Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 23/NOV/1990
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Rio superou São Paulo em Grand Prix de Promoções

Imaginem vocês que, enquanto no último fim de semana o futebol carioca saía fora do Campeonato Brasileiro, as agências do Rio de Janeiro estavam em São Paulo disputando o IX Prêmio Colunistas-Promoção - que ía escolher os melhores trabalhos de promoção, merchandising, design e embalagem de 1989 e 1990 -, e acabaram segurando mais grandes prêmios que o próprio pessoal de São Paulo.
Dos 9 Grand Prix, o Rio levou nada menos que 5. A Bahia ficou com um e São Paulo com os outros 3.
Se bem que, pra gente não sair por aí só comemorando como uma mostra da força publicitária do Rio, vamos lembrar que o prêmio é de trabalhos promocionais. Assim, isso pode querer dizer simplesmente que, nos últimos tempos, as empresas do mercado carioca estão é fazendo mais promoção que propaganda. E com a quantidade maior, os investimentos na área também cresceram e acabaram melhorando o nível da criação carioca de promoções.
A Campanha de Promoção do Ano do Colunistas foi "Abra o seu coração", que a Almap/BBDO do Rio criou para a Pepsi­Cola, e havia ganho o Ouro de Campanha de Promoção de Vendas com Prêmio. É aquela com os Trapalhões em que eles prometiam que, quanto mais chapinhas as crianças mandassem, mais a Pepsi ajudaria o Natal das crianças carentes da LBA.
Foi uma promoção brilhante, porque o anunciante se dispôs a abrir mão de parte do lucro dos próprios resultados da campanha para um objetivo comunitário, sem que ele nem a entidade beneficiada tivessem vergonha ou algum prurido de apresentarem isso publicamente. Quer dizer, a Pepsi ganhou, a LBA ganhou e agora ganhou a Almap/BBDO pela campanha que fez.
O Evento do Ano de 1989-1990 veio do Ouro de Evento Promocional Cultural: a vinda de Paul McCartney ao Brasil, um trabalho da Mills & Niemeyer e da Pubblicità & Esquire. O cliente premiado é a Prefeitura do Rio, que provocou uma atenção enorme sobre o Rio de Janeiro e trouxe turistas, patrocinadores, e dinheiro para o mercado carioca. Uma festa das que o Rio tinha que ter todo ano. E quem sabe todo mês.
A Prefeitura do Rio aliás, marcou mais um Grande Prêmio no Colunistas Promoção, com o Design do Ano conquistado pela agência Cláudio Carvalho para a programação visual do Rio Arte e todos os eventos culturais que estiveram ligados a ele. Um visual moderno e vibrante que deu unidade a todo o programa cultural da prefeitura.
Esse mesmo Cláudio Carvalho, dono da agência de igual nome, levou o título de "Empresário de Promoção do Ano". A agência de Cláudio foi das que mais participaram do Colunistas com um grande volume de trabalhos, que ainda acabaram ganhando outros prêmios.
E ainda na lista dos Grandes Prêmios, o Rio colocou o Cliente de Promoção do Ano: a Companhia Atlantic de Petróleo, que desde 1988 não para de inventar promoções para levar aos seus postos. Vejam só: o cãozinho Xuxo e o macaco Xigo Menega, com a Xuxa; a tabela da copa e a promoção Ad Vitorium, na época da Copa da Itália; o "Defensores da Natureza", e umas outras tantas.
O Grand Prix baiano foi para a Peça Promocional do Ano, uma volumosa edição especialmente patrocinada pela construtora Odebrecht da obra do pintor Caribé, e realizada por Bruno Furrer.
