Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
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Concorrência do IBGE tem oito participantes
Almap, Brasil América, Denison, DPZ, Salles, SGB, MPM e Norton. Estas foram as oito agências que apresentaram documentos e foram classificadas para a concorrência dos 20 bilhões de cruzeiros de verba do IBGE, referente à promoção dos próximos recenseamentos.
A entrega dos documentos foi efetuada na última quarta-feira, em encontro que contou com a presença do alto escalão carioca de todas as agências participantes, além da comissão de licitação do IBGE. Poucas foram as anormalidades da reunião. Entre elas, o problema ocorrido com a CBBA/Propeg, cujo presidente, Jomar Pereira da Silva, se apresentou à comissão informando que, por erro de um funcionário da agência, a caução exigida não havia sido paga dentro do prazo previsto pelo edital. Jomar, que havia levado toda a documentação da CBBA/Propeg, propôs-se a efetuar o pagamento da caução naquele momento, mas a comissão decidiu não aceitar e eliminou a agência da concorrência.
Neil Hamilton, representante da Almap, também se assustou, no início da reunião, quando não ouviu da comissão o nome da agência entre as que não haviam pago a caução. Neil, no entanto, apresentou a cópia do recibo que estava anexa à documentação da Almap e pôde continuar na disputa. Outra que precisou ser socorrida foi a Brasil América. A agência não apresentou o CRJF Certificado de Regularidade Jurídica e Fiscal, preferindo apresentar os documentos aos quais o CRJF substitui. Um dos fiscais da comissão, porém, fez notar que, entre os relacionados no edital, estaria faltando o de quitação fiscal junto ao Estado. Por sorte da agência, Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, que lá estava representando a Salles/lnterAmericana, identificou-se como presidente do Sindicato das Agências do Município do Rio de Janeiro e informou à comissão que as agências de publicidade não são obrigadas a pagar impostos estaduais e, por isso, estariam dispensadas de comprovar aquela quitação. A informação foi colocada em ata e a Brasil América continuou no páreo.
Ainda esta semana e durante a próxima, a comissão de licitação vai analisar as propostas apresentadas para a promoção do censo agropecuário de 1986, cuja veiculação deverá iniciar-se ainda em janeiro, quando se conhecerá publicamente a estratégia da vencedora. De qualquer maneira, é praticamente certo que, em todas as propostas, as sugestões tenham se concentrado nas principais dificuldades que claramente o censo agropecuário enfrentará. Diferentemente do censo populacional, no qual os recenseadores enfrentam a insegurança da população urbana, temerosa de assaltos, o que dificulta o seu acesso ao interior das residências para a tomada de informações, o censo agropecuário enfrenta a desconfiança do empresário rural quanto aos destinos que serão dados, dentro dos órgãos federais, às informações que ele prestar. No momento em que o país se vê às voltas com notícias de aumento do apetite do leão do Imposto de Renda, propostas do próprio Governo de realizar uma reforma agrária e invasões de terras em diversos pontos do território nacional, realmente será um grande desafio encontrar um argumento capaz de sensibilizar o proprietário rural brasileiro a receber bem e prestar as informações corretas ao contingente de recenseadores que sairá em campo a partir do ano que vem.
Quem conseguir merecerá os polpudos honorários da conta.
Já definido o acordo salarial dos publicitários
Até a próxima quarta-feira, 13 de novembro, estará assinado o acordo entre o Sindicato de Agências e o Sindicato dos Publicitários do Município do Rio de Janeiro, com vistas ao dissídio de novembro da classe publicitária. Com isto, na semana seguinte, o TRT já poderá homologar o acordo, um dos que mais conquistas trouxe para os profissionais cariocas do setor.
Segundo a decisão dos Sindicatos - apoiados pelas respectivas assembleias de associados -, o publicitário carioca receberá de reajuste salarial 100% do INPC de setembro (70,25%) mais uma percentagem de Aumento Real de 5% para os profissionais que ganharem até 10 salários mínimos (Cr$ 6 milhões), 3% para os que estiverem entre 10 e 15 salários mínimos (Cr$ 9 milhões) e 1% para quem ganhar acima de 15 salários.
Outra decisão importante foi a de as agências concederem antecipações salariais de 25% em fevereiro e agosto para quem estiver ganhando até 20 salários mínimos (Cr$ 12 milhões), o que, de certa forma, se caracteriza como uma concessão de trimestralidade. O tema "hora extra" também teve a sua decisão: a partir de agora, será paga tendo como valor mais 50% sobre a hora normal, além de compensações de transporte e alimentação.
Segundo Paulo Roberto Lavrille, presidente do Sindicato de Agências, dificilmente haverá retrocesso nas negociações. O entendimento entre os sindicatos está correndo muito bem, e ambos constituíram uma comissão intersindical para estudar os fatores de insalubridade e periculosidade nas diversas atividades publicitárias, para definir se há ou não validade da criação de adicionais salariais para os profissionais afetados.
