Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 17/NOV/1990
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Classe média confia mais em anúncio que em notícia

CONFIABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES
(Confiam Muito/Bastante)

 

ABR/ 85
%

JUL/ 88
%

OUT/90
%

Família

84

76

84

Ciência/Tecnologia

90

73

81

Artes

77

77

70

Exército

68

49

54

Publicidade

68

56

51

Universidade

59

42

48

Igreja

63

43

45

Imprensa

71

43

41

Sindicatos

44

32

37

Governo

70

7

36

Fed. Ind. e Comércio

-

-

32

Grandes Empresas, empresários

70

44

28

Banco/Banqueiros

-

-

19

Polícia

26

22

14

Partidos Políticos

39

5

7

A última pesquisa Listening Post, que a agência Standard Ogilvy & Mather acabou de divulgar com entrevistas feitas em outubro de 1990, aponta alguns dados curiosos sobre a área de comunicação no Brasil.
A imprensa, por exemplo, deve começar a se preocupar. A percentagem da população que acha que a imprensa ajuda o país a resolver os seus problemas não é lá muito grande - 16%, mesmo sendo maior do que os 7% que acham que a imprensa agrava os problemas.
Agora, acreditem ou não, os jornalistas estão perdendo para os publicitários na confiança da população. Em 1985, o brasileiro confiava mais na imprensa que na publicidade, com um placar de 71 a 68% de respostas "Confiam Muito e Confiam Bastante".
Em outubro deste ano, segundo a Standard Ogilvy & Mather, a confiança na publicidade ficou menor, com 51% de respostas positivas. Só que passou a ser maior que a imprensa, que caiu para 41 % de confiabilidade, a apanhou até do Exército, que já é o 4º colocado em confiabilidade no Brasil, com 54% e logo acima da publicidade.
A classe média, analisam os porta-vozes da Ogilvy, se manifesta de forma ainda mais crítica em relação às instituições quando estas são colocadas na perspectiva da crise que o país atravessa. O setor empresarial, governo e políticos são vistos como propulsores da crise e não como instituições que colaboram para a sua superação.
Vá lá que não haja muita gente hoje com disposição nem verba para campanhas institucionais. Mas vale conhecer como a população vê estes setores com o passar dos anos. Comparem na tabela.
Para os especialistas: o Listening Post está baseado em entrevistas telefônicas sorteadas randomicamente de cerca de 20 minutos de duração. Nesta pesquisa foram ouvidas 250 mulheres e 250 homens, num total de 500 entrevistas realizadas em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife.
A amostra final, que a Agência considera representativa da grande classe média brasileira dos grandes centros urbanos, ficou assim constituída:
Classe A - 18%, Classe B - 37%, Classe C - 45%.

