Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
DPZ e DDB abrem agência em outubro
As relações entre a agência brasileira DPZ e a multinacional DDBNeedham - atualmente restritas a um acordo de representação no Brasil - se estreitam a partir de outubro, quando as duas empresas se juntam dando 50% cada uma do capital da DDB Needham Brasil, uma nova agência de propaganda a disputar o mercado brasileiro.
Apesar de faltarem ainda 4 meses para o inicio das operações, as sócias decidiram fazer a comunicação da união na última terça "para aproveitar que o Chairman e Chief-Executive-Officer da DDB Worldwide, Keith Reinhard, estava no Brasil participando da Eco 92".
Durante a coletiva, o diretor da DPZ, Roberto Duailibi, garantiu várias vezes enfaticamente (os jornalistas perguntaram de várias formas) que a associação com a DDB não implicava em qualquer obrigatoriedade de venda, no futuro, de ações de sua agência. Tanto que, no aspecto legal, a acionista da DDB Brasil será uma holding, que seus sócios Duailibi, Petit, Zaragoza e Persichetti estão criando, e que englobará a própria DPZ e outras empresas a ela ligadas, como a SAO, de programação visual, e a IMK, de relações públicas.
A DDB Needham Brasil funcionará de forma independente. Seu objetivo é disputar, aqui, fatias ou partes inteiras das contas que ela já atende no exterior. Entre as mais conhecidas estão American Airlines, PepsiCo, Bayer, Henkel, Michelin, Seagram's, Toshiba, Mitsubishi, Citicorp e Volkswagen. Três outras contas suas Mobil, McDonald's e Ceras Johnson - já são atendidas pela DPZ e só na prática, dentro de 4 meses, elas decidirão como fazer a partilha.
Keith Reinhard assegurou que todos os funcionários da DDB Needham Brasil serão brasileiros. O escritório será localizado em São Paulo e estará em operação plena em janeiro de 1993.
Segundo a revista Advertising Age, a DDB Needham teve um faturamento de US$ 2,5 bilhões nos Estados Unidos em 1991, e mais de US$ 5 bilhões mundialmente, através de 107 escritórios distribuídos por 55 países. A agência pertence ao grupo Omnicom, que também controla a BBDO, agência que no Brasil, associada à Almap, atende a conta da Volkswagen.
Mesbla fica com seis para continuar disputa
A concorrência para a conta publicitária da Mesbla já tem suas finalistas. Seis empresas foram classificadas. Das que já tem escritórios completos no Rio, entraram a Almap/BBDO, a DPZ, a MPM/Lintas e a Salles. E das que não têm - ou só têm representação - entraram a DM-9 e a W/Brasil.
A divulgação destes resultados não estava prevista para agora. Mas desde o inicio desta concorrência a Mesbla está demostrando que tem dificuldades enormes de controlar a sua comunicação. A empresa procurou ocultar a lista inicial das participantes e foi furada por esta Janela. E no final da semana passada, apesar de alguns diretores negarem peremptoriamente que já havia uma decisão, a coluna "Carlos Swann" do Globo de sexta-feira informava: "segundo uma fonte da diretoria da empresa estão reduzidas a cinco as agências que permanecem na disputa". A coluna ainda dava uma relação das pretensas cinco, incluindo duas que, segundo outra fonte da Mesbla, que procurou a Janela, estavam equivocadamente na lista: Thompson e Standard. Ou seja, passaram a dica errada para o Swann.
Segundo esta outra fonte, a lista correta é aquela lá de cima que a Janela está dando.
Fica a questão do porquê da Mesbla estar tendo tanto trabalho para queimar a si própria e a seus diretores junto à imprensa...
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• CAIO DECIDE ESTRUTURA
Só estava faltando Caio Domingues voltar de viagem para definir quem ficaria no lugar de Elysio Pires, dirigindo o escritório da Caio no Rio. Pois Caio já voltou e oficializou seu filho Eduardo Domingues como o novo diretor geral da agência, tanto para os escritórios do Rio como de São Paulo, mesmo Ed continuando a morar na capital paulista.
E a Caio-Rio aproveita para reforçar a equipe levando como Diretor de Atendimento e Planejamento Fernando Luiz dos Santos, que estava em vias de se tornar um dos órfãos da Provarejo, house da Mesbla que está fechando. Fernando, nosso ex-companheiro de GAP, também já havia passado por Contemporânea, Denison, DPZ e Thompson.
• BENETTON DANÇA
A J. Walter Thompson perdeu a conta da Benetton, anunciante que, aliás, enlouqueceu a agência com os protestos públicos que seus outdoors iconoclastas geraram. A conta está sendo disputada por Fischer & Justus, DPZ, Futura/Scali, MPM/Lintas, W/Brasil e MM.
• EXISTE LIMITE?
Será que eu estou ficando careta, gente? Porque eu achei de uma grosseria machista sem par o comercial da Zoomp, exibido na MTV, em que o personagem pergunta, com todas as letras, "Por que você não põe na b... da sua namorada?". Ainda mais porque ele não fica só nisso. Mesmo após completar que é com "um raiozinho da Zoomp" para sugerir que seria para pôr a calça da grife, finaliza garantindo que "depois você pode pôr duas vezes".
Eu é que devo estar errado mesmo porque até agora, pelo que me consta, as mulheres não protestaram nada.
• SEM GRAÇA MESMO
Bom humor de militar não dura muito. Ficou pouco no ar aquela campanha do Exército que, para incentivar o alistamento, mostrava os soldados em situações humanas e descontraídas, sugerindo que o Serviço Militar pode ser uma boa época na vida de um jovem. Mesmo assim foi provavelmente a melhor campanha das Forças Armadas na História do Brasil. O que está no ar agora, com os bichos se transformando em soldados, é de um retrocesso terrível.
• CARTAS
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