cada uma).
• EMBRATUR DECIDE - Vai continuar com a Lara, Stalimir a cobiçada conta internacional da Embratur. O Diário Oficial de hoje publica os resultados desta concorrência, que ainda entregou para a Denison-São Paulo a parte nacional da conta da Empresa Brasileira de Turismo.
• GIOVANNI ATACA SÃO PAULO - Os paulistas que abram o olho com Paulo Giovanni, agora que ele está morando na capital paulista. Verdadeiro "come-quieto", ele vai investir 1 milhão de dólares na sua agência em São Paulo este ano. E já começou com a contratação de um nome de competência indiscutível para sua criação: José Fontoura da Costa (foto), que deixa assim a vice-presidência de criação da Norton. Fontoura já passou por Almap, Thompson e Standard e é conhecido internacionalmente, tendo inclusive participado do júri de Cannes.
• ESTÁ CHEGANDO A HORA - Leonardo Brunnet, diretor de comunicação da Mesbla, informa que só na segunda-feira haverá novidades na concorrência pela conta da empresa. O mercado está ansiosíssimo.
• MARKETING NO PIAUÍ - Jomar Pereira da Silva está esta sexta-feira em Teresina, no Piauí. Foi participar como palestrante de um Seminário de Marketing Político. Outro conhecido dos cariocas no Seminário é Milton Luz, que agora está na agência Setembro.
• CARTAS - As correspondências para esta coluna devem ser enviadas para a Rua Visconde Silva, 156 cob. 701, CEP 22271-040, Rio de Janeiro - RJ.
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