MKTMIX

• LIBERTAS QUAE NE SERA - A história não é nova, mas ainda vale ser registrada. A agência Tandem não resistiu às crises externas (economia do país) e internas (saída de alguns sócios) e entrou em processo de liquidação de suas atividades. Ricardo Galletti, seu diretor de criação, foi contratado pela Contemporânea para fazer dupla com o diretor de arte Cristóvão Martins. Galletti é um grande sujeito e, livre das preocupações de ser micro­empresário nos dias de hoje, seguramente vai se mostrar uma aquisição valiosa para o time de Mauro Matos.
E como filhote da Tandem, formada por Pedro Nonato e Augusto César (ex-BAP) que lá ficaram até o fim, surge a agência Conceitual.
• EM BUSCA DE VITÓRIA ­ A agência capixaba Criativa conseguir pegar mais um profissional do Rio: Luiz Antônio Moreira Andrade, que assumiu sua diretoria de Atendimento, deixando o mesmo cargo na Standard-Rio, onde cuidava de Chase, Bausch & Lomb e Beecham.
• ALMAP AGRADECE A VOLKS - Muito bom e oportuno o anúncio que a Almap/BBDO fez com o título "Peças Originais : Volkswagen", para homenagear o seu cliente. Vejam só o texto: "A qualidade das Peças Originais Volkswagen tem sido reconhecida ao longos dos últimos 15 anos, por quem mais entende de originalidade. O Clube de Criação de São Paulo, na história de sua existência, fez da Volkswagen o segundo anunciante mais premiado dos anuários, o primeiro no segmento da indústria automobilística. Uma prova de que quem confia no que faz conhece a importância da boa propaganda. E quem conhece propaganda confia nesta marca".
• FAVECO PASSA BOLA - E quem recebe é Ronald Assumpção, que havia deixado o Brasil para ser presidente da Ogilvy do México e volta para ser o novo presidente do escritório brasileiro a partir de 1991. Flavio Correa, o Faveco, sobe mais um pouco na Ogilvy. Torna-se responsável pelas operações da agência na América Latina.
• CRESCE A ONDA DA FRANQUIA NO SURFWEAR - A revista Index Fluir/Verão 91, especializada em surfwear, aponta que está crescendo o franchising entre as empresas do setor. A OP, a maior confecção de surfwear, conta hoje com 24 franqueadas. A carioca Pier está com planos ousados: em apenas um ano quer abrir cerca de 10 lojas em todo o país. De repente, esse pode ser um bom filão para as agências, com novos anunciantes nacionais.
• BBDO DE OLHO NO MUNDO - A BBDO Worldwide montou um rolo - que brevemente deve ser exibido no Brasil - com os filmes considerados os melhores já feitos por outras agências de todo o mundo. Com o nome de "Os comerciais que gostaríamos de ter feito", a BBDO selecionou 4 brasileiros: "Latas", da Standard Ogilvy para Araldite; "Mãe e Filha", da Fox Propaganda para Meias Trifil; e dois da W/Brasil, "Passeata", para Staroup, e "Hitler", para a Folha de São Paulo. O critério foi qualidade, pertinência e criatividade.
• O ÓBVIO NEM SEMPRE É ­ Esse negócio de julgar publicidade por qualidade, pertinência e criatividade, apesar de parecer, não é tão óbvio assim. Pelo menos pelo que tenho visto em muitos dos julgamentos dos quais participei. A tendência de muita gente ­ inclusive criadores - de esquecer a "pertinência" é enorme. Mas a boa publicidade não pode ser só criativa. Tem que ser bem realizada e tão adequada ao produto/serviço anunciado que daria a sensação de que só para ele aquele trabalho poderia ter sido feito.
• ÔNUS DA CHEFIA - Os níveis salariais de diretoria e gerência de vendas e marketing tiveram uma perda de 2,84 e 9,59%, respectivamente, entre março e outubro deste ano. O levantamento é da Compensation Consultants, empresa do Grupo Catho atuante no Brasil. Entre estes meses, o BTN teve uma variação de 125,61%, mas os salários dos diretores aumentaram somente 119,39%, e os das gerências 105,86%.
• BOB'S ROCKA MAIS - Este próximo Rock in Rio terá o Bob's como lanchonete fast­food exclusiva, no lugar do McDonald's, que saiu fora, apesar de na época ter divulgado que havia batido seu recordes de vendas de hambúrgueres. Para o evento, que terá um público estimado em 1 milhão de pessoas, o Bob's só venderá sanduíches frios, que levarão os nomes de Rockin'Bob's. Eles nada mais são do que as saladas de galinha e atum, às quais a empresa está adicionando, já este mês, a salada de presunto, em pão comum ou integral.
A expectativa do Bob's é que a nova Salada de Presunto venda, mensalmente, 400 mil unidades nas 71 lojas da rede. O investimento para o lançamento do novo produto não foi alto: US$ 100 mil.
• CORRESPONDÊNCIAS - O endereço correto para o envio de releases, cartas etc para esta coluna é Rua Visconde Silva 156 cob. 701, cep 22271, Rio de Janeiro, RJ. O telefone é (021) 552-4141, em horário comercial.