Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 01/NOV/1991
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Gláucio Binder, ex-GAP, alerta:
"há colegas pedido socorro!"

Mais uma vez o GAP-Grupo de Atendimento e Planejamento do Rio de Janeiro, associação que reúne os profissionais destas áreas do mercado publicitário, vai realizar eleições.
O dia marcado é o 21 deste mês e a eleição outra vez surge como tentativa de reagrupar os profissionais de atendimento do Rio, que teimam em se dispersar mal passam seis meses de uma nova diretoria ser eleita.
A sensação de "déjà vu" que tive ao ver a convocação das novas eleições foi inevitável. Afinal, fui um dos fundadores e primeiros diretores do GAP, num grupo que, convenhamos, apesar de heróico não estava sendo original. Já buscava ressuscitar uma falecida associação semelhante, presidida anos antes por Roberto Bahiense, e que, por sua vez, tinha surgido exatamente para a mesma coisa. E a coisa só não se estende mais porque a publicidade não é uma atividade assim tão antiga.
O início da nossa gestão foi brilhante. Mas caminhou inexoravelmente para uma tal desagregação - com cada um cuidando das suas atividades - que chegou ao ponto de o presidente, Carlos Campana, se afastar oficiosamente da associação, deixando-a nas mãos de uns poucos vice-presidentes mais resistentes.
O percurso da diretoria seguinte (a atual) inocentou completamente Carlos Campana. O início da gestão foi brilhante. Mas caminhou inexoravelmente para tal desagregação ­ com cada um cuidando das suas atividades - que chegou ao ponto de o presidente, Gláucio Binder, se afastar oficiosamente da associação, etc. etc.
No meio da crise econômica do país - que se reflete como um sol no espelho na atividade publicitária -, o profissional de atendimento caminha como quem sofre o reflexo no fundo dos seus dois olhos.
Na convocação para a eleição, encartada no profícuo jornal do Clube de Criação, estão lá todos os dedos na ferida. Ou o dedo em todas as feridas, talvez. O GAP se identifica graficamente por uma gravata! E não esconde a angústia de quem tantas vezes, para sobreviver, se assumiu como um "boy de luxo" e agora não tem nem mais layout nem orçamento pra carregar.
Vejam o primeiro e doloroso questionamento proposto ao atendimento, na tal convocação. Literalmente:
"Em tempos de comunicação instantânea via fax, numa época em que os computadores interligam departamentos da agência e os escritórios dos clientes, quais as tarefas dos executivos da conta?"
A Janela foi falar com Gláucio Binder para saber o lado dele.
Binder, na verdade, está amargo não só com o GAP como com todas as associações do mercado publicitário carioca. Para ele, "todos os grupos estão perdendo conta de seus objetivos, que deveriam ser a valorização dos profissionais que estão em atividade". Ele acha que primeira coisa que os publicitários deveriam fazer é discutir para que querem as suas entidades.
"Tudo o que os grupos fazem ultimamente é organizar festa. Ou dar aulas para iniciantes, que é afinal o que são mesmo estes seminários que tanto se organizam por ai, com a justificativa da formação de futuros profissionais", diz ele.
Para Gláucio, "o problema hoje é o presente e não o futuro".
"É uma p... hipocrisia o Clube de Criação do Rio ficar falando em Clube do Futuro, ou que a última festa do Resumo da Ópera foi do c... quando a gente está cercado de publicitários desempregados ou ganhando péssimos salários e que estão pedindo socorro", completa com uma contundência rara nesse meio. Um pouco radical, talvez. Há que se ajudar os colegas, sim. E também comemorar o que surgir de bom.
Mas no seu desabafo, o presidente afastado do GAP não culpa somente os grupos profissionais como o Clube de Criação, seu próprio GAP ou o Grupo de Mídia pelo que está acontecendo. "A razão de tudo isso", acusa Gláucio, "é termos uma ABP e um sindicato totalmente não representativos, e que por isso também não fazem nada para valorizar o profissional publicitário".
Gláucio conta que chegou a propor que o GAP discutisse os salários do atendimento, mas perdeu para a opinião de que "isto é assunto do Sindicato". "Como o Sindicato não faz nada e os grupos também não, a situação está como se vê", ele conclui, lembrando que "nem mesmo os novos formatos das agências de propaganda e como vão ficar os profissionais dentro elas está sendo discutido".
Enfim, as críticas de Gláucio Binder não deixam de demonstrar que a crise de identidade do atendimento atinge também suas lideranças. Tanto que ele deixa clara a sua posição em relação à atual e à próxima presidência do GAP.
"Eu espero que alguém consiga reverter tudo isso. Eu não consegui. E me afastei".
O desafio de surgirem chapas para a eleição do GAP está lançado. O GAP não tem sede, portanto não há local de registro delas.
A tarefa fica para as colunas publicitárias. A Janela, por sua tradição, está aberta aos candidatos.

