Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Receita Federal aumenta burocracia na propaganda
A Secretaria da Receita Federal publicou no último dia 23 no Diário Oficial a sua Instrução Normativa nº 24, que "dispõe sobre o cálculo e recolhimento do imposto de renda na fonte sobre serviços de propaganda e publicidade prestados por agência de propaganda".
A partir da Instrução, fica claro que a base de cálculo do imposto de renda de que trata o artigo 53, inciso II, da Lei nº 7.450, de 23/12/85, é apenas o valor pago pelos anunciantes às agências, correspondente aos honorários de 20% de veiculação, não integrando a base de cálculo "as importâncias repassadas pelas agências de propaganda a empresas de rádio, televisão, jornais, outdoors, cinema e revistas, nem os descontos por antecipação de pagamento".
A Instrução, porém, cria mais um expediente burocrático para os departamentos administrativos das agências brasileiras, já que obrigará a que o pagamento do imposto seja feito não em bloco, mas separadamente por conta de cada anunciante que tiver efetuado algum trabalho nas semanas anteriores. Para cada um, a agência deverá preencher um DARF indicando a razão social do cliente, seu CGC e o valor da receita. Após isto, a agência enviará uma via do DARF ao cliente, que, por sua vez, deverá relacionar todos os valores de rendimento e de imposto na sua Declaração de Renda anual. Aliás, para obrigar o pagamento do imposto, a Secretaria da Receita Federal esclarece que, a partir de agora, os anunciantes só poderão deduzir em seus Impostos de Renda as despesas de propaganda que comprovadamente tiverem seus impostos pagos. O anunciante, inclusive, acabará ficando como fiscal da agência, já que foi colocado como "solidariamente responsável pelo pagamento do imposto".
CBF quer ampliar sua atuação em marketing
A proposta da CBF não é impedir o direito de seus atletas de fazerem publicidade, mas democratizar a distribuição da receita conseguida graças ao novo status do jogador como membro da Seleção Brasileira entre todos os seus participantes. A explicação é de Armando Ferrentini, assessor de marketing da CBF, esclarecendo que, de forma alguma, a entidade vai interferir nos contratos que já estão em vigor.
De acordo com Ferrentini, os jogadores poderão ser até beneficiados, já que a CBF, implantando uma estrutura mais agressiva de marketing, está conseguindo firmar uma nova série de contratos de patrocínios, ampliando as perspectivas de exposição da Seleção. O assessor de marketing da CBF adiantou que, a partir de agora, toda propaganda ou promoção que deseje utilizar imagens do uniforme ou o nome da Seleção Brasileira deverá ser negociada diretamente com a CBF. No caso de um jogador ser escolhido para atuar na campanha, ele receberá uma parcela maior do valor do contrato, mas os demais companheiros da equipe receberão a sua participação. No entanto, disse Ferrentini, nada impedirá que qualquer jogador da seleção apareça em outras campanhas publicitárias e promocionais sem estar uniformizado com a camiseta verde-amarela da equipe brasileira.
Armando Ferrentini ainda adiantou a esta coluna que, dentro de algumas semanas, a CBF estará convocando uma concorrência para entregar a sua conta de publicidade a uma agência de propaganda, que terá como missão inclusive criar novas oportunidades de marketing para o órgão.
VS faz campanha de tecidos em que modelos se vestem
Numa época em que toda propaganda de jeans está tirando a roupa das mulheres, a nova campanha publicitária da Ferreira Guimarães resolveu inovar ao reverter o processo. Em todas as peças da campanha, criada pela agência VS Escala, as mulheres são vestidas, reforçando o tema adotado de que "Toda nudez será bem vestida".
A campanha apresenta mais uma novidade. É a primeira vez que a Cia Têxtil Ferreira Guimarães anuncia outros tecidos além de seu Índigo Blue. Além do comercial "Rock", de 15 segundos, e do anúncio de página de revista do mesmo tema para o jeans Índigo Blue, foram produzidos os comerciais de 15 segundos "Tango", para as popelines estampadas, e "Espanhola", para as popelines lisas, acompanhados também de anúncios de revistas feitas a partir de fotos de André Wanderley durante as filmagens.
As peças tiveram um belíssimo figurino de Isabel Pancada e um cenário ainda mais sensacional de Lia Renha. A criação da campanha foi do redator Raul Miranda, do diretor de arte Rogério Cavalcanti e da produtora de RTVC, Inez Barbosa da Silva. No atendimento atuou João Carlos Mattos e a aprovação foi de Fernando Pimentel, da Ferreira Guimarães. Nos comerciais ainda atuaram Herbert Richers Jr. (diretor de cena), Jean Benoit (diretor de fotografia), Guto Graça Mello (trilha original) e a produtora Tec Cine.
