Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Classe média confia mais em anúncio que em notícia
CONFIABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES
(Confiam Muito/Bastante) |
|
ABR/ 85
% |
JUL/ 88
% |
OUT/90
% |
Família |
84 |
76 |
84 |
Ciência/Tecnologia |
90 |
73 |
81 |
Artes |
77 |
77 |
70 |
Exército |
68 |
49 |
54 |
Publicidade |
68 |
56 |
51 |
Universidade |
59 |
42 |
48 |
Igreja |
63 |
43 |
45 |
Imprensa |
71 |
43 |
41 |
Sindicatos |
44 |
32 |
37 |
Governo |
70 |
7 |
36 |
Fed. Ind. e Comércio |
- |
- |
32 |
Grandes Empresas, empresários |
70 |
44 |
28 |
Banco/Banqueiros |
- |
- |
19 |
Polícia |
26 |
22 |
14 |
Partidos Políticos |
39 |
5 |
7 |
A última pesquisa Listening Post, que a agência Standard Ogilvy & Mather acabou de divulgar com entrevistas feitas em outubro de 1990, aponta alguns dados curiosos sobre a área de comunicação no Brasil.
A imprensa, por exemplo, deve começar a se preocupar. A percentagem da população que acha que a imprensa ajuda o país a resolver os seus problemas não é lá muito grande - 16%, mesmo sendo maior do que os 7% que acham que a imprensa agrava os problemas.
Agora, acreditem ou não, os jornalistas estão perdendo para os publicitários na confiança da população. Em 1985, o brasileiro confiava mais na imprensa que na publicidade, com um placar de 71 a 68% de respostas "Confiam Muito e Confiam Bastante".
Em outubro deste ano, segundo a Standard Ogilvy & Mather, a confiança na publicidade ficou menor, com 51% de respostas positivas. Só que passou a ser maior que a imprensa, que caiu para 41 % de confiabilidade, a apanhou até do Exército, que já é o 4º colocado em confiabilidade no Brasil, com 54% e logo acima da publicidade.
A classe média, analisam os porta-vozes da Ogilvy, se manifesta de forma ainda mais crítica em relação às instituições quando estas são colocadas na perspectiva da crise que o país atravessa. O setor empresarial, governo e políticos são vistos como propulsores da crise e não como instituições que colaboram para a sua superação.
Vá lá que não haja muita gente hoje com disposição nem verba para campanhas institucionais. Mas vale conhecer como a população vê estes setores com o passar dos anos. Comparem na tabela.
Para os especialistas: o Listening Post está baseado em entrevistas telefônicas sorteadas randomicamente de cerca de 20 minutos de duração. Nesta pesquisa foram ouvidas 250 mulheres e 250 homens, num total de 500 entrevistas realizadas em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife.
A amostra final, que a Agência considera representativa da grande classe média brasileira dos grandes centros urbanos, ficou assim constituída:
Classe A - 18%, Classe B - 37%, Classe C - 45%.
MKTMIX
• LIBERTAS QUAE NE SERA - A história não é nova, mas ainda vale ser registrada. A agência Tandem não resistiu às crises externas (economia do país) e internas (saída de alguns sócios) e entrou em processo de liquidação de suas atividades. Ricardo Galletti, seu diretor de criação, foi contratado pela Contemporânea para fazer dupla com o diretor de arte Cristóvão Martins. Galletti é um grande sujeito e, livre das preocupações de ser microempresário nos dias de hoje, seguramente vai se mostrar uma aquisição valiosa para o time de Mauro Matos.
E como filhote da Tandem, formada por Pedro Nonato e Augusto César (ex-BAP) que lá ficaram até o fim, surge a agência Conceitual.
• EM BUSCA DE VITÓRIA A agência capixaba Criativa conseguir pegar mais um profissional do Rio: Luiz Antônio Moreira Andrade, que assumiu sua diretoria de Atendimento, deixando o mesmo cargo na Standard-Rio, onde cuidava de Chase, Bausch & Lomb e Beecham.
