Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 08/ABR/1989
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Coca vem com emoção para ganhar consumo

Um dos cartazes da nova campanha de Coca-Cola

A Coca-Cola gastou nada menos que 1 milhão de dólares em produção para lançar no Brasil sua campanha internacional "You can't beat this feeling", aqui adaptada para "Emoção pra valer".
Nesta verba, foram incluídas as adaptações de trilhas dos 4 comerciais internacionais - feitas por Luís Avelar, da Norte Magnético -, e a produção de um comercial criado por Ricardo Guinsburg e Percival Caropreso, da McCann brasileira: "Fantasias", que foi produzido pela 5.6, de São Paulo, com direção de Wellington Amaral Jr.
A nova campanha foi lançada no Brasil na última semana, com a veiculação maciça do filme "Coke in Concert", produzido no Canadá, e no qual um roqueiro (na verdade, um ator fantástico) interrompe seu show para tomar a sua Coca-Cola, e para que o público também possa buscar as suas.
Conhecendo-se toda a campanha, imagina-se que um outro filme teria mais "cara" para ser o de lançamento da nova temática. Produzido em Amsterdam, México e Londres, ele mostra diversas pessoas dançando das formas mais livres e divertidas (um trabalho de coreografia absolutamente espetacular), ao som do novo tema da Coca. O clima geral é sem dúvida emocionante pra valer.
Mas supõe-se que a Coca tenha iniciado a campanha no Brasil pelo filme do roqueiro para neutralizar que - por uma enorme coincidência -, a Pepsi estava na mesma semana terminando de produzir no Brasil com o cantor Rod Stewart, para o lançamento da Diet Pepsi.
Neste filme, criado pela Almap/BBDO e produzido pela Jodaf - com direção do hoje imbatível João Daniel -, o cantor está no meio de um show, vê um técnico de som tomando a Diet Pepsi e vai até o fundo do palco para buscar uma lata. Quando volta, descobre que todo o público também está tomando o mesmo refrigerante. Ou seja, um roteiro muito parecido com o da Coca.
A notícia da filmagem deste comercial, inclusive com a citação do roteiro, foi publicada alguns dias antes do lançamento da campanha da Coca. Na entrevista coletiva que esta empresa deu à imprensa, Mauro Multedo, seu diretor de marketing, afastou qualquer hipótese de plágio por parte da Pepsi.
Mauro, cuja origem profissional é agência de propaganda, foi elegante e chegou a elogiar a Almap/BBDO como uma agência séria, incapaz de plagiar uma ideia da Coca. Mas deixou a crítica de uma provável desinformação da Pepsi e sua agência, pois o comercial canadense já teria sido veiculado no exterior anteriormente. A campanha, informou, foi lançada nos Estados Unidos em novembro de 1988.
Enfim, mais uma batalhinha da guerra das Colas.
Uma característica a ser notada nos outros novos comerciais da Coca é que fogem daquele padrão de "imagens de consumo" utilizados até hoje. Os filmes atuais contam histórias. O comercial brasileiro, por exemplo, mostra um garotinho sonhando com um romance com sua professora, com a qual ele tem apenas uma ou outra cena de consumo.
No outro comercial destinado ao público infantil - e também produzido no Canadá - um garoto se imagina um guerreiro oriental - perfeito para veicular no Changeman, Jaspion e assemelhados -, tendo que salvar uma Coca-Cola de dentro do grande monstro branco, que nada mais é que sua geladeira.
E no último, um discotecário transforma a imagem em vídeo da Coca-Cola, em uma garrafa real, pra satisfazer a sede de uma garota, na discoteca, que não estava conseguindo ser servida pelo garçom da casa.
A Coca-Cola não está brincando e promete uma campanha de peso para este ano, com o investimento de 80 milhões de dólares em comunicação (que incluirá o lançamento de outros produtos).

Pepsi leva com BBDO Festival de Hollywood

A BBDO de Nova Iorque e a Pepsi-Cola foram as grandes vencedoras do Festival de Hollywood - o International Broadcasting Awards -, deste ano.
O Grande Prêmio do concurso, vencido pela dupla BBDO/Pepsi, foi para o comercial "Outfoxed", dirigido por Joe Pytka, no qual o ator Michael Fox para com a namorada num posto de estrada no qual há um display-geladeira da Pepsi. Um cachorro, porém, impede o acesso à geladeira Fox, então, arma um esquema para ele e a namorada saírem do carro, enquanto atraem o cachorro para dentro dele e o deixam preso.
Depois de tomar suas Pepsi os dois conseguem fazer o processo contrário, soltando o cachorro e entrando no carro. Só que na hora de procurar a chave, ela não está com nenhum dos dois. É quando eles olham para fora e dão de cara com o cachorro, com as patas sobre o vidro, e com nada menos que o chaveiro seguro entre os dentes.
Outro comercial deles premiado foi "Fast Forward", na categoria Combination (imagem ao vivo com efeitos). Neste filme, uma menina controla de forma impressionante imagens da Pepsi pela televisão que está assistindo, através de um controle remoto.
Finalmente, a categoria Série foi vencida pelos comerciais "Something in Common", "Strange Message" e "Hot Feet". A versão brasileira deste último já andou pelo ar. É aquele no qual o pessoal sai correndo na areia quente da praia em direção a um quiosque para beber Pepsi-Cola, enquanto diz "Quente, quente, quente..."
Os outros, será uma questão de paciência vê-los no Brasil.