CURTAS
• A conta da fabricante de produtos alimentícios Plus-Vita está voltando para a CBBA/Propeg. A conta havia sido conquistada inicialmente pela GFM/Propeg, que chegou a lançar um bom comercial com o desenho animado de Cachinhos Dourados e a Família Urso para toda a linha de produtos da empresa. Depois da fusão da Propeg com a CBBA a conta continuou um pouco e posteriormente passou algum tempo na Salles. A PlusVita sem dúvida precisa anunciar muito para ver se atenua a péssima imagem deixada pelos recentes episódios de descobertas de objetos estranhos em seu pão de Graham.
• A Carbras-Mar, um dos maiores fabricantes de lanchas e veleiros do país, é a mais nova conta da Cláudio Carvalho Criação & Comunicação. Diz a agência que a Carbras-Mar fará este ano vários lançamentos para os mais diversos setores do mercado náutico.
• Foi para a Tandem a conta da SCI-Sistemas - Computação e Informática, empresa de consultoria, treinamento e software para grandes computadores IBM.
• A BAP-Brasil América Publicidade contratou Jesus Pereira, ex-ABC, Propeg e Impla, para ser seu novo executivo de novos negócios.
• A Núcleo Publicidade está divulgando, através de release distribuído pela Impacto de Comunicação de São Paulo, que "encerrou o ano de 1985 com um crescimento real de 57% - em contraponto com os 10% esperados para o setor publicitário, o que colocou a agência entre as 5 maiores do Brasil - com um detalhe significativo em seu currículo: sem a participação de contas de Governo". É claro que a informação está errada. Comunicamo-nos com a Impacto e o jornalista Paulo Pelicano confirmou o erro de datilografia, reparando que, segundo a Núcleo, aquele número a colocava entre as 5 agências que maior crescimento em faturamento apresentaram em 1985. Ainda assim acho a informação duvidosa: só quatro agências brasileiras conseguiram crescer mais que 57% em 1985?
• Grande decisão do ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, de liberar a transmissão em estéreo para as emissoras de rádio que operam em ondas médias (AM), curtas ou tropicais. Vamos acompanhar agora qual será a emissora pioneira na transmissão. Até onde sabíamos, a Rádio Globo já teria todo o equipamento necessário para transmitir em estéreo imediatamente após a legalização. Será que fá-lo-á?
• O pessoal da Rio Gráfica está vibrando porque finalmente conseguiu implantar uma política de atitudes sinérgicas com a TV Globo, a outra empresa do grupo. É que a editora lançará dia 18 de fevereiro o livro Instinto Assassino, de William Stevens, inédito em português, enquanto a tevê estiver exibindo a mini-série do mesmo nome, de 17 a 21 daquele mês. Estão certos. Se não for para potencializar o faturamento, qual será a graça de Roberto Marinho ter uma rede tão grande de comunicação?
• Segundo o noticiário internacional, a Ford está arrancando os cabelos porque não conseguirá suspender a publicação, em algumas revistas americanas que já fecharam, do anúncio de lançamento do novo furgão Aerostar. A campanha compara o Aerostar às naves espaciais recuperáveis, como a recém-explodida Challenger, até pouco tempo orgulho da indústria aeronáutica americana. Se não fosse pelo fator humano lamentável da tragédia, com a morte dos sete tripulantes, poderia se imaginar que Lee Iacocca deve estar rolando de rir até agora.
• A Alpargatas, através de sua divisão de Camisas US Top, adquiriu os direitos de toda a simbologia oficial da Copa 86: além daquelas representadas pela Telemundo, como o boneco Pique e os logotipos "México 86", "World Cup Mundial" e "Fifa", também o logotipo "Copa 86", criado pela Rede Globo para as suas transmissões. Só em royalties, material promocional e divulgação de sua participação na Copa do Mundo, a Alpargatas já investiu Cr$ 1 bilhão. Imaginem só quando vier a verba da publicidade.
• Está complicada a negociação entre o Jornal do Brasil e o Grupo Sílvio Santos para a venda das ações da TV Record, cujo prazo de vencimento para o pagamento encerrou-se ontem, 30 de janeiro. O JB não conseguiu levantar o empréstimo com os bancos europeus, e teve que solicitar um adiamento do prazo. O curioso é que, alheias a todas estas negociações, a TV Record e TVS do Rio continuam veiculando a campanha afirmando que as duas continuarão "juntas em 86".
• A Diretoria da SGB, composta por Sani Sirotsky, Artur Bernstein e Raimundo Resende, e mais as áreas administrativas da agência, mudaram-se para a Rua Mena Barreto, 143/6º andar, deixando nas instalações da Rua 19 de Fevereiro 185 as áreas publicitárias, capitaneadas por Maurice Cohen, vice-presidente executivo da SGB.
• Correspondências: Praia de Botafogo 340 grupo 210 - CEP 22250 - Rio de Janeiro - RJ.
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