• ALMAP AGRADECE A VOLKS - Muito bom e oportuno o anúncio que a Almap/BBDO fez com o título "Peças Originais : Volkswagen", para homenagear o seu cliente. Vejam só o texto: "A qualidade das Peças Originais Volkswagen tem sido reconhecida ao longos dos últimos 15 anos, por quem mais entende de originalidade. O Clube de Criação de São Paulo, na história de sua existência, fez da Volkswagen o segundo anunciante mais premiado dos anuários, o primeiro no segmento da indústria automobilística. Uma prova de que quem confia no que faz conhece a importância da boa propaganda. E quem conhece propaganda confia nesta marca".
• FAVECO PASSA BOLA - E quem recebe é Ronald Assumpção, que havia deixado o Brasil para ser presidente da Ogilvy do México e volta para ser o novo presidente do escritório brasileiro a partir de 1991. Flavio Correa, o Faveco, sobe mais um pouco na Ogilvy. Torna-se responsável pelas operações da agência na América Latina.
• CRESCE A ONDA DA FRANQUIA NO SURFWEAR - A revista Index Fluir/Verão 91, especializada em surfwear, aponta que está crescendo o franchising entre as empresas do setor. A OP, a maior confecção de surfwear, conta hoje com 24 franqueadas. A carioca Pier está com planos ousados: em apenas um ano quer abrir cerca de 10 lojas em todo o país. De repente, esse pode ser um bom filão para as agências, com novos anunciantes nacionais.
• BBDO DE OLHO NO MUNDO - A BBDO Worldwide montou um rolo - que brevemente deve ser exibido no Brasil - com os filmes considerados os melhores já feitos por outras agências de todo o mundo. Com o nome de "Os comerciais que gostaríamos de ter feito", a BBDO selecionou 4 brasileiros: "Latas", da Standard Ogilvy para Araldite; "Mãe e Filha", da Fox Propaganda para Meias Trifil; e dois da W/Brasil, "Passeata", para Staroup, e "Hitler", para a Folha de São Paulo. O critério foi qualidade, pertinência e criatividade.
• O ÓBVIO NEM SEMPRE É Esse negócio de julgar publicidade por qualidade, pertinência e criatividade, apesar de parecer, não é tão óbvio assim. Pelo menos pelo que tenho visto em muitos dos julgamentos dos quais participei. A tendência de muita gente inclusive criadores - de esquecer a "pertinência" é enorme. Mas a boa publicidade não pode ser só criativa. Tem que ser bem realizada e tão adequada ao produto/serviço anunciado que daria a sensação de que só para ele aquele trabalho poderia ter sido feito.
• ÔNUS DA CHEFIA - Os níveis salariais de diretoria e gerência de vendas e marketing tiveram uma perda de 2,84 e 9,59%, respectivamente, entre março e outubro deste ano. O levantamento é da Compensation Consultants, empresa do Grupo Catho atuante no Brasil. Entre estes meses, o BTN teve uma variação de 125,61%, mas os salários dos diretores aumentaram somente 119,39%, e os das gerências 105,86%.
• BOB'S ROCKA MAIS - Este próximo Rock in Rio terá o Bob's como lanchonete fastfood exclusiva, no lugar do McDonald's, que saiu fora, apesar de na época ter divulgado que havia batido seu recordes de vendas de hambúrgueres. Para o evento, que terá um público estimado em 1 milhão de pessoas, o Bob's só venderá sanduíches frios, que levarão os nomes de Rockin'Bob's. Eles nada mais são do que as saladas de galinha e atum, às quais a empresa está adicionando, já este mês, a salada de presunto, em pão comum ou integral.
A expectativa do Bob's é que a nova Salada de Presunto venda, mensalmente, 400 mil unidades nas 71 lojas da rede. O investimento para o lançamento do novo produto não foi alto: US$ 100 mil.
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