Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 07/JUN/1991
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Quem vai querer dirigir a ABP?

Oscar Bloch, Ernane Galveas e Elysio Pires
Elysio Pires garante que não aceita reeleição (Na foto, à direita, conversando com Oscar Bloch e o Ministro Ernane Galveas, em evento da ABP de 1981

Dentro de apenas 24 dias, em 1º de julho, a ABP - Associação Brasileira de Propaganda deverá estar escolhendo o seu novo presidente, que no dia 16 de julho será empossado para suceder a Elysio Pires ao final de seu terceiro mandato na entidade.
Até agora, porém, nenhum nome surgiu oficial ou extra oficialmente como candidato ao cargo, num marasmo típico da classe publicitária em tempo de dificuldades econômicas, quando a atenção ao próprio negócio se torna mais urgente que qualquer preocupação associativa.
Não é por outra razão, por exemplo, que Elysio Pires decidiu que não aceitará outro mandato na ABP, sob qualquer hipótese. Ele garantiu à Janela, inclusive, que sequer coordenará a sua sucessão. "Quem quiser presidir a ABP que se manifeste", disse. Para quem estiver interessado em concorrer à presidência da associação é bom saber que agora não é mais uma tarefa difícil. O novo estatuto da ABP, recém-aprovado, desburocratizou muito o processo.
Primeiro, porque diminuiu o numero de cargos da diretoria: bastam se apresentar um Presidente, um Vice e três diretores sem funções especificas.
Assim, o candidato líder da chapa não precisa mais ficar buscando nomes para inchar o grupo com pessoas que jamais aparecerão nas reuniões. Depois, porque as chapas podem se registrar até a véspera das eleições. Seus integrantes precisam estar em dia com a anuidade da ABP. Mas quem não estiver pode até pagar na hora do registro da chapa.
Apesar de não querer se envolver com o processo sucessório, Elysio não deixa de opinar como gostaria que a eleição ocorresse. Para ele, o ideal é que desta vez a escolha fosse feita entre pelo menos dois concorrentes, o que não ocorre há cerca de 20 anos. Uma disputa, lembra ele, ajudaria a sacudir o mercado em torno da associação.
Aos candidatos caberá ainda o esforço de levar os eleitores à sede da ABP na Av. Rio Branco, no dia da eleição. Como as últimas escolhas, por serem com chapa única, praticamente não se configuraram como "escolhas", no sentido literal da palavra, não mais que 200 associados tem aparecido na ABP em cada pleito, numa função praticamente de demonstrar apoio aos "candidatos". Por isso não deixa de ser curioso imaginar quantos sócios seria necessário mobilizar para uma eleição com duas ou mais chapas.
Elysio promete aos novos diretores uma associação estável financeiramente, com dinheiro em caixa, um ativo diretor executivo na pessoa de Raimundo Araújo, uma secretária como a Leila Duarte, que conhece todo mundo no Rio, e uma extensa programação já alinhavada para 1991.
Sem falar no Festival do Filme Publicitário, que já está consagrado como uma promoção anual da propaganda brasileira, o primeiro a acontecer já na ABP é a festa de 4 de Julho, no Rio Palace para o Prêmio Comunicação, que contará inclusive com um luxo: estarão presentes nela, recebendo cumprimentos, dois presidentes da ABP: o eleito no dia 1º e o próprio Elysio.

 

Mudam as agências cariocas no ranking nacional da M&M.