MKTMIX

SPERONI COMEÇA COM SP - A agência carioca Speroni pode ser nova mas já está botando a cabeça para fora da multidão. Este mês ela começa a operar também em São Paulo, com escritório na Rua 7 de Abril, 235 conj. 105-107. A Speroni paulista está sendo gerenciada por Ademir Casiari e conta com estrutura de atendimento, mídia e estúdio. O telefone de lá é (011) 256-8203.
• GCO/PROMAG ENTRA EM AÇÃO - A agência GCO/Promag conta que conquistou como cliente o Codimec-Comitê de Divulgação do Mercado de Capitais, que já foi da SGB, e tem como meta promover as ações como investimento. Além desta, também entraram na agência as contas da Acel, Amplus Informática, Acol Informática, Ameise Empilhadeiras e Green, uma confecção de jeans.
• MPM NÃO CAI NO BALANÇO - Apesar de ser tarefa para leão analisar com precisão um balanço comparativo entre 1987 e 1988, principalmente com as variações de moeda que a gente tem, dá para notar que a MPM teve um excelente desempenho em 1988. O balanço da agência, recém-publicado, mostra que sua Receita Líquida passou de 593 milhões de cruzados velhos em 1987 para 4.969 bilhões de cruzados velhos em 1988. O Lucro Líquido deste exercício foi de 1,381 bilhão de cruzados velhos, contra 50 milhões de cruzados velhos no fatídico ano de 1987.
• SÃO PAULO DÁ O MAIOR CARTAZ PRO OUTDOOR - De todo o faturamento que o meio Outdoor tem no país, 53% vem de capital paulista, enquanto 5% são gerados no interior do estado de São Paulo. Todos os outros estados brasileiros juntos ficam com apenas 37% de participação no meio. E destes o Rio ainda teve 13,3% no último mês de janeiro.
• BRASÍLIA PERDE UM PIONEIRO - A publicidade de Brasília perdeu um de seus maiores profissionais. Faleceu no final de março Wanderley Mattos, fundador da Know-How, que várias vezes foi agência do ano naquele mercado.
• QUE TAL, POR NOS JORNAL? - Casal de publicitários jovens inteligentes e modernos deseja encontros (sigilosos ou não) com outros profissionais da área para troca de ideias e informações. Somos muitos flexíveis. Os encontros podem ser juntos ou separados. Garantimos que você não vai se arrepender. Ligue para M.E. (ele) no telefone 552-4141 ou para M.B. (ela) no telefone 205-3477.

Janela da Criação

Ficou definitivamente marcada para o dia 19 de abril, quarta-feira, no Zanty, a Primeira Noite de Poesia do Clube de Criação do Rio de Janeiro, também chamada de Noite do "Conteúdo Sob Pressão".
Fazer poesia no Brasil não é fácil. Noite de Poesia também não. Vocês sabem como é. Tudo tem que ser feito com muita graça. Composição do cartaz de graça, fotolito de graça, impressão de graça...
Mas na próxima semana o cartaz já estará circulando entre as agências de propaganda, com a ficha completa do evento.
E esta semana os coordenadores da Noite estarão entrando em contato com os poetas participantes para passar os detalhes do evento.
Falando nisso, será que alguém aí quer ajudar a patrocinar a impressão do livreto com as poesias dos criadores cariocas?
Custa barato, vai ter tiragem de 500 exemplares e dá direito a anúncio de uma página. Se tiver, ligue por favor rapidinho para os coordenadores do evento: Marcio Ehrlich (552-4141), Ulisses Tavares (529-5566) ou Sérgio Eduardo de Paula (286-1472).
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A gente quer aproveitar para lembrar ao Mauro Matos, recém-eleito presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro, que esta Janela da Criação foi criada para dar semanalmente as notícias do CCRJ. Portanto, leva que agora o filho é teu.
Se interessar, é claro.
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Falando na nova diretoria do Clube, nesta última quarta, no Zanty, ficou no ar uma pergunta se eles teriam desistido do bar. Afinal, na quarta-feira que sucedeu às eleições, apenas Ronaldo Conde apareceu no Zanty. E anteontem, nenhum deles. Nem mesmo o Henrique Meyer, guru do bar, deu as caras!!
A causa, explicou pra gente o próprio Ronaldo Conde, é que Mauro Matos aproveitou para fazer uma reunião da diretoria, na quarta, só que em outro lugar, para fugir da agitação do Zanty.
A gente aqui acha até legal ver que o pessoal de criação continua indo ao Zanty, mesmo sem haver alguma coisa programada para acontecer por lá. Afinal, isto garante receita para o Clube.
Mas a gente pensava que a ideia inicial do Zanty era ser um lugar onde os criadores não só teriam lazer, como poderiam realizar as reuniões do Clube, sugerir projetos, encontrar os diretores do Clube para debater problemas da criação, etc. Enfim, uma sede provisória.


Anúncio veiculado ao lado da edição impressa da Janela.