Os Grandes Prêmios que São Paulo conquistou para seus trabalhos foi para Embalagem do Ano, conquistada pelos rótulos da nova linha de sucos "Nativa", da Maguary, uma criação da GTM&C e Salles/Inter­Americana.
Também foi paulista o Grand Prix de Profissional de Promoção do Ano: Arnaldo Escolano, diretor de criação da Salles para a área de promoções. E o Grande Prêmio de Empresa de Promoção do Ano, para a Merit, responsável principalmente pelo trabalho promocional do Credicard/Mastercard no Brasil.
Vejam, a seguir. os outros prêmios conquistados pelas agências cariocas no IX Prêmio Colunistas-Promoção:
• Campanha de Promoção de Vendas Sem Prêmio:
Bronze: "Economia Tramontina", da Norton-Rio para Paes Mendonça Barra.
• Campanha dirigida a Públicos Internos:
Ouro: "Quem Ama Se Cuida", da Contemporânea para White Martins.
• Campanha de Marketing Direto:
Bronze: "Ouro Vida", da Cláudio Carvalho para o Banco do Brasil.
• Campanha de Merchandising:
Ouro: "Vivágua, O Desejo...", da Artplan para Wella/Vivágua.
• Evento ou Ação Institucional:
Ouro: "O Sequestro", da Giovanni para Atlantictur.
Bronze: "Self-Serve. Sirva-se de Tecnologia...", da GCO/Promag para Atlantic.
• Evento ou Ação Promocional Alusiva à Copa do Mundo:
Prata: "Projeto Armando Nogueira", da Contemporânea para Cervejaria Antártica
• Evento ou Ação Promocional Esportiva:
Ouro: "Despedida de Zico", da Pubblicità & Esquire para Caixa Econômica Federal.
Prata: "Brasil 90", da Confederação Brasileira de Volley-ball.
• Evento ou Ação Promocional Comunitária:
Prata: "Quem lê jornal sabe mais", criada internamente pelo O Globo.
Bronze: "Defensores da Natureza", da GCO Promag para Atlantic.
• Evento ou Ação Promocional Cultural:
Prata: "Balé Bolshoi", de O Globo para Projeto Aquarius.
Bronze: "Rio Book Center", da Prime para o Rio Design Center.
• Anúncio, Peça ou Encarte de Promoção de Vendas:
Ouro: "Série Carlton", da DPZ­Rio para Souza Cruz/Carlton.
• Anúncio, Peça ou Encarte de Marketing Direto:
Prata: "Gráfica Raio", da Chris Colombo para Shell Brasil.
• Comercial de Promoção de Vendas:
Prata: "Bebês", da Provarejo para Mesbla Lojas de Departamentos.
Bronze: "Fórmula 90", da J.W. Thompson-Rio para Esso.
• Peça Promocional:
Bronze: "Kit para os Mídias", da Grottera, Langoni & Cia, para O Globo.
• Peça Promocional Relativa a Datas ou Efemérides:
Bronze: "Faixa Presidencial", da VS Escala para ela mesma.
• Publicação Periódica:
Prata: "Coca-Cola em Revista", da Up para Coca-Cola.
Bronze: "Notícias Shell", criação interna da Shell.
• Papelaria:
Prata: "Brasil 90", da Confederação Brasileira de Volley-ball.
Bronze: "Cartões Postais Aqualung", da Chris Colombo para Aqualung Confecções.
• Troféu ou Símbolo Tridimensional:
Prata: "Projeto Teatro Infantil", da DPZ-Rio para Coca-Cola.
• Marca ou Logotipo:
Ouro: "Tucan", da Provarejo para Mesbla.
Bronze: "Rio Street Carnival", da MPM-Rio para Banco Nacional.
• Embalagem em papel, papelão ou Similar:
Ouro: "Embalagem para Camisetas", da Chris Colombo para Aqualung Confecções.
• Embalagem em Metal:
Prata: "Lata de Alumínio Skol", da J.W. Thompson-Rio para Skol-Caracu.
Bronze: "Conjunto Inseticida", da J.W. Thompson-Rio para Ceras Johnson,
• Saco ou Sacola:
Prata: "Hollywood Rock", da MPM-Rio para Souza Cruz/Discos CBS.