RANKING DAS AGÊNCIAS
(por receita, em US$ milhões)

 

1990

1989

Variação (%)

1) MPM

51,672

52,842

(2,.21)

2) Standard

26,568

25,235

5,28

3) McCann

26,462

25,233

4,87

4) DPZ

25,500

-

-

5) Salles

20,969

-

-

6) Norton

19,500

18,700

4,27

7) Almap

19,325

-

-

8) Lintas

17,562

13,960

25,80

9) W/Brasil

15,854

13,629

17,21

10) Talent/Detroit

13,935

9,255

50,56

11) Young & Rubicam

13,750

11,804

16,48

12) J. W. Thompson

13,551

-

-

13) Fischer, Justus

11,692

-

-

14) Propeg

10,486

-

-

15) Better

10,412

8,667

20,13

16) Pubblicità & Esquire

8,403

6,933

21,20

17) Delta

7,705

4,953

55,56

18) Giovanni

7,693

4,530

69,82

19) CBP

7,293

3,396

114,75

20) SMP&B

6,953

6,912

0,60

Fonte: Editora Meio & Mensagem

A Pubblicità & Esquire é agora a maior agencia carioca depois da hors-concours MPM, segundo o ranking das 20 maiores agências atuantes no Brasil, e que a revista especializada Meio & Mensagem está publicando esta semana.
Segundo a publicação, a MPM pela enésima vez liderou a lista nacional de grandes agências, mesmo tendo sua receita, em US$ milhões, diminuído de 52.842 em 1989 para 51.672 em 1990. O sucesso da MPM continua sendo tão espetacular que seu resultado chega a ser praticamente o dobro do conseguido pela segunda colocada na relação, a Standard, cuja receita em 1990 alcançou US$ 26,568 milhões.
Em relação às agências cariocas, o ranking de 1990 coloca em destaque a Pubblicità & Esquire, chegando em 16º nacionalmente, com uma receita de US$ 8,4 milhões. A próxima carioca entre as 20 maiores é a Giovanni, no 18º lugar, com uma receita em 1990 de US$ 7,6 milhões. No caso da Giovanni, surpreende também o percentual de crescimento da agência no último ano: 69,82%, comprovando que a ligação da agência com o governo Collor de Mello deu excelentes resultados.
O ranking das 20 maiores revela também algumas ausências notáveis. Deixaram a lista, por parte do Rio, nomes como Artplan, Caio, Denison e VS Escala, que frequentaram a relação por vários anos. Por outro lado, surpreende a não entrada, entre as 20, da Contemporânea, agência carioca que tem obtido o melhor desempenho criativo do mercado, sem que, ao que parece isto esteja se refletindo no seu volume absoluto de negócios.

Colunistas vão escolher Melhores da Década de 80.

No próximo dia 15, em São Paulo, os colunistas publicitários da Abracomp vão estar reunidos para escolher os grandes vencedores do Prêmio Colunistas dos Melhores da Década de 80, entre os trabalhos, profissionais e empresas que receberam, no últimos dez anos, de 1981 a 1990, Medalhas de Ouro e Grandes Prêmios do Prêmio Colunistas Nacional.
A participação do Rio de Janeiro nesta premiação é bastante extensa. Já fizeram a propaganda do Rio brilhar nacionalmente várias agências que nem mais existem, como Abaeté, Estrutural, Ferrari, MMC, Redinger, SGB e Tandem. Mas continuam firmes no mercado, e concorrerão também aos Melhores da Década agências como Almap/BBDO, Artplan, Caio, Claudio Carvalho, Contemporânea, Denison, DPZ, Giovanni, J.W. Thompson, JVA, McCann, MFM, Norton, Oficina, Provarejo, Pubblicità & Esquire, Salles, Standard, Tática, Urbana, VS Escala e Zapt.
A relação de todos os trabalhos cariocas seria muito grande para caber nesta coluna, mas aqui estão os concorrentes aos Grandes Prêmios da Década, que serão escolhidos entre os Grandes Prêmios dos últimos anos:
• Campanha "A Caixa está em todo lugar", da Artplan para a Caixa Econômica Federal (1984).
• Campanha "O mundo está no O Globo", da Contemporânea para O Globo (1987).
• Comercial "Democracia", da Contemporânea para o Jornal do Brasil (1985).
• Comercial "Futebol", da Contemporânea para De Millus (1988).
• Anuncio "'O Sabor de Vencer", da J.W. Thompson para a Pepsi (1985).