Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 14/JUL/1990
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Juan Vicente pediu demissão esta semana da direção da Agência de Publicidade DPZ, do Rio de Janeiro. No momento o comando da Agência será exercido em conjunto por Vicente Raggio, na área de operações, e Gustavo Bastos, para assuntos de criação.

Marketing mudou campanha da Cedro

Setembro para Cedro CachoeiraA Campanha "Algodão no Brasil tem nome e sobrenome", criada pela agência mineira Setembro para o Cedro Cachoeira, a partir de uma reformulação da estratégia de comunicação de marketing da empresa, foi a única medalha de ouro do Brasil no New York Festival, entre as 6 que a nossa publicidade conquistou.
Possuindo 7 fábricas no Brasil e fundada há 118 anos, apenas há 6 anos a Cedro Cachoeira decidiu se tornar anunciante, entregando, desde então, sua conta para a Setembro. Hoje, a Cedro possui um faturamento mensal de US$ 20 milhões e produz 11 milhões de metros quadrados de tecidos a cada mês.
Nos quatro primeiros anos, toda a comunicação da empresa era composta de 5 anúncios de revista, um de cada produto fabricado pela Cedro Cachoeira, mas voltados nitidamente para o lado institucional, modernizando e reciclando a imagem da Cedro como fabricante de tecidos de moda.
Em 1989, porém, a Setembro descobriu, através de pesquisas, que no Brasil, o comprador de tecidos de algodão não os associava a nenhum fabricante, como ocorria, no caso de linho, com a marca "Braspérola". Ou seja, havia uma brecha enorme para dar uma "cara" ao algodão, tornando a marca de um sinônimo do produto.
Além disto, o estudo de mercado demonstrou que os tecidos 100% algodão têm frequentado as passarelas da moda assiduamente e, inclusive por aspectos econômicos, deverão ser a grande vedete dos anos 90.
Finalmente, a agência percebeu que a utilização de 5 anúncios nas campanhas não era a melhor solução estratégica, pois anunciados isoladamente, os produtos de um mesmo grupo perdiam força, perdiam agregação de conceito.
A decisão foi desenvolver apenas 3 anúncios – agora com 3 páginas – em todos unindo o conceito de "100% algodão" ao de "100% moda" e que "Algodão é Cedro", que responde ao tema geral da campanha de que "Algodão no Brasil tem nome e sobrenome: Cedro Cachoeira".
Criada por Marcos Camargos e Geraldo Leite, a partir de planejamento de Paulo Vasconcelos e Ana Paula Cortat, a campanha ainda contou com um comercial de TV de 15" e material promocional, principalmente para o ponto de venda.

Lupo investe na Globo para vender no inverno

Custou 350 mil dólares o patrocínio da Lupo na minissérie "A E I O Urca", que a Rede Globo está levando ao ar de 24 de junho último até hoje.
A campanha "A Meia da Loba", utilizada no patrocínio, retornou à mídia para tentar reeditar o sucesso do ano passado, quando respondeu por um aumento de 80% nas vendas das meias colantes fabricadas pela Lupo e também pela criação de um conceito de comunicação que acabou se transformando na própria marca do produto. O comercial explora a relação de intimidade entre a mulher e as meias, dentro de um contexto de sensualidade e sedução.
O atraso na exibição da minissérie, que acabou trazendo-a para este inverno, estimulou a Lupo a entrar no patrocínio, pela adequação do clima frio à procura que as mulheres fazem desta linha de produtos.

Rio participou menos dos Profissionais do Ano

Há duas semanas, em matéria sobre o julgamento do prêmio Profissionais do Ano, promovido pela Rede Globo, a falta de espaço cortou o comentário da coluna sobre a participação percentual do Rio de Janeiro no concurso, a partir dos dados fornecidos pelo computador da Globo. Como o assunto não perdeu o interesse, principalmente porque o resultado definitivo do concurso ainda não foi divulgado, a coluna retoma ao assunto.
Pelas informações da Rede Globo, esta edição do Profissionais do Ano contou com 874 inscrições, num total de 1.380 comerciais, divididos nas 4 Regionais e na premiação Nacional. A regional Sudeste, a que o Rio pertence, teve uma queda de 2% em relação às inscrições de 1988, sendo que a maior queda foi do Rio de Janeiro, que em percentagem sobre o total de inscritos na região caiu de 20,3%, em 1988 para 11,8% este ano. Em compensação, as inscrições de São Paulo subiram 16%.
Assim, para uma análise mais precisa do comportamento do Rio, há que se estimar que, dos 35 finalistas da região Sudeste, o Rio, para manter a percentagem de inscrições, deveria ter ficado com pelo menos 2, o dobro do que efetivamente conseguiu. A Globo não informou quantos trabalhos do Rio disputaram o segmento nacional, mas, no todo do concurso, o volume de inscrições de trabalhos cariocas ficou em 9º lugar, com 3%, abaixo de SP (32%), RS (10%), MG e GO (9%), PE (7%), BA, DF e SC (4%).
A festa da região sudeste já está marcada para 30 de julho, aqui no Rio. A festa do nacional acontecerá em São Paulo, em data ainda a ser definida.