DPZ vai operar com Piedade
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José Carlos Piedade, diretor de operações da DPZ-Rio |
A DPZ-Rio acaba de criar uma Diretoria de Operações, já entregue ao publicitário paulista José Carlos Piedade, um dos membros do board nacional de diretores da agência e que, nos últimos anos vinha atuando como diretor de atendimento da DPZ de São Paulo. Segundo Juan Vicente, gerente da DPZ-Rio, a vinda de Piedade para atuar como seu braço direito na operação carioca da agência, é uma comprovação da importância com que a diretoria da DPZ vê o seu escritório carioca.
Na DPZ-Rio, aliás, há outra modificação. Com a saída, na última semana, de Carlos Campana do atendimento da agência, foi contratado Roberto Abramson, ex-diretor de marketing da Pepsi, como novo diretor de grupo de contas, cuidando de Ceras Johnson e Mondaine.
Gang acaba e vira Scali, McCabe, Sloves
Scali, McCabe, Sloves é o novo nome da Gang Publicidade e Promoções, agência fundada pelo já falecido Lívio Rangan e que, em abril de 1984, foi adquirida pela Standard, Ogilvy & Mather para ser a segunda agência do grupo Ogilvy no Brasil.
A mudança de nome é a evolução natural do negócio, já que a Scali, McCabe, Sloves já vinha funcionando como segunda agência da Ogilvy nos Estados Unidos. No entanto, no Brasil, a alteração gera uma curiosa situação em relação às contas bancárias da Standard e da Gang. Acontece que, há poucos meses, a Standard conquistou a conta do Chase Manhattan, conta que nos Estados Unidos é atendida pela Scali, McCabe, Sloves. Como o cliente é do Rio, não queria ser atendido por ponte aérea e a Gang é praticamente inoperante neste mercado, a conta ficou no grupo Ogilvy, mas na Standard, apesar de ela ter o Comind em São Paulo. A isto ainda se somava o fato de a Gang ter conquistado, em São Paulo, o Banco Crefisul, isto é aparentemente tão conflitante com o Chase quanto o Comind.
Agora, com a oficialização da transformação da Gang em SMS, o Chase fica nitidamente sem unidade de atendimento internacional, prática que costuma ser buscada pelas empresas multinacionais. Como a informação nos chegou na hora do fechamento e não pudemos estar no lançamento da Scali, McCabe, Sloves quarta-feira última, em São Paulo, deixamos aqui as questões: A agência vai se estruturar no Rio? Ela pretende atender ao Chase? Como é que fica o Crefisul?
Semana que vem, garantimos publicar aqui as respostas.
CURTAS
• DPZ, Denison, J. W. Thompson, MPM e Salles são as agências que estão participando da concorrência pela conta do shopping center Rio Sul. A McCann, cujo nome havia sido ventilado no mercado como participante da disputa, foi dispensada pelo Rio Sul com a alegação de que não teria experiência recente com varejo. A Provarejo, nome também levantado, é outra que saiu do grupo de licitantes, pois a diretoria da associação de lojistas considerou conflitante o atendimento à conta da Mesbla.
• Já estão fechadas as cotas de patrocínio, na Rede Globo, para as transmissões da Copa do Mundo, em 1986. As quatro empresas participantes são Brahma, Dorsay, Caixa Econômica Federal e Souza Cruz. Pelo que soubemos, as três primeiras fecharam negócio com a emissora diretamente. Só a Souza Cruz se dispôs a participar do patrocínio tendo uma agência como intermediadora. No caso, a DPZ.
• Quem também comemora cliente novo é a Propaganda Professa. A conta das Lojas Leader, tradicional grupo de lojas do Estado do Rio (de Niterói para dentro) agora está lá.
• A Assessor tem um novo supervisor de conta para o Bradesco. Trata-se de Hélio Morgado, que vem da VS Escala.
• Márcia Capella assumiu a chefia do departamento de relações públicas da MPM-Rio no lugar de Roney Turano, que foi exercer as mesmas funções na SGB.
• E quem voltou para a SGB foi o redator Toni Lourenço, após brilhante passagem pela JMM.
• A ABCI acaba de criar uma nova divisão no seu esquema operacional: a Diclassi, que, sob a direção de Henrique Tarcitano, se encarregará de anúncios classificados.
• A MPM Rio está lançando no mercado o super Corega, agora com sabor menta e maior poder de fixação.
• Está muito interessante a edição de outubro da revista Construção Civil que, em comemoração ao cinquentenário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro, preparou um encarte especial com o tema "50 anos de Rio". Um belo trabalho da divisão de jornalismo.
• Lício Araújo, Diretor da CEBECÊ está comunicando a instalação de sua nova empresa, a MC&C - Mônada Consultoria e Comunicação.
• Correspondências para a coluna: Praia de Botafogo, 340 grupo 210. Rio de Janeiro. Te!.: 266-3131.
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