Telemarketing é ameaça cada vez maior no mundo

Aconteceu semana passada, em São Paulo - e o feriadão impediu que fosse assunto da última coluna -, o 6º Encontro Nacional de Anunciantes, promovido pela ABA-Associação Brasileira de Anunciantes, que representa pelo menos 70% da verba publicitária da iniciativa privada que atua aqui no país: os verdadeiros pesos pesados e sonhos dourados de quem decide abrir uma agência de propaganda.
Um dos temas que se imaginava que seria discutido no Encontro, não foi: a comissão de 20% que as agências levam no Brasil, pela Lei 4.680, cada vez que um anúncio ou um comercial é veiculado.
A ABA sempre quis mudar essa Lei 4.680, para que a comissão pudesse ser negociada. E convenhamos que, se desta vez a ABA não se preocupou em discutir o assunto na esfera oficial, é porque, muito provavelmente, na extra-oficial ele já está resolvido.
Alguns importantes publicitários de São Paulo com quem eu conversei - e que pediram pelo amor de Deus que eu não os identificasse - admitiram que está praticamente impossível não aceitar a negociação da percentagem com os grandes anunciantes multinacionais, que já praticam a negociação lá fora.
Muitas das agências que não admitem publicamente negociam, e a ABA nem mais se preocupa em levantar a poeira.
Mas o encontro dos anunciantes revelou algumas curiosidades.
Por exemplo, apresentou um estudo sobre a propaganda americana - cujo modelo a gente segue por aqui - mostrando que enquanto a publicidade tradicional, de anúncios e comerciais, vem crescendo só 9% ao ano, as verbas de promoções estão crescendo 12%, e só o telemarketing cresceu 25% em 1989, fazendo com que as empresas americanas comprassem 130 bilhões de dólares em equipamento telefônico apenas para ficar telefonando para os clientes em potencial e oferecer os seus produtos e serviços.
Mesmo aqui no Brasil, já é comum a gente receber telefonemas de empresas tentando vender alguma coisa.
Eu, por meu lado, confesso que acho o telemarketing uma invasão de privacidade, porque obriga a pessoa a receber a mensagem de venda, ao contrário dos outros veículos.
Quando assisto televisão, eu posso, se quiser, mudar de canal no intervalo comercial. Lendo revista, eu posso mudar a página. Mas no telemarketing fica meio feio bater com o telefone na cara do vendedor.
Mas eu fico furioso quando estou em casa, ocupado com alguma coisa importante, ou mesmo descansando, e me liga um chato de um vendedor de assinatura de jornais, de consórcios e de planos de saúde para me vender, ainda por cima se expressando mal, um produto que, ás vezes, eu até já tenho. O que demonstra uma certa falta de preparo e organização de quem está fazendo telemarketing no Brasil.
Aliás, aqui, a Telerj estimula o telemarketing - ela dá cursos e palestras sobre o assunto -, porque ele aumenta o consumo de ligações das empresas. Isso como se ela já desse conta das ligações que nós, simples assinantes, queremos fazer...

Júri do Festival da ABP só concede 22 Lâmpadas

O Júri que a ABP reuniu para o seu 12º Festival Brasileiro do Filme/VT Publicitário foi rigorosíssimo e não concedeu mais que 5 Lâmpadas de Ouro entre os quase 500 trabalhos inscritos.
Destes 5 foi tirado o Grand Prix: o comercial "Pássaros", da agência Young & Rubicam e Produtora 5.6 para Philco-Hitachi. Aquela obra­prima em que o canário liga o remoto do aparelho de som.
As outras quatro Lâmpadas de Ouro foram:
- "Segurança", da DPZ e Best para Jontex/Johnson;
- "Mudança de Telefone". da DPZ­Rio e Tycoon para o Classifone do Globo (aquele dos 5 mais famosos do mundo);
- "Lazzaroni", da MPM e 5.6 para a Fiat (o da Copa da Itália); e
- Campanha "Depoimentos", da Fischer & Justus e Film Makers para o jornal O Estado de São Paulo.
As Lâmpadas de Prata foram conquistadas por 14 comerciais e 3 campanhas:
- "Criança", da DPZ e 5.6 para Sadia;
- "Canais" da DPZ e Best para Heublein;
- "Nova Sinfonia", da Fischer & Justus e Ultima para Brahma;
- "Pintor", da Contemporânea e Jodaf para Tintas Ypiranga:
- "Escovão", da Talent e Jodaf para Atlantis;
- "Balde". da Talent e Jodaf para Atlantis;
- "Twist", da Young & Rubicam e Jodaf para Colgate;
- "Intimidade", da DPZ e Frame para OB/J&J;
- "Imagem Real", da Young & Rubicam e 5.6 para Philco-Hitachi;
- "Lançamento Mondial", da Talent e Jodaf para Brastemp;
- "O Dono da Voz", da DPZ e Best para Gradiente;
- "Cobrança", da Artplan e Blow­Up para Banerj;
- "Maridão", da Talent e ABA para Bamerindus;
- "Bandeira Vermelha", da DPZ e TVC para Mc Donald's;
- Campanha "Páscoa", da Detroit e Jodaf para Lacta:
- Campanha "Outros Bichos", da Detroit e Jodaf para Atlantis do Brasil; e
- Campanha "Votos... Feliz Brasil", da Provarejo e VT Center para Mesbla.