Rio comemora com alegria os prêmios por sua produção

Foi um sucesso a festa carioca do V Prêmio Colunistas-Produção. O Rio Jazz Club lotou, com a presença de muita gente de produtoras e estúdios (é claro) e também de agências e anunciantes.
Quem estava lá é porque soube trabalhar bem. E mereceu comemorar. Vejam só alguns dos momentos da entrega dos prêmios.
Prêmio Colunistas Produção 1991 - Al Hamdan, Studio H e Wesley Marine
  Hamdan e a turma do Studio H (Estúdio de Fotografia do Ano) receberam seus diplomas de Wesley Marine, da Kaiser, parando no meio para ouvir a leitura de todos os prêmios conquistados.
Prêmio Colunistas Produção 1991 - José Dias e Bené, da Globograph, Gisela Arnaud e Marcio Ehrlich Prêmio Colunistas Produção 1991 - Marcio Ehrlich, Ronaldo Uzeda e Sergio Malta Filho
José Dias e Bené, da Globograph, se cumprimentam pelos prêmios entregues por este colunista, sob os olhares da atriz Gisela Arnaud, que participou como apresentadora. Ronaldo Uzeda, da Tec Cine, além de receber seus diplomas de Sérgio Malta Filho, diretor de Marketing do Rio Sul, leva dele um belo abraço.
Prêmio Colunistas Produção 1991 - Paulo Dompieri e Ronaldo Soares Prêmio Colunistas Produção 1991 - Isabelle Tanugi, Nelson Modeli e Glícia Van der Linden
Paulo Dompieri, da Coca-Cola, ouve cochichos do pessoal da Yes-Rio, enquanto entrega os diplomas da produtora, representada por Ronaldo Soares. Isabelle Tanugi mostra sua felicidade ao receber de Nélson Modeli, do Citibank, e Glícia Van der Linden, da Fiat Lux, os diplomas de sua produtora Zohar.

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• NOVAS CONTAS
1 - A conta da Castrol continua na JVA, garante Juan Vicente, inclusive porque há um contrato entre as duas empresas. E Juan conta que a JVA passou a atender a Arptime, fabricante de relógios que no próximo mês lança seu modelo esportivo Sector.
2 - A Zapt ganhou da Versatta e da Artplan na concorrência do Banco Bandeirantes para o lançamento do empreendimento imobiliário "Recanto da Vila", da Consultan Imóveis. E em Juiz de Fora a agência lança o empreendimento "Fontana di Trevi", para a Congel Construções.
3 - A Free também comemora seis clientes novos nos últimos 60 dias. Além da Alitalia, entraram a Tok Light, o jornal Hoje (de Nova Iguaçu); os Armários Samurai; a Rádio Manchete FM de São Paulo; a Bloch Discos; e uma série de novos produtos da Calçados Itapuã.
4 - Outra agência feliz é a Emcena, que pegou a conta de Assessoria de Comunicação e Marketing da Elle et Lui e está preparando a comemoração dos 25 anos da Amor Perfeito, que inaugura loja em Nova York. Em publicidade, a nova da Emcena é a Dinaco, empresa de química fina.
5 - E na Garden, começam a sair em revistas técnicas os trabalhos para o novo cliente da agência, a fabricante de tubulões Armco.
• CBBA E LUZ APAGAM 20 VELAS - A CBBA está comemorando o seu 20º aniversário com um faturamento, este ano, de 19,6 milhões de dólares, num crescimento de 6,5% sobre o ano passado. A agência agora está sob o comando de Júlio Pimentel e pertence ao grupo WPP, junto com a Thompson e a Ogilvy. No Rio, a CBBA, dirigida por Viviano Caldas, teve um crescimento, de 1989 a 1991 de 378% em faturamento e 338% em produtividade. Este ano o escritório carioca cresceu 1,94%, em dólares, o que -- tendo em vista a choradeira geral -- Viviano Caldas comemora com champanhe nacional porque também não vale abusar, mas champanhe.
E a Luz Publicidade, agência de matérias legais e classificados, também faz seus 20 anos, tendo atendido neste período mais de 2 mil empresas. A agência tem 149 funcionários no Rio, São Paulo e Brasília, e conta com composição informatizada a laser, produzindo da própria todos os seus anúncios.
• O ATOR ERROU O TEXTO - O ator Cassiano Ricardo se queixou na última edição da revista Propaganda de que na propaganda há prêmios para tudo, menos para os atores, tão importantes nos comerciais. Cassiano acertou em tudo o que disse na entrevista, menos nisso. O Prêmio Colunistas-Produção há cinco anos premia as melhores interpretações em comerciais. Sem falar que um de seus jurados também é ator. Do primeiro prêmio eu não lembro, mas no II Produção o Grande Prêmio de Interpretação saiu para Denise Bloch, por seu trabalho no comercial "Feia", da Max Factor. No III Produção o GP foi de Altamiro Duarte Martins, do comercial "Conaisseur", da Evel Sport. No IV Prêmio ganharam Destaques de Interpretação Samuel Leon, Waldemar "Arrelia" Seissel e Flávio Dias. E no V Colunistas Produção, recém-julgado, o ator Marco Nanini foi o Grande Prêmio por sua atuação na campanha da Ultralar & Lazer. E ainda receberam Destaques os atores Brian Penido, Ana Kfouri e Gisela Arnaud.
Como se vê, há prêmio para os atores de comerciais. O Cassiano é que não ganhou.