TomatelliPeixe espera crescer com nova embalagem

Nada menos que US$ 1,5 milhão foi investido pelas indústrias alimentícias Carlos de Brito – Fábricas Peixe – na campanha de lançamento da nova embalagem "Full Open Top", do molho Tomatelli, com um comercial de 15" da W/Brasil veiculado na TVs Globo e Bandeirantes.
A expectativa da empresa é colocar ao mercado cerca de 1 milhão de latas por mês da nova embalagem desenvolvida em conjunto com a Metalúrgica Rheem, num investimento que só para a Peixe foi de outro milhão e meio de dólares só em adaptação de maquinário.
Com a novidade do produto, a Peixe espera passar de 20 para 30% a sua participação no mercado de molhos. Após o lançamento do molho Tomatelli, serão embalados na "Full Open Top" os molhos a bolonhesa e ao sugo.


Bradesco dramatiza para vender seguro

É da Almap/BBDO e excelente campanha que está sendo veiculada para o Top Clube Bradesco, tendo como tema principal que "Drama só é bom no teatro".
A campanha é composta dos filmes "Trem" e "Teatro", de 30", de três extremamente dramáticos spots de 60" para rádio, de três anúncios de página dupla colorida que estão sendo veiculados em Veja, Isto É/Senhor e Manchete, e diversos materiais de ponto de venda que estão decorando este mês as agências do Bradesco.
"Trem", criado por Adriana Cury e Hélio J. Oliveira, mostra um homem de 30 anos cruzando com seu Jaguar uma linha férrea. O motor do carro pifa e um trem se aproxima. Apesar do suspense, o trem passa por uma linha paralela e o carro permanece intacto.
No ótimo comercial "Teatro", dirigido por Ugo Georgetti, e que com certeza já entrou para a história da propaganda brasileira, um jovem faz um discurso dramático sobre sua vida. "Eu queria ser pianista", ele diz. Até que é interrompido pelo seu diretor. Tratava-se de um ensaio teatral, confirmado que drama só é bom no teatro. Este filme foi criado por Ercílio (que agora está na Lintas) e Hélio J. Oliveira.
Os apoios de rádio, quem já ouviu pode confirmar que são de arrepiar, pela perfeita interpretação natural da atriz.

H. Stern quer negócios com joia do baú

A Joalheria H. Stern encontrou uma maneira criativa de ativar seus negócios nesta época bicuda. Neste mês de julho, e ainda em agosto, a empresa está fazendo uma promoção especial para incentivar a transformação de joias desatualizadas – e que ficam guardadas nos baús da família – em peças novas, de design moderno.
Um equipe de gemólogos e designers, tendo à frente a estilista de joias Eliette Elyas, orientará os clientes gratuitamente sobre a maneira mais indicada para valorizar o patrimônio que as joias representam.
Uma desenhistas fará na hora o desenho da nova joia, de acordo com as tendências da moda e com as necessidades de gosto do cliente. A H. Stern garante que um punhado de pulseirinhas, cordõezinhos e medalhinhas, mesmo quebradas, podem se transformar num moderno par de brincos ou numa gargantilha da moda. As pedras são reaproveitadas, segundo as indicações dos gemólogos, que também ficam presentes.
Obviamente, o objetivo esperto da H. Stern, é levar gente para dentro de sua loja. Tanto que a joalheria ainda estará disposta a trocar as peças antigas por joias prontas de sua nova coleção. E quando o assunto é vaidade feminina – ainda mais em se tratando de joias – não é nada impossível que no embalo da troca ou da transformação de joia a cliente se apaixone por outra, e daí...